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Acessibilidade digital: como tornar seu blog mais inclusivo

BY: Fernanda Castelo Branco / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo

O Movimento Web para Todos foi idealizado em 2017 para transformar a internet brasileira em um ambiente mais inclusivo. A iniciativa promove práticas que facilitam a navegação do conteúdo digital por pessoas que possuem mobilidade reduzida ou dificuldades motoras, pessoas surdas e com baixa audição, pessoas cegas, com baixa visão e daltônicos – além de uma série de outras deficiências, como intelectuais, cognitivas e múltiplas.

Estamos falando de um público potencialmente grande: são 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência (Censo IBGE 2010). Porém o MWT estima que atualmente somente 5% das páginas da web brasileiras são acessíveis para eles.

Tecnologias assistivas para a acessibilidade

A tecnologias assistivas são softwares que auxiliam a navegação online ou adaptam o conteúdo para quem não consegue acessar da forma habitual. Alguns exemplos são controles de cursor com movimentos da cabeça ou comando de voz para usuários que não podem usar teclado e mouse, aplicativos narradores de conteúdo para usuários com baixa visão, ou mesmo avatares que traduzem o texto para Libras - linguagem de sinais usadas por deficientes auditivos.

Tecnologias como essas permitem que muitos desses usuários possam realizar atividades online que pesquisar, consumir entretenimento e comprar pela internet.

Como tornar seu blog mais acessível

O que criadores de conteúdo, designers e desenvolvedores podem fazer para tornar o blog mais amigável para pessoas com deficiência e mais adequado para tecnologias assistivas? A atenção a alguns pontos pode fazer a diferença:

  • Prefira escrever na ordem direta: isso auxilia a interpretação dos avatares de Libras e, principalmente, a compreensão por parte de pessoas com dislexia e com baixo letramento, por exemplo.
  • Não exagere nas figuras de linguagem: elas podem ser um bom recurso estilístico mas é importante evitar exageros, pois são difíceis para a interpretação dos avatares de Libras e podem afligir pessoas com autismo.
  • Descreva as imagens informativas: use a função “image alt” para descrever a imagem ao criar um artigo para o blog – desta forma, softwares de leitura para cegos conseguem descrever as informações visuais de mapas, fotos, tabelas, ilustrações etc. O Instagram recentemente também adicionou essa funcionalidade.
  • Indique o destino dos links: evite chamadas genéricas como “Clique aqui”, “Saiba mais”, “post”. De preferência, use textos âncoras que indiquem o destino do link, citando o nome do site, por exemplo.
  • Ao produzir vídeos: insira legendas e avalie também incluir descrição de conteúdos que não sejam falados no vídeo, para que cegos não percam essas informações. Assim como conteúdo em áudio, como podcasts, devem ter transcrição.
  • Escolha estilos de fonte fáceis de ler: evite letras com estilo desenhado demais, ou com tamanho muito pequeno. As cores do texto e dos demais elementos também devem ter contraste em relação à cor do fundo.
  • Use botões de tamanho adequado: itens muito pequenos ou muito perto um do outro podem dificultar o clique para pessoas com dificuldade motora.

Muitas dessas práticas de acessibilidade digital são positivas de forma geral para o blog, inclusive para posicionamento nos mecanismos de busca, além de beneficiar outros usuários, como pessoas mais idosas. Saiba mais no site do Movimento Web para Todos.

Foto em destaque: Josh Calabrese


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Estratégia de conteúdo na prática – Entrevista com Luiza Drubscky, da Rock Content

BY: Fernanda Castelo Branco / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Parcerias

A palestra de Luiza Drubscky foi um dos grandes sucessos no Seminário ABBV 2019. Gerente da Rock Content e especialista em marketing de aquisição, Luiza abordou como otimizar a estratégia de conteúdo do blog para obter melhores resultados orgânicos, numa sessão cheia de insights valiosos!

Convidamos a especialista para mais uma conversa sobre táticas para colocar em prática uma estratégia eficiente. Confira abaixo a entrevista e aproveite para conhecer também a Rock University, projeto liderado pela Luiza, e que oferece mais de 20 cursos de marketing digital (com desconto exclusivo para associados à ABBV!) para desenvolver habilidades que podem fazer a diferença na atuação profissional de um blogueiro. 


1. Ter uma estratégia de conteúdo consistente é crucial para o crescimento de um blog, mas muitos começam de forma casual, compartilhando experiências pessoais. Quais os principais passos para dar uma guinada em direção a uma atuação estratégica? 

Realmente, de todos os casos que eu já vivenciei, acredito que um dos principais fatores para dar uma guinada nos resultados digitais é a constância nas publicações. Mesmo que se tenha começado de maneira casual, acredito que seja muito importante criar um calendário editorial e se esforçar bastante para conseguir mantê-lo e respeitá-lo.? 

O ideal é fazer um compromisso mínimo do que se consegue publicar e, caso seja possível, publicar um ou outro conteúdo extra. Acredito que seja melhor conseguir superar o planejamento do que pode ser feito com o padrão de qualidade desejado do que se comprometer com um volume alto de conteúdos e, ao perceber que o volume está alto demais, acabar cortando a frequência ou até diminuir o padrão de qualidade dos conteúdos – o que, na minha opinião, seria ainda pior.? 

Mesmo compartilhando experiências pessoais, com certeza você consegue distinguir alguns temas ou tipos de conteúdo que a sua audiência gosta e interage mais. Baseie-se nessas informações para construir o seu primeiro calendário editorial e comece daí! E lembre-se também de que uma estratégia de blog também não é escrita em pedra, ela pode (e deve) estar em constante desenvolvimento. Então se você começou um calendário editorial de baixo volume, mas percebeu que consegue aumentar o volume, por exemplo, faça isso! E mantenha essa nova rotina por pelo menos 3 meses, para que tanto a sua audiência quanto o Google possam identificar os novos padrões e ritmos da sua estratégia. 


2. O posicionamento de nicho pode ser interessante para a diferenciação em um mercado muito amplo e com baixa barreira para concorrentes, mas nichos são, por definição, espaços mais limitados. Como trabalhar temas da "cauda longa" sem esbarrar no baixo volume? 

O nicho é, por definição, uma segmentação de mercado e, por isso, tendemos a lidar com um volume de pessoas limitado. Entretanto, isso não quer dizer que não valha a pena atacar essa estratégia de nicho. Baixo volume por si só não diz muito sobre qualidade e potencial de mercado. Eu acredito que o principal valor que deva ser trabalhado é o relacionamento com a audiência. Crie uma conexão com o seu público, estabeleça novos vínculos mostrando que você entende quais são os principais problemas que a sua audiência tem e como você pode ajudá-la em cada um desses momentos. Naturalmente, ao juntar essas informações das dores da persona com a pesquisa de palavras-chave, você vai perceber que a maioria delas é de "cauda longa" e as estratégias se integram.? 

