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Blogueiros e turismo responsável: que tipo de influência queremos exercer?

BY: Luisa Ferreira dos Santos / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado

Apesar da controvérsia em torno do termo “influencer”, não há como negar que o trabalho de produtores de conteúdo costuma influenciar comportamentos e decisões. Ao divulgar informações sobre viagens, muitos de nós falamos que nosso objetivo é “inspirar” quem consome esse conteúdo. Mas inspirar a quê?

A aprender a tirar fotos bonitas com looks que combinem com o cenário? A colecionar carimbos no passaporte? A competir pelo melhor estilo de vida? A lotar os mesmos destinos turísticos, provocando o chamado “overtourism”? Ou a crescer como pessoas, aprender sobre o mundo e provocar impactos realmente positivos além dos nossos umbigos?

Grande poder, grande responsabilidade

Uma pesquisa do Booking.com mostrou que para 42% dos brasileiros, “um dos fatores considerados ao escolher uma acomodação é se hospedar em propriedades atraentes onde eles possam tirar fotos para utilizar nas redes sociais”.

Imagina que incrível se essa mesma quantidade de gente considerasse importante saber se uma hospedagem tem práticas ambientalmente e socialmente responsáveis, por exemplo? Imagina se todos nós usássemos nosso “poder de influência” para estimular comportamentos desse tipo?

Aquele conselho bem batido do tio do Homem-Aranha cai bem nesse cenário: com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. Mesmo quem não tem uma audiência massiva provoca algum tipo de influência em seus leitores ou seguidores. Não é possível, então, ignorar o peso das escolhas que fazemos ao viajar e divulgar nossas viagens.

Se acreditamos que “vale tudo pelo conteúdo” e tiramos fotos em lugares proibidos ou perigosos, participamos de atrações que prejudicam animais ou divulgamos eventos que promovem destruição ambiental, que tipo de valores estamos promovendo? Que comportamentos vamos incentivar?

O mundo não é nosso parque de diversões

Muita gente vê viagens como merecidos momentos de descanso e descontração, e não há nada de mau nisso por si só. O problema é quando isso nos faz esquecer que os lugares que visitamos não estão lá exclusivamente para servir a nosso divertimento ou contemplação. Pessoas moram e trabalham neles, e existe todo um ecossistema ali que sente o impacto da nossa presença.

Nesse sentido, o mínimo que podemos fazer é respeitar os destinos. Isso envolve, por exemplo, entender como se vestir e como agir para não desrespeitar a cultura local, especialmente quando ela é muito diferente da nossa. Mas vai além disso.

É preciso, em diversas ocasiões, questionar continuamente o impacto das nossas ações. E, sempre que possível, transmitir esse questionamento ao público que acompanha nossas viagens.

Será que essa pessoa se incomoda em ser fotografada? Para onde irá o lixo resultante daquelas lindas lanternas que enfeitam o céu? O que será que faz com que esse animal selvagem se comporte de forma tão amigável junto a humanos? Será que esse destino tem capacidade para suportar um fluxo tão pesado de visitantes ao mesmo tempo?

Desde o impacto no efeito estufa a profundos danos ambientais em lugares como a Maya Bay, na Tailândia, passando por aumentos estratosféricos nos preços de aluguéis que forçam moradores a sair dos bairros onde cresceram, não há dúvidas de que em muitos casos o turismo age como vilão.

Como blogueiros de viagens, acredito que temos o papel de refletir e debater sobre esses cenários de forma realista, em vez de pintar o mundo e as viagens de cor de rosa, mostrando só o lado bom.

Sempre é tempo de aprender

É claro que os maiores danos causados pela indústria do turismo estão muito além do que conseguimos influenciar com um simples post no Instagram. O problema envolve má gestão de políticas públicas, ganância e descaso a nível mundial.

Mas será que isso nos dá o direito de lavar as mãos, ou é mais um motivo para mantermos nosso senso crítico ainda mais alerta e apoiarmos iniciativas responsáveis?

Já fiz muita coisa errada como viajante e como blogueira de viagens sem ter consciência disso. A gente não nasce sabendo de tudo, nem sempre os limites são claros e às vezes é difícil entender as consequências de ações (nossas ou de grandes empresas) que estão normalizadas na sociedade.

Mas só assim vamos melhorando como pessoas, viajantes e “influenciadores”: um passinho de cada vez, aprendendo uns com os outros.

O turismo pode ser uma ferramenta incrível de transformação pessoal, distribuição de renda e trocas culturais. Mas para que consigamos ampliar esse papel positivo e reduzir seu lado nocivo, precisamos fazer escolhas cada vez mais conscientes e nos perguntar a cada post: que influência queremos exercer?

Luísa Ferreira é jornalista e autora do blog de viagens Janelas Abertas.

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Dicas de organização e produtividade para blogueiros de viagens

BY: Luisa Ferreira dos Santos / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo

A cada novo ano, é a mesma coisa: a gente se esforça para cumprir as resoluções formuladas na virada de ciclo, enquanto a vida teima em nos atropelar. Quase nunca é fácil concretizar tudo que planejamos, mas tudo tende a ficar menos complicado quando nos organizamos.

Aproveitei esse início de ano para compilar algumas dicas de organização para blogueiros de viagem, com base no que pratico no meu dia a dia. São estratégias e recursos simples, mas que acabam fazendo a diferença no rendimento do trabalho.

