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#ABBVnaABAV | Feira das Américas: análise pós evento

BY: ABBV0 COMMENTS CATEGORY: Eventos

Por Douglas Sawaki | Enviado especial

A 41ª Feira das Américas ABAV aconteceu no começo do mês e só agora, depois de passado todo o evento, podemos fazer uma análise mais completa (ou menos incompleta...).

Na feira de 2012 nós fomos exclusivamente como blogueiros de viagem e vimos os stands por outro ângulo. Nossos contatos foram outros, assim como o nosso interesse. Mas dessa vez participamos do outro lado, como expositores.

A Júlia visitou a feira para fazer contatos e reuniões com as operadoras de turismo e eu estive no stand de Bahamas e também fiz muitos contatos comerciais. Nosso blog ficou em segundo plano, uma pena, pois havia muitos destinos interessantes.

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Até o ano passado a feira aconteceu no Rio de Janeiro e a expectativa para essa edição em São Paulo era muito grande, pois até então a feira era apenas para profissionais da área e dessa vez seria aberta também ao público consumidor.

Não se falava de outra coisa nos corredores, entre os expositores. Alguns estavam reticentes, pois abrir o evento para trade turístico e para o público consumidor gera certo conflito de objetivos.

Bom, a suspeita se confirmou: a feira que é tradicionalmente voltada para profissionais do turismo não conquistou o público consumidor (não dessa vez, quem sabe na próxima). Talvez por ter sido apenas exposição, sem venda de pacotes de viagem e sem poder reservar voos e hotéis, ao contrário do que aconteceu no Salão do Turismo de 2011.

Braztoa

Uma parte da feira era chamada Braztoa (da Associação Brasileira de Operadoras de Turismo), exclusiva para relacionamento das operadoras de turismo com os agentes de viagem e com os fornecedores (hotelaria, receptivos, etc.).

Pouquíssimas operadoras vendem pacotes diretamente para os turistas, por isso nos dois dias que a feira era aos viajantes (sábado e domingo), a parte da Braztoa ficou praticamente vazia, sem ninguém nos stands.

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Stands

Além disso, a quase totalidade dos stands dos destinos turísticos possuíam expositores como DMCs, hotéis, serviços receptivos e atrativos turísticos. Os DMCs e alguns receptivos não se interessam em divulgar seus serviços diretamente aos turistas, eles focam em operadoras e agências de viagens. Assim, no fim de semana, muitos stands dos destinos turísticos estavam pela metade ou quase sem expositores também. Alguns, nem material deixaram nas mesas.

O conflito de objetivos que era o assunto nos corredores no primeiro dia se confirmou, pois cada público tem um objetivo que demanda uma forma diferente de expor o stand, assim como material diferente.

Setor Internacional

Os stands estavam muito bem montados, muito bonitos e interessantes. Percebemos o crescente capricho e investimento dos destinos turísticos para atrair a atenção do Brasil. Alguns países distantes vêm confirmando a consolidação no mercado brasileiro, como a Malásia, Coréia do Sul e a Índia. Alguns do Oriente Médio também estavam presentes, como Jordânia e Turquia. E outros impressionaram pelo tamanho, como a Argentina, o Uruguai, a Colômbia e o México.

Um dos stands mais bonitos era o da Espanha, com o tradicional colorido que mostra bem a essência do país. O Equador também estava bem destacado entre os países da América do Sul. No stand do Peru, que também estava muito bonito, um chef deu um workshop de comida típica que fez muito sucesso.

Setor Nacional

O setor nacional é sempre muito animado. Praticamente todos os estados estavam representados com as secretarias de turismo e com o trade turístico. Santa Catarina se destacou como sempre ao desfilar pelos corredores com a banda da Oktoberfest e as roupas típicas. O Amazonas trouxe um pouco da cultura e das tradições musicais indígenas. Cada estado trouxe o que tem melhor.

A Avianca mandou bem com a brincadeira de distribuir passagens aéreas. Na cabine a prova de som o visitante dizia sim ou não, sem escutar o que se perguntava do lado de fora: você troca essa passagem aérea para qualquer destino do Brasil, com acompanhante, por essa caneca de plástico?? SIIIIIM... perdeu a passagem...

Vila do Saber

A Júlia assistiu a algumas palestras da Vila do Saber, espaço dedicado ao aprendizado na área do turismo. Ela achou muito grande a quantidade de salas e palestras/treinamentos simultâneos (eram 12 salas), o que fez as pessoas perderem alguma apresentação interessante ao escolher outra da lista. Além disso, ela achou que os conteúdos foram abrangentes, pouco detalhados e acrescentaram pouco conhecimento de fato para os espectadores. E mais, muitos palestrantes focaram mais na auto-promoção do que no compartilhamento de conteúdo, de informações, de experiências.

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O que os visitantes buscam nos stands do evento?

De quarta a sexta-feira o público foi principalmente de agentes de viagem e o movimento foi muito bom. Eles mostraram muito interesse por informações de Bahamas, principalmente sobre visto de entrada, vacinas e o que há além de praias. Quase todos perguntaram sobre isso.

Foi bom ver que agentes de viagens de diversos estados visitaram a feira, com destaque para os do Centro-Oeste e do Sul, muito interessados em saber mais sobre o destino.

No sábado e no domingo, o público foi principalmente de turistas em geral e estudantes de turismo e de hotelaria. De forma geral, esse público procura informações básicas dos expositores e principalmente brindes.

Eles estavam menos interessados em fazer perguntas, apenas pegavam o guia do destino. Alguns poucos que fizeram perguntas queriam saber quanto custa um pacote e reclamaram que na feira não era possível saber preços e nem comprar pacotes. O movimento foi fraco, acho que faltou divulgação.

Números do evento

38.706 visitantes nos três primeiros dias (para o trade turístico)

13.459 pessoas no fim de semana (para o consumidor)

A visitação foi abaixo da esperada. O total de pessoas que frequentaram as salas da Vila do Saber foi de 3.978, algumas estavam superlotadas, mas algumas palestras contavam com menos de 10 pessoas assistindo.

A organização esperava um total de 80 mil pessoas, sendo 30 mil de profissionais de turismo e 50 mil de público final. A quantidade de profissionais foi maior do que a esperada, mas a quantidade de público consumidor foi muito abaixo do esperado.

Bom, não me lembro de ter visto divulgação do evento na mídia, deve ser por isso que a feira ficou vazia no fim de semana. Além disso, sem a possibilidade de vender pacotes para os visitantes, o interesse foi menor.

Fotos: Douglas Sawaki

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Douglas Sawaki é turismólogo e blogueiro. Escreve no Turismo Backpacker com Júlia Sawaki, também formada em Turismo e Hotelaria. O blog é especializado em viagem independente, além de reunir dicas sobre planejamento, fotografia e estudos do trade.

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