Como um exemplo de conteúdo ligado à dor da persona, recentemente eu mesma passei por uma situação estando do lado de quem procura por informações. Estou planejando uma viagem para fazer com minha família nas férias e tive a seguinte dúvida: "qual o melhor tipo de sapato para usar na cidade X". Tem pesquisa mais "cauda longa" que essa? Mas confesso que tive dificuldades de encontrar muitas respostas em blogs. Encontrei duas muito superficiais e acabei deslocando a minha pesquisa para tentar encontrar pessoas que eu conhecia que já tinham visitado a cidade para me dar um depoimento. Mas, se eu tivesse encontrado um conteúdo bom sobre o tema, que já indicasse lojas, marcas, separasse as dicas por época do ano, enfim, que fosse realmente completa para o que eu procurava, com certeza teria fechado negócio ali mesmo. E, ao mesmo tempo, procuraria por mais conteúdos dentro desse blog pois, se tivesse solucionado aquela dúvida específica que eu tinha naquele momento, provavelmente, eles já teriam produzido conteúdos sobre outras dúvidas que eu tivesse ou sobre coisas que eu nem tinha pensado ainda, mas poderiam me ajudar no meu planejamento de viagem.? 

Então, acredito que, ao se tratar de nichos, o "segredo" é realmente criar um relacionamento com o público para que ele passe a ter você como uma das fontes mais confiáveis de informações nesse assunto. 


3Esta habilidade de cultivar uma comunidade em torno de seu conteúdo é um dos fatores que mais pesam na relevância de um blogueiro. Quais as recomendações para fidelizar leitores, estimular o público a se engajar e, idealmente, chegar ao ponto de se tornar um assinante/apoiador ou mesmo consumidor dos produtos que você oferece? 

Entender a dor do seu público e produzir constantemente conteúdo que gere valor e ajude a resolver essa dor é o ponto chave. À medida que a relação vai se desenvolvendo, você vai conhecendo melhor o seu público e percebendo quais tipos de interação eles preferem, mas uma ótima forma de começar é realmente por meio das redes sociais (fazendo com que elas sejam canal de atração das pessoas para o seu site ou blog).? 

Não tenha medo de produzir conteúdo que solucione as dúvidas do seu público. Sempre que trabalhamos com os conceitos de Inbound Marketing e funil de vendas, partimos do pressuposto de que precisamos alcançar muito mais pessoas que não vão comprar do que pessoas que efetivamente vão comprar de você. Ou seja, muitas pessoas podem ficar meses, anos, uma vida inteira, acompanhando os seus conteúdos gratuitamente, da mesma forma que podem ter pessoas que assim que te descobrirem já vão se interessar imediatamente e efetuar a compra. Para conseguir englobar todos os tipos de pessoa na sua estratégia de negócios, o denominador comum é a produção de conteúdo valioso. Você deve responder às dúvidas que a pessoa tem, de forma a se aproximar delas.? 

Além disso, ainda mais no mundo digitalizado e rápido que vivemos, é preciso sempre lembrar as pessoas de interagirem e, principalmente, criar oportunidades de interação. Não podemos esperar que as pessoas vão naturalmente vir fazer perguntas e conversar com a marca. É importante criar essas oportunidades puxando diálogos, se posicionando sobre temas importantes para a persona, dando a sua opinião e perguntando se a audiência concorda ou não e por quê, etc. Utilize os recursos que as próprias redes sociais te dão como comentários, enquetes, caixa de perguntas e também incentive esse tipo de interação dentro do seu blog, por meio dos comentários, principalmente. Assim, as pessoas vão se acostumar a utilizar os seus canais como canal de comunicação também. 


4. Manter um blog em crescimento exige a implementação consistente de diversas práticas de gestão, divulgação, análise de métricas, além de todo o processo de produção de conteúdo em si. Quando um blogueiro toca o projeto sozinho, como saber que tarefas priorizar? 

Acredito muito em métodos de organização que separam as atividades em um mapa de prioridades, como esse:? 

Mapa de prioridades com eixos de urgência e importância

Desta forma, eu separo atividades que são rotineiras, ou seja, que precisam ser feitas com frequência e faço primeiro. Depois, uso a matriz acima para priorizar atividades. Então, para exemplificar, como eu faria a priorização de tarefas caso fosse uma blogueira que tocasse um blog sozinha: 

  1. Definir um calendário editorial e frequência de postagem – digamos que 1 publicação no blog por semana e 3 conteúdos no feed do instagram por semana, dos quais 1 vai ser divulgação da publicação do blog; 
  2. Ao final de um mês: estipular as 4 pautas (1 para cada semana) que devem ser produzidas ao longo do mês e já se programar para fazer de uma vez ou definir um horário específico por semana para fazer cada um; 
  3. Ao final de cada semana: definir quais vão ser as outras 2 postagens de redes sociais além da divulgação do blog post; 
  4. Durante a semana, fazer a publicação no dia específico planejado, fazer as publicações em social também no dia (ou deixar agendado caso consiga já adiantar e tiver ferramenta para agendamento); 
  5. No final da semana, análise de métricas e resultados alcançados ao longo da semana, com os novos conteúdos, comparando com os conteúdos antigos;
  6. Restante do tempo, desenvolvimento das tarefas que não são rotineiras, como procurar novas parcerias, gestão do negócio, etc. 

O mais importante é fazer as tarefas que você já tenha uma certa noção de quando deve ser feita e de quanto tempo demora para fazê-la. Coloque essas tarefas em um software de gestão de projetos (como Asana ou Trello, por exemplo) e, uma vez feitas essas tarefas, parta?para as que são ainda "desconhecidas" ou pontuais. Além disso, é importante que a partir da análise dos resultados, o gestor do conteúdo possa tirar insights para fazer melhorias na estratégia atual. 


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“Autenticidade é a chave” – Entrevista com Rodrigo Soriano, da Airfluencers

BY: Fernanda Castelo Branco / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado

Enquanto o mercado de influencer marketing passa por um processo de amadurecimento, os criadores de conteúdo se veem diante do desafio de se destacar (e manter a saúde mental) em um cenário de saturação, com muita oferta de informação e muito ruído em praticamente todas as plataformas e redes sociais. Convidamos o CEO da Airfluencers, Rodrigo Soriano, para uma conversa sobre campanhas, engajamento e estratégia.

A Airfluencers é uma ferramenta de referência entre agências de marketing e empresas de segmentos já habituados a trabalhar com influenciadores. Na frente da tecnologia, as empresas buscam os softwares da Airfluencers para mapear influenciadores e mensurar ações realizadas com eles. Na frente de serviços, as demandas são focadas na operação das campanhas, onde o trabalho com microinfluenciadores é bem requisitado.