Vale reforçar, no entanto, que quando falamos em organização e produtividade não existe uma fórmula que sirva para todos. O ideal é ir testando abordagens diferentes até encontrar (ou criar) o que melhor se adapte à sua rotina.

Pesquisa e planejamento de pautas

Todo bom blogueiro consulta fontes de informação variadas quando começa a planejar uma viagem, né? Mesmo quando tenho a intenção de viajar mais espontaneamente, sempre levo o conteúdo do blog em consideração. E isso significa, entre outras coisas, sondar pautas que podem surgir daquela visita.

Quando estou na fase inicial de pesquisa sobre um destino, crio uma pasta para ele nos favoritos do navegador e vou salvando lá tudo que acho interessante. Podem ser matérias de jornal, posts de blogs brasileiros e gringos, fotos bonitas, livros relacionados ao país, hotéis ou albergues onde penso em ficar... Também tenho feito o mesmo no Instagram, com o recurso de salvar posts em coleções.

Na etapa seguinte, uso esses recursos como ponto de partida para montar o roteiro da viagem, tanto na perspectiva de viajante quanto no sentido editorial. Costumo criar um documento para o itinerário geral, outro com as informações sobre o que quero conhecer em cada cidade e mais um com ideias de pautas mais genéricas que penso em pesquisar durante a viagem.

Nessa fase, acho válido anotar todas as ideias de pautas que vierem à cabeça, mas sem se apegar muito. Durante o percurso, muitos desses temas certamente vão “cair”, enquanto outros inesperados vão dar as caras.

Seja como for, é importante anotar o máximo que puder sobre cada assunto. Além de descrever a ideia, acrescente links, imagens e outras referências relacionadas àquele tema. Assim, você não só evita o risco de esquecer o que queria abordar no post como já garante um bom ponto de partida para o texto.

Salvar os links originais da pesquisa é importante para indicar as fontes do seu post. Ao publicar o seu artigo, dê crédito para os outros blogs e sites que foram úteis para a sua pesquisa – assim como você gostaria de ter seu trabalho reconhecido e citado. Além de ser uma prática positiva e ética, oferece informações valiosas para o seu leitor.

Para organizar todo esse material, o formato pode variar muito. Conheço gente que faz planilhas no Excel, enquanto outros usam os bons e velhos caderninhos de papel.

Eu acho mais prático usar o Evernote, porque lá posso escrever notas com uma formatação bonitinha, editar quantas vezes precisar, colocar etiquetas organizadoras e acessar tudo facilmente tanto pelo computador quanto pelo celular. Já fui de anotar coisas no Word, num diário de viagem e no celular ao mesmo tempo, mas assim acabava perdendo ideias e informações valiosas.

Depois da viagem, quando tenho uma ideia mais precisa do que vai virar post de fato, vou jogando as pautas num calendário editorial. Nele, tento equilibrar textos com diferentes temas, para diversificar o conteúdo do blog. Mas preciso confessar: às vezes ignoro isso e simplesmente escrevo o que estou a fim de escrever.

Equipamentos de foto e vídeo

Já aconteceu comigo, com amigos e provavelmente com você também: você chega no destino com tudo prontinho para produzir um conteúdo massa, até sentir falta de algum equipamento importante.

Desde levar a câmera sem o cartão de memória a deixa-la descarregar sem perceber ou esquecer o bastão da GoPro em casa, a lista de vacilos pode ser longa. Todo mundo está sujeito a erros, mas a organização ajuda a evita-los.

Uma sugestão é fazer um check-list de equipamentos que você precisa conferir ao fazer as malas, ou antes de sair do hotel a cada dia de viagem. Anote tudo que precisa levar, o que deve checar em cada gadget (se está carregado e com a lente certa, por exemplo) e itens sobressalentes a levar, como cartões de memória e bateria.

Caso viaje junto com outras pessoas que fazem o blog com você, uma sugestão é fazer uma divisão de tarefas. Tipo “você fica responsável pelo drone e eu pelas câmeras”. Assim, cada um vai se acostumando com sua rotina e se reduz o risco de um ficar pensando que o outro fez o que devia ser feito.

Organização e backup de arquivos

Além dos objetos físicos, também é fácil se desorganizar com o tanto de itens digitais que vamos acumulando, né? Por isso, vale a pena tirar algumas horas (ou um dia inteiro, dependendo do nível da sua bagunça virtual) para fazer uma faxina nos arquivos.

Acho válido identificar os tipos de arquivo mais frequentes, fazer um esquema simples e separa-los em pastas de acordo com uma lógica predeterminada, em vez de sair abrindo uma pasta nova para cada coisa.

Algumas sugestões de categorias: documentos e finanças, clipping, relatórios de campanhas e estatísticas, peças gráficas, fotos, materiais para posts, mídia kits, eventos, parcerias e anúncios etc.

Lembrando que tudo isso não vale de nada se você não fizer backup. Afinal, um dos maiores pesadelos para qualquer produtor de conteúdo é perder todas as suas fotos e anotações, né? Mas as chances disso acontecer são mínimas caso você salve tudo em mais de um ambiente além do seu computador.

A “organizadora profissional” Gabriela Brasil sugere ordenar sua vida virtual assim: arquivos de uso frequente ficam no computador e na nuvem, arquivos usados de vez em quando ficam só na nuvem e arquivos importantes que precisam ser guardados indefinidamente vão para a nuvem e backup físico.

Para quem trabalha com fotos em RAW e/ou arquivos de vídeo, é bom fazer esse filtro o quanto antes, separando os itens que vai usar a curto prazo, os que já usou etc. Assim, você evita acumular “peso digital” desnecessário e sobrecarregar seu computador ou servidor.