1) Vocês recebem muitos briefings de empresas e agências que estão elaborando ações com influenciadores digitais. O que eles têm avaliado quando procuram influenciadores e como um influenciador pode se destacar?

Do ponto de vista prático, é importante ter perfis completos nas redes sociais, com informações claras sobre o que faz, de onde é e quais suas especialidades, além de usar termos e hashtags que ajudem a encontrar seu conteúdo facilmente ao fazer uma busca sobre aquele nicho. Mas o grande fator que pesa na avaliação é sempre a autenticidade e a qualidade do conteúdo.

O foco de todo creator precisa ser em ser autêntico, produzir conteúdo que tenha personalidade e seja relevante para o público, sempre com boa qualidade visual e editorial. Qualidade é essencial.

2) Há diversas teorias sobre engajamento no Instagram, incluindo preferência de cores, horários de pico, combinações de hashtags etc. Pela experiência da Airfluencers nesse mercado, o que de fato funciona? Quais são as recomendações para conquistar mais engajamento?

Primeiro, é preciso reconhecer o seu público, falar para ele, criando conteúdo de qualidade. Se a pessoa se dedica a falar de ativismo, é importante trazer referências de fontes, pessoas inspiradoras. Se produz vídeos, é importante a qualidade de imagem e som. É interessante trazer novidades, falar de assuntos que ainda não estão sendo abordados, ou até trazer um ponto de vista ainda não trabalhado pela maioria. Isso resulta em originalidade, personalidade e estimula conversas em torno do seu perfil ou canal.

Também são importantes a frequência e compromisso com os seguidores – caso se proponha a fazer publicações em um dia específico da semana, cumpra!

3) A Airfluencers tem uma funcionalidade que permite ver se um determinado post performou acima ou abaixo da média dos últimos 90 dias daquele perfil. Há algum tipo de padrão com relação aos publieditoriais? O público tende a rejeitar inserções publicitárias ou tem recebido bem conteúdos apoiados por marcas?

Os publieditoriais devem, sem dúvida, ser sinalizados, tanto para observar a legislação quanto para ter transparência com o público. Entretanto, os posts com essa marcação tendem a ter performance um pouco abaixo dos orgânicos, o que faz com que se crie uma dicotomia entre autenticidade e performance.

Em algumas comunidades, é possível notar que os seguidores valorizam as marcas que apoiam o criador de conteúdo que eles gostam. Isso é algo fantástico e que só se constrói com transparência e alinhamento de valores entre marca, creator e público. É nesse contexto que a escolha correta do influenciador é fundamental para o sucesso.

4) Quais são as melhores práticas para que uma campanha seja bem elaborada e um conteúdo publieditorial seja bem recebido pelo público?

Existem alguns fatores de relevância. O primeiro é definir o objetivo da campanha (vendas ou awareness por exemplo), depois entender os territórios do anunciante e aí sim fazer uma curadoria rigorosa dentro de pessoas que são influentes nesses territórios. A autenticidade e a performance são derivadas dessa curadoria.

Da mesma forma, o briefing de conteúdo feito pela empresa deve respeitar ao máximo a liberdade criativa de cada perfil. Este é um ponto-chave para a aceitação: se o post for autêntico, sem dúvida será melhor recebido.

O influenciador, por sua vez, quando se fecha a parceria com a empresa, deve estudar o produto e inseri-lo no dia a dia, como parte da sua rotina, para que a exposição do produto aconteça de forma contextualizada e possa oferecer experiência e conteúdo de valor para o consumidor. Ele deve manter a linguagem, a qualidade e o padrão de relevância dos demais conteúdos que costuma criar.

5) Viagem é um tema que faz parte de diversos estilos de vida, e é abordado por diversos tipos de influenciadores. Que diferenciais podem ser notados em perfis especificamente voltado para o tema de turismo?

O segmento de viagem é bem interessante de se observar, pois este tema tem muitas pessoas incríveis e muita fraude. É nesse contexto que a escolha correta do influenciador é fundamental para o sucesso. De forma geral, os influenciadores especializados em turismo estudam e se aprofundam no assunto, tendo bastante atuação na troca de informações e atendendo às perguntas do público.

Podemos observar também algumas divisões no segmento, com nichos específicos – como creators com foco em turismo gastronômico, outros engajados em incentivar o turismo local, avaliações de hotéis e assim por diante. É um mercado extenso e com muita capilaridade. Outro destaque é a possibilidade de trabalhar em um mercado onde a parte de imagens e qualidade gráfica é bem forte, é um tema com muito apelo visual.

6) A Airfluencers tem um sistema de análise dos temas com que cada perfil tem afinidade, mas influenciadores de viagem tendem a trabalhar principalmente com marcas específicas do mercado de turismo. Como eles podem identificar oportunidades com parcerias não endêmicas? Marcas de um determinado nicho podem se interessar por influenciadores que abordam um tema ocasionalmente?

Um grande salto de performance e, principalmente, de criatividade do trabalho com marketing de influência é reconhecer um perfil com tema secundário que pode se relacionar com a marca. Por exemplo, o influenciador digital de turismo pode performar bem também em gastronomia. Logo se pode colocar em conexão, porque além de demonstrar o destino turístico, pode falar sobre a comida típica, os restaurantes regionais.

Outro exemplo são pessoas que abordam ecoturismo e demonstram um bom desempenho ao falar também de reciclagem ou artigos sustentáveis. Para empresas que estão ganhando o mercado com ações sustentáveis e oferecem artigos ecologicamente correto, é interessante trabalhar com influenciadores digitais de turismo que abordam a relação com a natureza.

Portanto, é muito importante a análise dos influenciadores buscando entender seu comportamento, para reconhecer outros discursos que a audiência recebe bem e interage com o influenciador digital. Na plataforma Airfluencers utilizada pelas empresas e agências, é possível ver que alguns assuntos são abordados com mais frequência pelo influenciador e qual o nível de engajamento que ele obtém com cada tema. O aplicativo que lançaremos em breve para influenciadores terá uma funcionalidade similar.

7) Estamos diante de um cenário de saturação de conteúdo online, em que não é fácil se diferenciar e conquistar relevância. Como os influenciadores podem navegar esse mercado sem perder o foco?

Cada influenciador deve avaliar seus pontos fortes, entender que público quer atingir e em qual nicho quer atuar. Isso determina qual o tema será predominante nas publicações e em que assuntos ele precisa se tornar especialista – o que é importante para criar conteúdo com relevância. Assim, a estratégia de conteúdo e as prioridades ficam mais claras.

É preciso trazer um ponto de vista interessante e produzir conteúdo frequente de qualidade, as pessoas devem perceber valor no conteúdo compartilhado. Por que elas ficarão ansiosas para segui-lo?