Processos para facilitar o trabalho

Mesmo que o blog não seja seu trabalho principal, certamente você acumula muitas tarefas de diferentes naturezas relacionadas a ele. Responder e-mails e comentários, atualizar redes sociais, avaliar desempenho de afiliados, acompanhar estatísticas, editar posts antigos, fazer balanço financeiro...

Para não se perder no meio disso tudo, o ideal é criar processos para as tarefas recorrentes, determinando uma periodicidade específica.

Por exemplo: checar e-mails todo dia pela manhã, respondendo o que for mais urgente e marcando o resto como pendente para o fim do dia; avaliar o Analytics e os números de redes sociais toda sexta-feira ou todo fim de mês; escrever newsletter todo domingo; e assim por diante.

No caso de projetos pontuais, vale aquela dica básica de produtividade: dividir as tarefas em pedaços menores e determinar prazos para cada uma. Assim, também fica mais fácil priorizar o que tem mais potencial de trazer retorno, seja financeiro ou de outro tipo.

Recomendo fazer um planejamento mensal, separando as tarefas que precisam sair do papel de todo jeito e aquelas para fazer “se der tempo”. Gosto de colar um papel com essa to-do list na parede do escritório, para olhar para ela todo dia.

Assim como os outros itens listados aqui, a escolha de plataforma para esse planejamento depende de cada um. Tem quem não abra mão de planners de papel, tem os fãs de murais com post-its e tem quem curta usar aplicativos e softwares específicos para gerenciamento de tarefas, como Trello e Asana, especialmente úteis para quem faz o blog junto com outras pessoas.

E você, tem outras dicas de organização para blogueiros de viagens? Compartilha com a gente!

Luísa Ferreira é jornalista e autora do blog de viagens Janelas Abertas.

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ABBV lança área exclusiva de membros para seus associados

BY: Marcella Pacca / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Comunicação ABBV

Depois de meses de planejamento e desenvolvimento, a diretoria da ABBV anuncia uma grande novidade para seus associados: a área exclusiva para membros, acessada através do site oficial.

Com ela, cada associado poderá manter seu perfil sempre atualizado e terá acesso a informações relevantes sobre as parcerias e benefícios exclusivos, além de contar com uma base de conhecimento com conteúdo para profissionalização do blog, nos mais variados temas de atuação, de SEO e media kit a informações jurídicas e de registro de marca.

Em soft launch desde outubro de 2018, a funcionalidade dará origem a uma base de dados que será útil também para o desenvolvimento de atividades da associação, como a indicação para parceiros ou a organização de press trips.

Nosso maior objetivo é apoiar o crescimento profissional dos blogueiros de viagem e criar condições para que o desenvolvimento e a rentabilização da atividade ocorram de maneira ética e duradoura. Na área exclusiva do associado, os participantes poderão ainda entrar em contato direto com a diretoria da ABBV para tratar de dúvidas, denúncias, sugestões e outros assuntos do seu interesse.

Com o passar do tempo, esse novo espaço concentrará tópicos de discussão, hangouts, links e conteúdos de interesse divididos em outros canais como o grupo de Facebook ou grupo do Whatsapp. Desse modo, a área de membros se torna um espaço de constante atualização e fonte de recurso para o associado desenvolver o potencial do seu blog.

Para criar o seu perfil e ter acesso à área de membros, os associados devem acessar a preencher o formulário através do site da ABBV e aguardar para que a diretoria verifique e aprove o cadastro.

Esperamos que essa nova funcionalidade no site contribua para o crescimento da ABBV e contamos com o feedback de todos os associados sobre os recursos da plataforma e sugestões de conteúdo que possa ser incluído na base de conhecimento.

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10 tendências de viagem para 2019, segundo o Pinterest

BY: ABBV / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Dados do setor

O Pinterest se tornou uma das principais redes sociais para o segmento de turismo, onde os usuários montam seus quadros de inspirações e buscam por novas ideias. O conteúdo compartilhado no Pinterest de certa forma reflete as imagens que estão nos sonhos e nos planos das pessoas.

Os temas mais buscados e compartilhados na rede indicam as próximas tendências de viagem – interessante para a gente se inspirar na hora do planejamento de viagem e também na hora de criar conteúdo! Entre as principais as tendências para 2019, se destacam destinos mais remotos e menos lotados, além de viagens com menos impacto ambiental. Confira o top 10:

Ilhas remotas: Para além das ilhas mais famosas, como Floripa e Ilha Grande, há um crescente interesse por ilhas menos concorridas, sombra e a?gua fresca em um lugar tranquilo. As buscas por ilhas remotas ("less travelled islands", em inglês) tiveram um aumento de 179%.

Cidadezinhas charmosas: As pessoas querem conhecer cidadezinhas com paisagens bucólicas, pousadas charmosas e lugares tranquilos para descansar. As buscas por cidades pequenas para viajar ("small town travel", em inglês) tiveram um aumento de 276%.

Rumo ao desconhecido: A ideia de viajar sem saber o destino está se tornando realidade. Quem organiza a viagem combina com os amigos/família/casal de liberar a agenda, deixa o destino da viagem em segredo e só revela quando a viagem começa! As buscas por destino surpresa ("surprise destination", em inglês) tiveram um aumento de 192%.

Estilo medieval: Os viajantes estão deixando de lado os palácios luxuosos à procura de magníficos castelos em ruínas. As buscas por castelos abandonados ("abandoned castles", em inglês) tiveram um aumento de 142%.