Também é interessante escolher duas ou três plataformas em que você poderá atuar de forma mais consistente. Essa escolha deve ser de acordo com o formato de conteúdo que você conseguirá criar de forma mais natural, e com maior qualidade. A partir daí, é importante se colocar como um membro ativo da comunidade daquela rede – conversar, trocar comentários, interagir com outras pessoas e marcas no seu setor, participar de grupos. Tudo isso aumenta a sua compreensão do segmento e a sua relevância.

Entrevista e edição:
Fernanda Castelo Branco, autora do blog Vontade de Viajar e Diretora de Comunicação da ABBV.

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Conexão Paris: a experiência de um blog especializado em um destino

BY: ABBV / 4 COMMENTS / CATEGORIES: Blogueiros, Criação de conteúdo

Ser blogueiro de viagens parece ser o trabalho dos sonhos. Ficar livre dos escritórios e da vida corporativa, rodar o mundo, trabalhar da praia, tudo isso é de fato muito tentador.  Mas, por trás do glamour, se esconde a realidade: ser blogueiro de viagens é uma batalha diária pela sobrevivência. Renda sazonal, algoritmos em constante mudança e demanda de criação de conteúdo num ambiente bastante saturado. Escolher um nicho e se tornar um especialista pode ser uma ótima alternativa para manter o foco e se sobressair.

A experiência do Conexão Paris

Conexão Paris nasceu em 2007. Quando criamos o blog, não tínhamos nenhuma estratégia, e muito menos a intenção de fazer disso um trabalho. Escrever exclusivamente sobre Paris (e demais destinos da França, em menor quantidade) era uma escolha natural. Minha mãe, a Lina, vivia na capital francesa há 30 anos e conhecia Paris como ninguém. 

Nessa época, a Internet era outra mundo. As redes sociais e o conteúdo em vídeo, por exemplo, estavam ainda engatinhando. Tudo que tínhamos a fazer era escrever posts e interagir com a blogosfera (que era pequenininha) e com os leitores. A vida era mais fácil. Rapidamente, o blog cresceu, ganhou visibilidade e passou a ser uma referência sobre Paris.

Referência junto a um público segmentado

Hoje, quando olho para trás, vejo a sorte que tivemos em nos tornar especialistas de um destino único.

Primeiro, porque conseguimos nos tornar referência. Nossa audiência é nichada e, portanto, altamente qualificada. Nossos números não são tão altos quanto de um blog consolidado generalista (como o eterno e maravilhoso Viaje na Viagem, nosso companheiro na fundação da ABBV) ou de uma mega celebridade. Mas nosso forte é justamente atingir diretamente um público bem específico: o turista brasileiro que está planejando uma viagem a Paris.

Com isso, conseguimos construir parcerias fixas e duradouras com empresas que desejam falar com esse público. É o caso das Galeries Lafayette, por exemplo, parceira do blog há 6 anos. O trabalho de longo prazo nos permite consolidar a relação de confiança, tanto entre a empresa e o blog, quanto entre o blog e os leitores. Conhecemos profundamente os serviços e produtos, temos segurança nas recomendações e os depoimentos da nossa comunidade, além de termos abertura para darmos feedback quando necessário.

Conteúdo especializado em um destino

A especialização também nos permite postar conteúdo de altíssima qualidade. Escrever sobre uma cidade onde você vive há anos é muito mais assertivo do que dar dicas sobre um lugar que você passou apenas alguns dias de férias. 

Outra vantagem é que podemos produzir conteúdo localmente. Conseguimos assim postar informações diárias sobre a cidade, reduzindo custos de deslocamento e produção. Isso não quer dizer que a gente não viaje, mas temos a vantagem de poder produzir conteúdo frequente e relevante, mesmo quando não estamos viajando.

Ser especialista de um destino único não significa, contudo, que você não terá concorrência. Hoje, existem dezenas de blogs e influencers focados em Paris. Mas acredito que somos todos complementares. A Paris Me Chama, por exemplo, escreve sobre moda. A 13 Anos Depois tem foco em maternidade. A Paris Sabor e o Gastronomos são voltados para a gastronomia. Dentro do destino Paris, cada um encontrou seu próprio nicho. 

Nichos criativos: posicionamento é tudo!

É verdade que nem todo mundo vive em uma cidade fetiche como Paris, mas o destino não é a única forma de se especializar. Na ABBV, temos alguns ótimos exemplos de blogs de nicho. O Viajando com Pimpolhos, a Viajante Solo e o Viajante Maduro, por exemplo, têm como foco o perfil do turista. Ou ainda aqueles que segmentam pelas atividades, como o Festivalando e o Viajar Correndo. Fora da ABBV, me chamou a atenção The Summer Hunter, cujo nicho é o sol e as viagens de verão. Achei uma ótima sacada!

Ter um nicho não significa que sua vida será fácil e que você vai rapidamente conseguir viver disso. Mas pode ser uma maneira de se diferenciar e de ganhar visibilidade, tornando-se referência dentro de um segmento.  Se você tem uma paixão ou um conhecimento bem específico, pode valer a pena pensar em se especializar no assunto.

Mariana Berutto é sócia do Conexão Paris, um dos blogs fundadores da ABBV.

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Pinterest para blogs de viagem – Entrevista com Bruna Toni

BY: Kaio Donadelli / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo

Nos últimos anos, o Pinterest se tornou uma das principais plataformas de mídia digital para o segmento de turismo, com mais de 93 milhões de pins relacionados ao assunto. Os quadros de inspirações gerados pelos usuários e, mais recentemente, por profissionais criadores de conteúdo, são perfeitos para o tema de viagens.

Convidamos Bruna Toni, Community Manager do Pinterest no Brasil, para comentar o atual momento da plataforma no país, seu crescimento entre blogueiros de viagem, melhores práticas para o nicho e muito mais. Confira:

Você acredita que grande parte do público ainda vê o Pinterest como rede social?

O Pinterest vem crescendo muito, o Brasil é um dos principais mercados no mundo e as pessoas vêm cada vez mais descobrindo novas ideias para inspirar suas vidas. São mais de 7,5 milhões de ideias salvas todos os dias por brasileiros!

E mesmo que muita gente nos aponte dessa forma, nunca fomos uma rede social. Nosso objetivo não é conectar as pessoas umas com as outras, mas ajudá-las a descobrir novas possibilidades para suas vidas. Por conta disso, somos uma plataforma de descoberta visual onde as pessoas descobrem e realizam as coisas que amam.

A presença de blogs de viagem brasileiros no Pinterest aumentou muito nos últimos anos. Como você compara o ritmo desse crescimento a outros segmentos? A tendência continua sendo de crescimento?

Os influenciadores de viagem brasileiros entenderam muito rapidamente como o Pinterest funciona e como usá-lo para impulsionar seus negócios e gerar tráfego para seus blogs. Hoje, com certeza, trata-se de uma das maiores categorias de produtores de conteúdo local que temos no país, com muito conteúdo de qualidade altíssima.