Cores do outono: Todo mundo quer aproveitar o clima para curtir um fondue, um vinho ou um passeio entre as folhas secas. As buscas por paisagens de outono ("autumn scenery", em inglês) tiveram crescimento de 94%.

Viagens de bicicleta: Tanto os ciclistas casuais quanto os mais experientes querem explorar novos lugares pedalando. As buscas por passeios de bicicleta ("bike tours", em inglês) tiveram um aumento de 64%.

Sem desperdício: Para se fazer uma “viagem sem lixo” é preciso que o transporte, a alimentação e até mesmo a acomodação sejam estratégicos e sustentáveis. As buscas por viagem sem lixo ("zero waste travel", em inglês) tiveram um aumento de 74%

Resorts de águas termais: Sucesso como fonte de renovação e relaxamento, tanto em resorts de alto padrão quanto em meio à natureza, as buscas por águas termais ("hot springs", em inglês) tiveram um aumento de 32%.

Viagens de ônibus: Tanto em excursões rápidas quanto nas rotas que cruzam o país, os viajantes mais econômicos estão pegando a estrada. As buscas por viagem de ônibus ("bus travel", em inglês) tiveram um aumento de 32%.

Cidade Maravilhosa: Mesmo depois das Olimpíadas, o Rio de Janeiro continua lindo com a mistura de cidade, praia e carnaval. As buscas por Rio de Janeiro tiveram um aumento de 142%.

As tendências divulgadas pelo Pinterest levam em conta termos que registraram aumento do volume de buscas de forma constante por pelo menos 6 meses. Foi analisado o período de janeiro a setembro de 2018, em comparação a 2017.

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O que marcas esperam de influenciadores digitais

BY: Patricia Papp / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Eventos, Mercado

A relação profissional entre marcas e influenciadores digitais foi um dos principais temas em debate na última edição do YouPixCon, evento que reúne influencers, marcas e agências com o objetivo de aproximar todos os envolvidos e discutir o mercado.

Antes de entrar um pouco mais neste assunto, acho importante fazer uma observação fundamental: a palavra influencer vem com uma carga negativa muito grande, porque associamos a pessoas que geram conteúdo superficial, usam táticas questionáveis para ter mais seguidores e fotos apelativas no Instagram. Mas, na origem da palavra, indica que são aqueles cujas opiniões outras pessoas levam em conta ao decidir o que fazer, o que comprar, e que comportamentos assumir. Ou seja, de alguma forma, todos nós influenciamos as pessoas ao nosso redor – em alguns assuntos mais que em outros. #somostodosinfluencers.

Dito isto, para não causar mais ruídos, vou substituir a palavra influencers por outra que foi muito usada durante o YouPixCon e talvez seja muito mais adequada hoje: creators. Por que creator? Porque muito mais do que distribuir, nosso papel é criar.

O mercado de creators está amadurecendo e está cada vez mais profissional, o que é muito bom. No encontro foi possível ver todos os lados deste ecossistema. Os canais do creator, que são suas ferramentas de expressão, estão se tornando um negócio – e não se trata apenas de monetização do trabalho realizado, mas também da expectativa das marcas e do público geral sobre a postura que os creators precisam ter em termos de disponibilidade, qualidade e responsabilidade.

De forma geral, no YouPixCon, youtubers e produtores de conteúdo em vídeo têm bastante protagonismo, afinal esta é categoria que tem visto crescimento mais acelerado (80% do consumo de conteúdo nas redes sociais é em vídeo). Mas uma das grandes discussões do evento é comum também a outras formas de produtores de conteúdo: o que as marcas esperam dos creators?

Reuni alguns dos principais pontos levantados durantes as palestras tanto pelas marcas, quanto pelos criadores e professionais que os agenciam.

Perfil do projeto e da audiência

A Dani Noce, no painel “Como vender projetos para marcas?”, começou falando sobre a importância de entender o público do seu canal. “Sentem em uma mesa, conversem com sua audiência. Assim, quando as marcas trouxerem seus projetos, é possível avaliar se eles fazem sentindo com o seu canal”. Paulo Cuenca, sócio da Dani, complementou: “Por que eu sou quem eu sou e porque alguém vai prestar atenção em mim?”

Conexão humana

Indicação por amigos em redes fechadas é a forma mais impactante de comunicação. As marcas têm muito mais dificuldade de engajamento do que as pessoas, então o creator é uma ponte neste relacionamento com o público. A Amira Ayoub, da Latam, mencionou esta questão no painel “A Era do do Creator Marketing” – eles já perceberam que parcerias com creators podem converter muito bem.

Propósito

Qual a mensagem que você vai levar adiante? Na opinião da Nay Ruiz, gerente de Redes Sociais do Bradesco, a marca e o creator precisam compartilhar um propósito comum. Só assim o conteúdo será genuíno, autêntico e fluido. Isto é mais importante do que a forma do que será entregue. A entrega em si pode ser cocriada entre a marca e o creator, mas para isto é muito importante que se saiba qual o objetivo de comunicação e a voz da marca. Para ajudar a entender como o propósito impacta a comunicação, vale a pena assistir ao TED do Simon Sinek, em que ele apresenta sua teoria Start With Why.

Ética e relevância

Autenticidade e autoridade são cada vez mais valorizados, pois transferem a mensagem do creator para a marca. O Pedro Alvim, da Magazine Luiza, falou que obviamente eles olham para os números, mas que a base de fãs não significa nada se não há engajamento. Na era do nicho e micro nicho, grandes números comprados não convertem, não geram conexão humana. “Eu não contrato os criadores de conteúdo simplesmente como alguém que tem uma audiência, contrato como verdadeiros criativos”, disse Chris Kindt VP da Red Bull. Paulo Cuenca também falou sobre números: “Os números são importantes, mas não são essenciais. A voz única se trata de você ser relevante em uma comunidade”.

Relacionamento

A marca precisa se tornar relevante para o creator, ela precisa fazer sentido dentro do discurso daquele canal, para que ela seja reconhecida pela audiência. Quando a marca consegue se inserir dentro daquele conteúdo de forma autêntica, o relacionamento pode (e deve) ser duradouro – ações pontuais interessam muito menos, não apenas pelo menor impacto que geram, quanto pelo ganho de gestão e alinhamento que se tem numa parceria mais longa.

Multitalento

O creator produz conteúdo em múltiplas plataformas e se divide entre diversos papéis: é roteirista, designer, edita fotos, escreve, adapta, filma, mensura, analisa, entende de tecnologia, compreende as demandas da audiência e interage com o público. Quanto mais ele entrega, mais valor o contrato pode ter.

Proatividade

É preciso inovar e ter ideias o tempo todo. Os canais mudam, os algoritmos mudam, não há como assumir uma posição passiva. As marcas esperam que os criadores cheguem com projetos bem preparados, sejam capazes de adaptá-los de acordo com objetivos específicos, se coloquem a disposição para fazer ajustes, ouçam e também falem do seu relacionamento com o público porque dominam a conversa. Dani Noce falou que se o creator tiver uma posição passiva, vai virar um banner. “É muito importante que os criadores façam projetos que tenham a ver com a sua voz única”.

Foi muito bom poder presenciar relações onde marcas e creators colaboram para a criação de campanhas e de conteúdos relevantes, para diversas plataformas, com acompanhamento de objetivos específicos e continuidade nas relações. Eu sei que parece um mundo perfeito demais para existir, na prática isto ainda não está plenamente difundido no mercado, mas só o fato de estarmos fazendo parte da construção de um mercado assim já é um bom começo.

Patricia Papp é editora do blog Viajo com Filhos e sócia da Editora Pulp.

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Competitividade e estratégia de blogs de nicho – Entrevista com InterNey

BY: Fernanda Castelo Branco / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado

Edney Souza, conhecido no mundo digital como InterNey, trabalha no mercado de tecnologia e comunicação desde 1990. Ele acompanhou de perto todas as fases do conteúdo online no Brasil, desde o início da nossa “blogosfera”.

Além de ser diretor acadêmico na Digital House e professor de Marketing Digital na ESPM, Edney é organizador da Social Media Week SP, colunista do blog WordPress.com Brasil e conselheiro da ABRADi-SP.

Convidamos InterNey para uma conversa sobre blogs de nicho, buscando insights de um profissional que conhece todos os lados do mercado de conteúdo digital.

1) No ecossistema da internet, os blogs já passaram por diversas fases. Com o crescimento acelerado das plataformas de conteúdos em vídeo, como você vê a relação das pessoas com os blogs hoje? Qual o espaço dos blogs e o que faz essa plataforma manter audiência e se viabilizar financeiramente, numa época em que só se fala de instagrammer e youtuber? 

Para conteúdos mais técnicos e aprofundados, assim como para o mundo B2B, o texto continua sendo uma forma eficiente para transferir informações. Isso acontece porque, além de ser facilmente buscado, o texto permite que os olhos saltem grandes porções de conteúdo ou retomem determinado trecho facilmente.

Em vídeo é mais difícil avançar e voltar livremente. O vídeo acaba funcionando melhor para contar histórias ou para conteúdos mais básicos, estilo tutorial passo-a-passo onde raramente o espectador vai saltar etapas.

Dentro do texto, o blog acaba dividindo espaço com outras plataformas como o LinkedIn e o Medium, porém nada tem a liberdade do blog em termos de customização e integração com outras mídias.

Quanto a viabilidade financeira, eu vejo o blog como uma plataforma mais interessante para quem tem um negócio, é consultor ou atua como freelancer, cuja remuneração não venha diretamente da plataforma. Isso porque a maior parte da receita de anúncios não está mais em sites, e sim em redes sociais ou links patrocinados. O Youtube é uma exceção nessa disputa porque é a única plataforma onde o usuário pode ganhar alguma coisa mesmo sem uma marca investir diretamente – basta chegar em 10 mil assinantes e ligar a monetização dos vídeos.

2) E com relação ao mercado? Às vezes é difícil encontrar parceiros sem ter o volume de audiência dos grandes portais ou a quantidade de seguidores das webcelebridades. Como as marcas enxergam o papel dos blogs - especialmente os de nicho - dentro de suas estratégias de marketing? 

Numa estratégia para marketing de influência, é interessante trabalhar com 3 tipos de influenciadores para atender todo o funil de vendas: webcelebridades para awareness, especialistas para consideração e microinfluenciadores para conversão. Os blogs de nicho podem atuar como microinfluenciadores ou como especialistas, dependendo do conteúdo e do segmento. Eles têm um papel importante na etapa da consideração. Quanto maior o ticket da venda do produto de nicho, maior o valor desse especialista para a marca.