Como você avalia o papel dos influenciadores de viagem no cenário atual da plataforma e como o Pinterest tem trabalhado com criadores de conteúdo desse nicho?

Como o Pinterest tem a ideia de ajudar as pessoas a descobrir e realizar as coisas que amam, os influenciadores têm um papel muito importante trazendo conteúdo local e de qualidade a seus perfis na plataforma para que usuários brasileiros encontrem inspirações em sua língua nativa e, também, de sua realidade e entendimento.

Com o objetivo de apoiar e incentivar o trabalho de produtores de conteúdo, temos uma comunidade exclusiva do Pinterest onde compartilhamos dicas, novidades, tendências e oportunidades para todas as categorias.

No caso da categoria de viagem, isso ainda é mais importante, trazendo especialmente ideias de viagens no nosso país, que é lindo e tem muito a ser explorado!

Como o Pinterest pode complementar a estratégia de crescimento de um blog?

Há muito espaço para criadores de conteúdo no Pinterest e cada vez mais recursos de conteúdo na plataforma! Atualmente, parte do nosso objetivo é continuar construindo parcerias e boas relações com marcas, editores locais e, claro, também com influenciadores para que seus conteúdos sejam distribuídos na plataforma e atraiam também usuários para seus sites.

Para isso, a comunidade exclusiva que mencionei é super importante e está aberta para todo influenciador que se junta ao Pinterest Brasil! Lá compartilhamos informações, recursos e oportunidades para que os resultados com a plataforma sejam cada vez melhores.

Alguma dica para blogueiros de viagem usarem o Pinterest de forma mais assertiva, gerando mais tráfego e monetizando seu trabalho?

Algumas dicas para impulsionar os resultados no Pinterest é seguir as dicas e melhores práticas para business e, também, usar e abusar dos novos formatos disponíveis, como vídeos nativos, por exemplo, que vêm ganhando cada vez mais espaço na plataforma.

Como você vê o futuro do Pinterest, especialmente no Brasil e no segmento de viagens?

Nosso objetivo é aumentar o número de usuários mundialmente no Pinterest - quanto mais gente usa, mais conteúdo local circula e, consequentemente, melhor é a experiência do usuário e as soluções que encontra para sua vida.

Para os produtores de conteúdo, isso significa melhores resultados, mais visibilidade e tráfego. E, claro, queremos ter o máximo possível de conteúdo brasileiro e de qualidade de viagem!

Entrevista por: Kaio Donadelli e Sonia Letycia, autores do blog Coisos on the go.

Leia também: 10 grandes tendências de conteúdo de viagem no Pinterest em 2019.

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Além do Publipost: como trabalhar com ações e projetos especiais com influenciadores

BY: Naty Becattini / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado, WTM Latin America

Como criar uma interação genuína entre marca e consumidor em um ambiente digital cada vez mais competitivo? A pergunta motivou a palestra de Fernanda Castelo Branco e Natália Becattini, profissionais de comunicação e diretoras da ABBV, durante a edição latino-americana do World Travel Market 2019 (WTM), realizada em São Paulo entre 31 de março e 02 de abril.

De acordo com Aline Prado, líder de Insights para a indústria de turismo no Google, no Brasil 35% da população é contada como viajante e 13% como viajante aéreo. "Esses são números que não sofreram alterações significativas nos últimos três anos – ou seja, temos as mesmas pessoas viajando, o que as torna um público cada vez mais exigente no processo de compra da categoria de viagem, buscando auxílio com dúvidas, reclamações e problemas", explica.

Segundo a especialista, as buscas no Google por informação e atendimento crescem 5 vezes mais que a busca por intenção de compra. Isso significa que grande parte das pesquisas não é atendida por empresas ou e-commerces, mas por sites e plataformas de conteúdo, como blogs e vídeos. Os canais online são hoje a principal fonte de informação para 86% dos viajantes brasileiros, e os influenciadores digitais assumem um papel relevante nesse contexto. Eles atendem a dúvidas e compartilham relatos e experiências que as marcas sozinhas não conseguem prover.

WTM Latin America 2019 - Palestra influenciadores digitais no turismo ABBV
Palestra da ABBV no palco Travel Forward da WTM

O termo "influencer marketing" há muito tempo deixou de causar estranhamento entre as marcas, mas em um ambiente digital em que as mudanças ocorrem de forma constante, acompanhar as tendências é fundamental para garantir um bom resultado.

Enquanto formatos tradicionais de publicidade esbarram em adblocks ou passam simplesmente a ser ignorados pelos usuários como um detalhe incômodo do layout, o conteúdo cocriado é capaz de despertar o interesse genuíno e conquistar a atenção do público.

Conteúdo relevante e contextualizado

É assim que surge o Branded Content: em vez de interromper o consumo de conteúdo para exibir campanhas, as marcas se tornam facilitadoras de um conteúdo que informa e diverte. Quando isso acontece, o público valoriza a parceria entre influenciadores e marcas, e tende a confiar na recomendação.

Diferente dos publieditoriais tradicionais, que costumam ter certo tom publicitário nos textos e o foco exclusivo no produto ou na marca, o Branded Content é um conteúdo original e totalmente alinhado ao projeto editorial e ao interesse do leitor.

Para melhor aproveitar a relação existente entre influencer e seu público, as marcas devem focar em ações que priorizam a experiência do usuário em vez de listar atributos e argumentos de venda. O foco passa a ser o universo temático no qual a empresa quer se inserir.  Assim, cria uma conexão pessoal dos consumidores com a marca não apenas pelo endosso do creator, mas por iniciar um diálogo autêntico com o público.

WTM 2019 - Palestra ABBV - Natalia Becattini e Fernanda Castelo Branco
Natalia Becattini e Fernanda Castelo Branco, diretoras da ABBV

Exemplos de branded content no turismo

Como exemplo, temos a série de vídeos patrocinados pela Kayak no canal de youtube do Viaje na Viagem. A marca aproveitou o formato da série "Vai por Mim" e da linguagem de Ricardo Freire, já familiares aos seguidores do canal, e apenas facilitou a produção de um número limitado de vídeos. A audiência recebeu a mesma qualidade de informação que já busca no canal e a Kayak se posicionou como uma marca que tinha afinidade com aquele conteúdo, conquistando visibilidade e estima junto à comunidade do Viaje do Viagem.

Outro caso interessante é o projeto BlogVille Emilia Romana - que adotou uma abordagem alternativa para as press trips tradicionais e facilitou a estadia de dezenas de blogueiros na região de Bolonha, na Itália. Ao deixá-los livres para escolher as atividades de seu interesse, mas proporcionar acesso às atrações, hospedagem e passeios, a ação viu aumentar o número de postagens sobre a região, mas respeitou a linguagem e os temas que os blogueiros já estivessem acostumados a abordar em seus canais. Cada participante criou seu próprio roteiro e produziu conteúdo específico e relevante para cada audiência.