3) Blogueiros e influenciadores sempre vivem o dilema de se dividir entre diversas atividades - produção de conteúdo, gestão dos canais, contato com parceiros, interação com seguidores, participação em eventos, mil redes sociais diferentes (cada uma exigindo formatos específicos)... Ufa! É comum que esses criadores de conteúdo experimentem burnout, FOMO e outros efeitos associados ao estresse. Como um blogueiro pode identificar o que deve ser prioridade nessa rotina? 

É realmente importante os criadores de conteúdo de nicho usarem também as redes sociais. Instagram é ótimo para viagens, por exemplo, mas ninguém vai decidir uma viagem só pela foto – nesse momento, um blog associado a um perfil de Instagram com certeza vai atrair melhores resultados do que um dos dois canais sozinhos.

Mas a prioridade tem que ser aquilo que ajuda a manter sua reputação e a pagar suas contas. Enquanto você tem uma boa reputação terá gente querendo te ouvir. Vale testar novas redes sociais, estar em diversos eventos, mas se isso não paga suas contas talvez você esteja com o foco errado.

Se a sua área de conteúdo é muito competitiva, talvez você precise se especializar um pouco mais e ser ainda mais nichado. Isso vai valorizar seu conteúdo e diminuir um pouco do tempo necessário para se atualizar e ser competitivo.

Separe algumas redes para testar, alguns eventos para comparecer, mas separe também tempo para sua família e amigos.

4) A habilidade de cultivar uma comunidade em torno de seu conteúdo é um dos fatores que mais pesam na relevância de um blogueiro. Quais as recomendações para fidelizar leitores, estimular o público a se engajar e, idealmente, chegar ao ponto de se tornar um assinante/apoiador ou mesmo consumidor dos produtos que você oferece? 

Criadores de conteúdo de nicho com foco em uma estratégia de remuneração direta precisam entender que é preciso ter escassez e demanda. A escassez é uma questão pois, se tem muita gente fazendo o mesmo conteúdo que você, ele tem pouco ou nenhum valor. Incremente a qualidade técnica do seu conteúdo, mas mantenha a simplicidade na linguagem.

Por outro lado, tem a demanda: se existem muitas pessoas querendo comprar os produtos ou serviços que você avalia/comenta em seu blog, isso pode ser rentável mesmo com baixo volume de leitores. Vale sempre a pena buscar mais leitores, mas se eles não estão dispostos a gastar então esses leitores tem pouco valor para a conversão.

Com relação ao engajamento da comunidade, envolva seus leitores na produção de conteúdo. Use seus comentários no blog ou em redes sociais para tirar ideias de conteúdo. Faça lives. Marque encontros nos eventos. Ouça e reaja de acordo com o que ouvir.

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Entrevista por Fernanda Castelo Branco, autora do blog Vontade de Viajar e Diretora de Comunicação da ABBV.

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Influencer marketing: quem precisa de milhares de seguidores?

BY: ABBV / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Mercado

Imagine uma marca de brinquedos infantis anunciando no Jornal Nacional. Ou uma marca de skates fazendo propaganda no meio da novela das 9h da Globo. Será que faria muito sentido produtos de nicho investirem em campanhas publicitárias em programas tão massivos?

Provavelmente não. Essa marca de brinquedos poderia gastar muito menos e ser mais eficiente se focasse num canal por assinatura infantil ou numa programação diurna da TV com desenhos animados. A marca de skates teria um melhor retorno se pensasse numa revista de esportes radicais ou num site que fala, por exemplo, sobre rock ou tatuagem.

Não parece simples? Então porque é que as empresas quando chegam na internet e querem anunciar em blogs ou influencers não raciocionam assim? Grande parte das marcas só quer o Jornal Nacional ou a novela, ou seja, os blogs enormes e influencers com milhões de números. Porém se esquecem de ver o que essas pessoas têm a ver com a marca – não apenas os produtos e serviços mas também os valores e o estilo de vida.

Mais do que o volume de audiência, é interessante observar se o blog ou perfil domina o assunto, se aborda temas do universo da marca normalmente, se é reconhecido naquele segmento. O influenciador consegue estabelecer uma comunicação autêntica com o público do produto? É respeitado por quem compra? Esses, sim, são fatores que definirão o poder de influência na tomada de decisão do consumidor.

Escolher alguém pelo número dos seguidores é uma tática ótima para grandes marcas que visam exposição de marca ou querem anunciar algo massivo. Mas também implica dispersar recursos numa segmentação de público ampla demais.

Trabalhar com blogs ou perfis de nicho é uma opção inteligente para abordar o público-alvo de forma mais eficaz. O investimento direcionado atinge um público mais qualificado, com maior afinidade para o seu tipo de produto. Essa abordagem também permite que médias e pequenas empresas sejam capazes de ter estratégias de marketing bem otimizadas, mesmo que não haja orçamento para blogs e influencers de grande porte.

É muito mais provável gerar bons conteúdos e alcançar potenciais consumidores quando se criam diálogos genuínos, recomendações qualificadas e um projeto consistente de médio prazo, do que quando se aposta todas as fichas em uma exposição massiva e indistinta pontualmente.

É preciso ir além do número de seguidores e acompanhar a pessoa por um tempo, para conhecer sua linguagem, avaliar seu conteúdo e entender o comportamento de seu público. Escolher alguém para representar sua marca é um compromisso de eficiência e credibilidade, e por isso exige cuidado e estratégia.

Por Túlio Bragança, autor do blog Aires Buenos e ex-diretor da ABBV

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Adventure Sports Fair 2018: blogueiros da ABBV falam sobre viagens de aventura

BY: Bruna Barbosa / 4 COMMENTS / CATEGORIES: Comunicação ABBV, Eventos

Entre 19 e 21 de outubro, aconteceu em São Paulo a Adventure Sports Fair 2018, maior feira da América Latina voltada exclusivamente para turismo e esportes de aventura. O evento conectou representantes de diversos destinos, marcas e milhares de aventureiros.

Sucesso absoluto de público, a feira contou com 4 espaços destinados a palestras e oficinas que apresentavam técnicas e práticas diversas relacionadas à vida outdoor, além de uma sala dedicada exclusivamente ao turismo que sediou o FITS – Fórum Interamericano de Turismo Sustentável 2018.

Blogs da ABBV na programação

No domingo, a Associação Brasileira de Blogs de Viagem (ABBV) levou uma programação especial à Sala de Turismo. Douglas Sawaki, Diretor de Relações com o Mercado da ABBV, apresentou o trabalho da associação no cenário do mercado de turismo brasileiro e, em seguida, convidou blogueiras associadas para compartilharem suas experiências de turismo de aventura.

Keila Kubo, do Blog Turistando Pelo Paraná, deu ótimas dicas para quem quer fazer viagens de aventura com filhos; Bruna Barbosa, do Blog Expressinha, mostrou que o trekking para o Everest Base Camp é viável para todos.

2018 Adventure Fair - Viagem de aventura com filhos
Keila: viagem de aventura com filhos

Dois dos destinos que mais despertam a curiosidade dos viajantes também foram tema da programação. Deusa, autora do blog Deusa Rodrigues, contou sobre as aventuras que o continente africano proporciona, e Jordana Cavalcante do blog Jô Viajou desmistificou a Amazônia apresentando um pouco das belezas de Roraima.

Além das palestras no espaço dedicado à ABBV, outros associados levaram conteúdo ao evento. No sábado, Marcia Tanikawa e João Carlos Ismael Netto, do blog Os Caminhantes, dividiram seu conhecimento sobre trilhas com crianças e trilhas adaptadas; e Natalie Soares e Fred Marvila, do blog Sunday Cooks, explicaram como organizar uma viagem para o Peru.

Douglas Sawaki esteve também nos palcos da Adventure Fair representando seu blog Me Leva de Leve, e contou tudo sobre a Trilha Salkantay no Peru, fechando a participação dos associados no evento.

2018 Adventure Fair - palestra Douglas Sawaki
Palestra de Douglas Sawaki na Adventure Fair

Novidades do turismo de aventura

A feira proporcionou ótimas oportunidades de conhecer produtos dedicados ao turismo e esportes de aventura que estavam expostos: desde carros e motorhomes à roupas adaptadas e equipamentos para camping, mochilas e gadgets.

Muitos destinos como Peru, Foz do Iguaçu, Brotas, Nova Zelândia, diversos Parques Nacionais e cidades e estados de todo o Brasil trouxeram representantes que estavam lá incentivando as visitas e facilitando parcerias.

Sustentabilidade e turismo adaptado

No FITS foram apresentadas possibilidades de gestão de sustentabilidade e de exploração consciente de áreas protegidas, como também opções de trilhas de longo curso para serem implementadas no país com exemplos de experiências de sucesso no exterior que podem nos inspirar.

Entre os participantes da feira, diversos aventureiros estavam expondo e abertos para um papo. A família Zangaro, que esse ano bateu os recordes de brasileiro mais velho e brasileira mais nova (pai e filha) a chegarem ao cume do Everest, inspirou centenas de pessoas com seu projeto 7 cumes, enquanto o pessoal do projeto Família pelo Mundo contava como viajou 65 países com 2 crianças pequenas em um motorhome. Muitas histórias incríveis de pessoas que praticam os mais diversos esportes e aventuras!

Outra questão de destaque no evento foi o esporte adaptado. Muitas palestras abordaram o assunto, e foram montadas áreas específicas dedicadas ao tema. Com acesso garantido a todas as demais áreas, o público que tem mobilidade reduzida teve enorme presença e pode participar inclusive nas experiências interativas.

2018 Adventure Fair - Douglas Sawaki Diretor ABBV
Douglas Sawaki, Diretor de Relações com o Mercado da ABBV

Networking, diversão e inspiração

As atividades da Adventure Sports Fair fizeram incrível sucesso! A parede de escalada, o circuito de arvorismo, o tanque de mergulho, a piscina de remada, a queda livre e os simuladores de vôo livre estiveram o tempo todo lotados e com longas filas. Até uma oficina de culinária outdoor foi realizada!

Com tantas atrações, a feira atraiu visitantes de todas as idades. Os destinos e relatos trouxeram opções para todos, inclusive para a terceira idade. As crianças se deliciaram nas interações e também conhecendo a história de esportistas e aventureiros. A sementinha da vida outdoor, saudável e sustentável, foi plantada em todas as gerações!

O balanço final da feira foi excelente. A ABBV marcou sua presença, os blogueiros puderam expor seus trabalhos e incentivar ainda mais pessoas a viajarem e se aventurarem, tivemos inúmeras oportunidades de network e certamente bons frutos resultarão em breve.

Bruna Barbosa é autora do blog Expressinha.

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Você deveria pensar seriamente no nicho do seu blog de viagem

BY: Priscila Brito / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado

Por Priscila Britto, autora do Festivalando, blog especialista em viagens para festivais de música e turismo musical. 