Série especial do canal Viaje na Viagem, com apoio do Kayak

É possível, ainda dar um passo além e criar relações de longo prazo com os criadores de conteúdo, fazendo deles embaixadores por um período tempo determinado através da criação de projetos especiais de marketing. Ao identificar influenciadores que tenham uma afinidade de interesses, valores e que conversem com um público valioso para a marca, nasce a possibilidade de engajá-los por um número maior de publicações, criando assim uma narrativa consistente. E todos sabemos o poder que as narrativas têm de envolver e criar vínculos.

Um exemplo disso foi o projeto Origens BR, patrocinado pela Seguros Promo no 360meridianos. Durante um ano, os blogueiros vão percorrer o Brasil em busca dos sítios arqueológicos que contem a história das civilizações que existiam no país antes da chegada dos Portugueses. A marca, mais que focar na venda final de seus produtos, aparece como facilitadora de um conteúdo que tem grande apelo entre a audiência do blog, mas que por razões técnicas dificilmente seria produzido sem ela, fato que é reconhecido e celebrado entre a audiência.

Em conclusão, para se ter resultados excelentes nas campanhas de marketing de influenciadores, basta colocar na frente aquilo que é realmente mais importante: a experiência do consumidor.

Natália Becattini é autora do blog 360meridianos e Presidente da ABBV.
Foto em destaque: Avi Richards.

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Blogueiros e turismo responsável: que tipo de influência queremos exercer?

BY: Luisa Ferreira dos Santos / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado

Apesar da controvérsia em torno do termo “influencer”, não há como negar que o trabalho de produtores de conteúdo costuma influenciar comportamentos e decisões. Ao divulgar informações sobre viagens, muitos de nós falamos que nosso objetivo é “inspirar” quem consome esse conteúdo. Mas inspirar a quê?

A aprender a tirar fotos bonitas com looks que combinem com o cenário? A colecionar carimbos no passaporte? A competir pelo melhor estilo de vida? A lotar os mesmos destinos turísticos, provocando o chamado “overtourism”? Ou a crescer como pessoas, aprender sobre o mundo e provocar impactos realmente positivos além dos nossos umbigos?

Grande poder, grande responsabilidade

Uma pesquisa do Booking.com mostrou que para 42% dos brasileiros, “um dos fatores considerados ao escolher uma acomodação é se hospedar em propriedades atraentes onde eles possam tirar fotos para utilizar nas redes sociais”.

Imagina que incrível se essa mesma quantidade de gente considerasse importante saber se uma hospedagem tem práticas ambientalmente e socialmente responsáveis, por exemplo? Imagina se todos nós usássemos nosso “poder de influência” para estimular comportamentos desse tipo?

Aquele conselho bem batido do tio do Homem-Aranha cai bem nesse cenário: com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. Mesmo quem não tem uma audiência massiva provoca algum tipo de influência em seus leitores ou seguidores. Não é possível, então, ignorar o peso das escolhas que fazemos ao viajar e divulgar nossas viagens.

Se acreditamos que “vale tudo pelo conteúdo” e tiramos fotos em lugares proibidos ou perigosos, participamos de atrações que prejudicam animais ou divulgamos eventos que promovem destruição ambiental, que tipo de valores estamos promovendo? Que comportamentos vamos incentivar?

O mundo não é nosso parque de diversões

Muita gente vê viagens como merecidos momentos de descanso e descontração, e não há nada de mau nisso por si só. O problema é quando isso nos faz esquecer que os lugares que visitamos não estão lá exclusivamente para servir a nosso divertimento ou contemplação. Pessoas moram e trabalham neles, e existe todo um ecossistema ali que sente o impacto da nossa presença.

Nesse sentido, o mínimo que podemos fazer é respeitar os destinos. Isso envolve, por exemplo, entender como se vestir e como agir para não desrespeitar a cultura local, especialmente quando ela é muito diferente da nossa. Mas vai além disso.

É preciso, em diversas ocasiões, questionar continuamente o impacto das nossas ações. E, sempre que possível, transmitir esse questionamento ao público que acompanha nossas viagens.

Será que essa pessoa se incomoda em ser fotografada? Para onde irá o lixo resultante daquelas lindas lanternas que enfeitam o céu? O que será que faz com que esse animal selvagem se comporte de forma tão amigável junto a humanos? Será que esse destino tem capacidade para suportar um fluxo tão pesado de visitantes ao mesmo tempo?

Desde o impacto no efeito estufa a profundos danos ambientais em lugares como a Maya Bay, na Tailândia, passando por aumentos estratosféricos nos preços de aluguéis que forçam moradores a sair dos bairros onde cresceram, não há dúvidas de que em muitos casos o turismo age como vilão.

Como blogueiros de viagens, acredito que temos o papel de refletir e debater sobre esses cenários de forma realista, em vez de pintar o mundo e as viagens de cor de rosa, mostrando só o lado bom.

Sempre é tempo de aprender

É claro que os maiores danos causados pela indústria do turismo estão muito além do que conseguimos influenciar com um simples post no Instagram. O problema envolve má gestão de políticas públicas, ganância e descaso a nível mundial.

Mas será que isso nos dá o direito de lavar as mãos, ou é mais um motivo para mantermos nosso senso crítico ainda mais alerta e apoiarmos iniciativas responsáveis?

Já fiz muita coisa errada como viajante e como blogueira de viagens sem ter consciência disso. A gente não nasce sabendo de tudo, nem sempre os limites são claros e às vezes é difícil entender as consequências de ações (nossas ou de grandes empresas) que estão normalizadas na sociedade.

Mas só assim vamos melhorando como pessoas, viajantes e “influenciadores”: um passinho de cada vez, aprendendo uns com os outros.

O turismo pode ser uma ferramenta incrível de transformação pessoal, distribuição de renda e trocas culturais. Mas para que consigamos ampliar esse papel positivo e reduzir seu lado nocivo, precisamos fazer escolhas cada vez mais conscientes e nos perguntar a cada post: que influência queremos exercer?

Luísa Ferreira é jornalista e autora do blog de viagens Janelas Abertas.

Leia também: Turismo responsável na América do Sul

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Dicas de organização e produtividade para blogueiros de viagens

BY: Luisa Ferreira dos Santos / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo

A cada novo ano, é a mesma coisa: a gente se esforça para cumprir as resoluções formuladas na virada de ciclo, enquanto a vida teima em nos atropelar. Quase nunca é fácil concretizar tudo que planejamos, mas tudo tende a ficar menos complicado quando nos organizamos.

Aproveitei esse início de ano para compilar algumas dicas de organização para blogueiros de viagem, com base no que pratico no meu dia a dia. São estratégias e recursos simples, mas que acabam fazendo a diferença no rendimento do trabalho.

Vale reforçar, no entanto, que quando falamos em organização e produtividade não existe uma fórmula que sirva para todos. O ideal é ir testando abordagens diferentes até encontrar (ou criar) o que melhor se adapte à sua rotina.

Pesquisa e planejamento de pautas

Todo bom blogueiro consulta fontes de informação variadas quando começa a planejar uma viagem, né? Mesmo quando tenho a intenção de viajar mais espontaneamente, sempre levo o conteúdo do blog em consideração. E isso significa, entre outras coisas, sondar pautas que podem surgir daquela visita.

Quando estou na fase inicial de pesquisa sobre um destino, crio uma pasta para ele nos favoritos do navegador e vou salvando lá tudo que acho interessante. Podem ser matérias de jornal, posts de blogs brasileiros e gringos, fotos bonitas, livros relacionados ao país, hotéis ou albergues onde penso em ficar... Também tenho feito o mesmo no Instagram, com o recurso de salvar posts em coleções.

Na etapa seguinte, uso esses recursos como ponto de partida para montar o roteiro da viagem, tanto na perspectiva de viajante quanto no sentido editorial. Costumo criar um documento para o itinerário geral, outro com as informações sobre o que quero conhecer em cada cidade e mais um com ideias de pautas mais genéricas que penso em pesquisar durante a viagem.

Nessa fase, acho válido anotar todas as ideias de pautas que vierem à cabeça, mas sem se apegar muito. Durante o percurso, muitos desses temas certamente vão “cair”, enquanto outros inesperados vão dar as caras.

Seja como for, é importante anotar o máximo que puder sobre cada assunto. Além de descrever a ideia, acrescente links, imagens e outras referências relacionadas àquele tema. Assim, você não só evita o risco de esquecer o que queria abordar no post como já garante um bom ponto de partida para o texto.

Salvar os links originais da pesquisa é importante para indicar as fontes do seu post. Ao publicar o seu artigo, dê crédito para os outros blogs e sites que foram úteis para a sua pesquisa – assim como você gostaria de ter seu trabalho reconhecido e citado. Além de ser uma prática positiva e ética, oferece informações valiosas para o seu leitor.

Para organizar todo esse material, o formato pode variar muito. Conheço gente que faz planilhas no Excel, enquanto outros usam os bons e velhos caderninhos de papel.

Eu acho mais prático usar o Evernote, porque lá posso escrever notas com uma formatação bonitinha, editar quantas vezes precisar, colocar etiquetas organizadoras e acessar tudo facilmente tanto pelo computador quanto pelo celular. Já fui de anotar coisas no Word, num diário de viagem e no celular ao mesmo tempo, mas assim acabava perdendo ideias e informações valiosas.

Depois da viagem, quando tenho uma ideia mais precisa do que vai virar post de fato, vou jogando as pautas num calendário editorial. Nele, tento equilibrar textos com diferentes temas, para diversificar o conteúdo do blog. Mas preciso confessar: às vezes ignoro isso e simplesmente escrevo o que estou a fim de escrever.

Equipamentos de foto e vídeo

Já aconteceu comigo, com amigos e provavelmente com você também: você chega no destino com tudo prontinho para produzir um conteúdo massa, até sentir falta de algum equipamento importante.

Desde levar a câmera sem o cartão de memória a deixa-la descarregar sem perceber ou esquecer o bastão da GoPro em casa, a lista de vacilos pode ser longa. Todo mundo está sujeito a erros, mas a organização ajuda a evita-los.

Uma sugestão é fazer um check-list de equipamentos que você precisa conferir ao fazer as malas, ou antes de sair do hotel a cada dia de viagem. Anote tudo que precisa levar, o que deve checar em cada gadget (se está carregado e com a lente certa, por exemplo) e itens sobressalentes a levar, como cartões de memória e bateria.

Caso viaje junto com outras pessoas que fazem o blog com você, uma sugestão é fazer uma divisão de tarefas. Tipo “você fica responsável pelo drone e eu pelas câmeras”. Assim, cada um vai se acostumando com sua rotina e se reduz o risco de um ficar pensando que o outro fez o que devia ser feito.

Organização e backup de arquivos

Além dos objetos físicos, também é fácil se desorganizar com o tanto de itens digitais que vamos acumulando, né? Por isso, vale a pena tirar algumas horas (ou um dia inteiro, dependendo do nível da sua bagunça virtual) para fazer uma faxina nos arquivos.

Acho válido identificar os tipos de arquivo mais frequentes, fazer um esquema simples e separa-los em pastas de acordo com uma lógica predeterminada, em vez de sair abrindo uma pasta nova para cada coisa.

Algumas sugestões de categorias: documentos e finanças, clipping, relatórios de campanhas e estatísticas, peças gráficas, fotos, materiais para posts, mídia kits, eventos, parcerias e anúncios etc.

Lembrando que tudo isso não vale de nada se você não fizer backup. Afinal, um dos maiores pesadelos para qualquer produtor de conteúdo é perder todas as suas fotos e anotações, né? Mas as chances disso acontecer são mínimas caso você salve tudo em mais de um ambiente além do seu computador.

A “organizadora profissional” Gabriela Brasil sugere ordenar sua vida virtual assim: arquivos de uso frequente ficam no computador e na nuvem, arquivos usados de vez em quando ficam só na nuvem e arquivos importantes que precisam ser guardados indefinidamente vão para a nuvem e backup físico.

Para quem trabalha com fotos em RAW e/ou arquivos de vídeo, é bom fazer esse filtro o quanto antes, separando os itens que vai usar a curto prazo, os que já usou etc. Assim, você evita acumular “peso digital” desnecessário e sobrecarregar seu computador ou servidor.

Processos para facilitar o trabalho

Mesmo que o blog não seja seu trabalho principal, certamente você acumula muitas tarefas de diferentes naturezas relacionadas a ele. Responder e-mails e comentários, atualizar redes sociais, avaliar desempenho de afiliados, acompanhar estatísticas, editar posts antigos, fazer balanço financeiro...

Para não se perder no meio disso tudo, o ideal é criar processos para as tarefas recorrentes, determinando uma periodicidade específica.

Por exemplo: checar e-mails todo dia pela manhã, respondendo o que for mais urgente e marcando o resto como pendente para o fim do dia; avaliar o Analytics e os números de redes sociais toda sexta-feira ou todo fim de mês; escrever newsletter todo domingo; e assim por diante.

No caso de projetos pontuais, vale aquela dica básica de produtividade: dividir as tarefas em pedaços menores e determinar prazos para cada uma. Assim, também fica mais fácil priorizar o que tem mais potencial de trazer retorno, seja financeiro ou de outro tipo.

Recomendo fazer um planejamento mensal, separando as tarefas que precisam sair do papel de todo jeito e aquelas para fazer “se der tempo”. Gosto de colar um papel com essa to-do list na parede do escritório, para olhar para ela todo dia.