O digital nasceu para a conversa qualificada e não para dar tiro de canhão. Faz pouco tempo, vi esse comentário no Twitter da consultora e professora Liliane Ferrari, que inclusive já palestrou para membros da ABBV. A frase foi dita numa conversa com Rosana Hermann sobre a errônea fixação por números astronômicos de likes, views e seguidores.

Ela resume bem a natureza do digital, que favorece a formação de comunidades e uma comunicação mais dirigida no lugar de uma estratégia que prioriza falar com todos e obter o máximo alcance. É o lugar do nicho e não o da massa - por mais tentadores que os grandes números sejam.

Quem é você na fila do pão?

Eu não fazia ideia disso quando eu e a Gracielle colocamos no ar quatro anos atrás o Festivalando, nosso blog de viagem para festivais de música e turismo musical. Pra falar a verdade, a gente não sabia de muita coisa naquela época, rs. Mas ao longo do caminho e hoje, mais do que nunca, foi ficando claro que ter um nicho definido no segmento de viagem foi um dos fatores que nos fez avançar.

Com os nossos pageviews de um blog de porte médio e pouco menos de 15 mil seguidores somadas as redes sociais, é bem provável que não teríamos o currículo que temos hoje se não fosse pelo nosso recorte.

Fazemos parte de um universo de mais de 60 mil blogs de viagem no Brasil, com alguns grandes blogs muito bem estabelecidos, que já fazem um trabalho irreparável e completo de viagem como um todo, num plano macro. A essa altura do mercado, quais chances tem alguém que estaciona no arroz com feijão das "dicas de viagem"? E o que ganha o viajante com mais um blog de dicas gerais, em meio a tantos que já existem?

Até porque, em última análise, todo blog de viagem é um blog de dicas; o trabalho é definir para qual tipo de turista e tipo de viagem essas dicas vão ser direcionadas.

Um roteiro preciso

Antes de tudo, ter um nicho te dá precisão na comunicação. Não só na definição do seu público e delimitação do mercado em que você vai atuar como também em elementos correlacionados a esse trabalho: na construção da sua marca, na comunicação da sua missão, na definição da sua estratégia editorial e comercial e na transmissão desse recorte para a audiência e para o mercado.

Essa clareza faz toda diferença num mundo de informação abundante e caótica, tanto para quem comunica quanto para quem recebe a informação.

Diferencie-se para chamar atenção

Quando você se posiciona dentro de um nicho, consegue também a diferenciação, o que é um trunfo no meio digital. Primeiro, porque isso te permite chamar atenção num ambiente de profusão de informação, com conteúdo sendo despejado a todo momento.

Por mais diminuto que seja o seu nicho, o seu público vai te achar e vai se agregar em torno de você por identificação e por necessidade, já que o seu blog atende como nenhum outro as demandas dele.

Receber e-mails de gente falando que tinha encontrado no Festivalando o seu lugar quando o blog não tinha nem 500 page views mensais foi uma grande prova disso, e na época eu nem fazia ideia do que isso representava.

Segundo, a diferenciação abre caminho para a especialização, o que por sua vez é um dos elementos que te ajuda a construir autoridade, um ativo fundamental para um blog de viagem, que é ancorado em experiências e recomendações pessoais.

Se o Festivalando foi convidado para entrar na rede de blogs da MTV Brasil e ser embaixador do Lollapalooza Brasil com apenas seis meses de existência, e hoje pode ostentar ter sido parceiro do Spotify e ao mesmo tempo ser referência acadêmica e palestrante na ABAV, isso se deve à escolha do nicho e ao trabalho consistente que fizemos em cima dele.

E não são só os blogs individualmente que podem se beneficiar ao se posicionarem dentro de um nicho. A blogosfera como um todo se torna mais diversa. Consequentemente, fica mais atrativa para diferentes grupos de pessoas e também para uma variedade maior de potenciais parceiros do mercado, o que se converte em mais oportunidades para blogueiros. Enfim, um cenário mais qualificado com menos tiro de canhão e mais flechas certeiras, com o foco em nichos.

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ABBV firma parceria com Infinite Cloud Computing

BY: ABBV / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Parcerias

A Associação Brasileira Blogs de Viagem tem o prazer de anunciar sua parceria com a empresa de hospedagem Infinite Cloud Computing. Todo associado à ABBV terá condições exclusivas para hospedar seu blog em servidores de nuvem.

Serão oferecidos descontos em todos os planos, além dos serviços gratuitos de migração; otimização do WordPress; CDN com ponto no Brasil; backups diários; proteção anti-DDoS; bancos de dados ilimitados, e demais benefícios oferecidos regularmente aos clientes Infinite.

É uma oportunidade interessante para blogueiros que querem usar as tecnologias de nuvem Digital Ocean, Google Cloud ou Amazon Web Services, mas contar com suporte técnico em português e pagamento em reais.

As condições são válidas até fevereiro de 2019. Para saber como obter o desconto, membros da ABBV devem consultar o grupo de associados no Facebook ou a área exclusiva do site.

Nesses 6 anos de história, a ABBV estabeleceu diversas parcerias decisivas para o crescimento e profissionalização dos blogs de viagem. O acordo com a Infinite é mais uma iniciativa que reforça o compromisso em apoiar os associados em todos os aspectos de sua atuação.

Se você ainda não faz parte da ABBV, leia nosso F.A.Q e veja se seu blog se enquadra nos pré-requisitos e está de acordo com nosso Código de Ética. Se você compartilha de nossa filosofia e valores, associe-se já!

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