Assim como os outros itens listados aqui, a escolha de plataforma para esse planejamento depende de cada um. Tem quem não abra mão de planners de papel, tem os fãs de murais com post-its e tem quem curta usar aplicativos e softwares específicos para gerenciamento de tarefas, como Trello e Asana, especialmente úteis para quem faz o blog junto com outras pessoas.

E você, tem outras dicas de organização para blogueiros de viagens? Compartilha com a gente!

Luísa Ferreira é jornalista e autora do blog de viagens Janelas Abertas.

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Competitividade e estratégia de blogs de nicho – Entrevista com InterNey

BY: Fernanda Castelo Branco / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado

Edney Souza, conhecido no mundo digital como InterNey, trabalha no mercado de tecnologia e comunicação desde 1990. Ele acompanhou de perto todas as fases do conteúdo online no Brasil, desde o início da nossa “blogosfera”.

Além de ser diretor acadêmico na Digital House e professor de Marketing Digital na ESPM, Edney é organizador da Social Media Week SP, colunista do blog WordPress.com Brasil e conselheiro da ABRADi-SP.

Convidamos InterNey para uma conversa sobre blogs de nicho, buscando insights de um profissional que conhece todos os lados do mercado de conteúdo digital.

1) No ecossistema da internet, os blogs já passaram por diversas fases. Com o crescimento acelerado das plataformas de conteúdos em vídeo, como você vê a relação das pessoas com os blogs hoje? Qual o espaço dos blogs e o que faz essa plataforma manter audiência e se viabilizar financeiramente, numa época em que só se fala de instagrammer e youtuber? 

Para conteúdos mais técnicos e aprofundados, assim como para o mundo B2B, o texto continua sendo uma forma eficiente para transferir informações. Isso acontece porque, além de ser facilmente buscado, o texto permite que os olhos saltem grandes porções de conteúdo ou retomem determinado trecho facilmente.

Em vídeo é mais difícil avançar e voltar livremente. O vídeo acaba funcionando melhor para contar histórias ou para conteúdos mais básicos, estilo tutorial passo-a-passo onde raramente o espectador vai saltar etapas.

Dentro do texto, o blog acaba dividindo espaço com outras plataformas como o LinkedIn e o Medium, porém nada tem a liberdade do blog em termos de customização e integração com outras mídias.

Quanto a viabilidade financeira, eu vejo o blog como uma plataforma mais interessante para quem tem um negócio, é consultor ou atua como freelancer, cuja remuneração não venha diretamente da plataforma. Isso porque a maior parte da receita de anúncios não está mais em sites, e sim em redes sociais ou links patrocinados. O Youtube é uma exceção nessa disputa porque é a única plataforma onde o usuário pode ganhar alguma coisa mesmo sem uma marca investir diretamente – basta chegar em 10 mil assinantes e ligar a monetização dos vídeos.

2) E com relação ao mercado? Às vezes é difícil encontrar parceiros sem ter o volume de audiência dos grandes portais ou a quantidade de seguidores das webcelebridades. Como as marcas enxergam o papel dos blogs - especialmente os de nicho - dentro de suas estratégias de marketing? 

Numa estratégia para marketing de influência, é interessante trabalhar com 3 tipos de influenciadores para atender todo o funil de vendas: webcelebridades para awareness, especialistas para consideração e microinfluenciadores para conversão. Os blogs de nicho podem atuar como microinfluenciadores ou como especialistas, dependendo do conteúdo e do segmento. Eles têm um papel importante na etapa da consideração. Quanto maior o ticket da venda do produto de nicho, maior o valor desse especialista para a marca.

3) Blogueiros e influenciadores sempre vivem o dilema de se dividir entre diversas atividades - produção de conteúdo, gestão dos canais, contato com parceiros, interação com seguidores, participação em eventos, mil redes sociais diferentes (cada uma exigindo formatos específicos)... Ufa! É comum que esses criadores de conteúdo experimentem burnout, FOMO e outros efeitos associados ao estresse. Como um blogueiro pode identificar o que deve ser prioridade nessa rotina? 

É realmente importante os criadores de conteúdo de nicho usarem também as redes sociais. Instagram é ótimo para viagens, por exemplo, mas ninguém vai decidir uma viagem só pela foto – nesse momento, um blog associado a um perfil de Instagram com certeza vai atrair melhores resultados do que um dos dois canais sozinhos.

Mas a prioridade tem que ser aquilo que ajuda a manter sua reputação e a pagar suas contas. Enquanto você tem uma boa reputação terá gente querendo te ouvir. Vale testar novas redes sociais, estar em diversos eventos, mas se isso não paga suas contas talvez você esteja com o foco errado.

Se a sua área de conteúdo é muito competitiva, talvez você precise se especializar um pouco mais e ser ainda mais nichado. Isso vai valorizar seu conteúdo e diminuir um pouco do tempo necessário para se atualizar e ser competitivo.

Separe algumas redes para testar, alguns eventos para comparecer, mas separe também tempo para sua família e amigos.

4) A habilidade de cultivar uma comunidade em torno de seu conteúdo é um dos fatores que mais pesam na relevância de um blogueiro. Quais as recomendações para fidelizar leitores, estimular o público a se engajar e, idealmente, chegar ao ponto de se tornar um assinante/apoiador ou mesmo consumidor dos produtos que você oferece? 

Criadores de conteúdo de nicho com foco em uma estratégia de remuneração direta precisam entender que é preciso ter escassez e demanda. A escassez é uma questão pois, se tem muita gente fazendo o mesmo conteúdo que você, ele tem pouco ou nenhum valor. Incremente a qualidade técnica do seu conteúdo, mas mantenha a simplicidade na linguagem.

Por outro lado, tem a demanda: se existem muitas pessoas querendo comprar os produtos ou serviços que você avalia/comenta em seu blog, isso pode ser rentável mesmo com baixo volume de leitores. Vale sempre a pena buscar mais leitores, mas se eles não estão dispostos a gastar então esses leitores tem pouco valor para a conversão.

Com relação ao engajamento da comunidade, envolva seus leitores na produção de conteúdo. Use seus comentários no blog ou em redes sociais para tirar ideias de conteúdo. Faça lives. Marque encontros nos eventos. Ouça e reaja de acordo com o que ouvir.

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Entrevista por Fernanda Castelo Branco, autora do blog Vontade de Viajar e Diretora de Comunicação da ABBV.

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Você deveria pensar seriamente no nicho do seu blog de viagem

BY: Priscila Brito / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado

Por Priscila Britto, autora do Festivalando, blog especialista em viagens para festivais de música e turismo musical. 

O digital nasceu para a conversa qualificada e não para dar tiro de canhão. Faz pouco tempo, vi esse comentário no Twitter da consultora e professora Liliane Ferrari, que inclusive já palestrou para membros da ABBV. A frase foi dita numa conversa com Rosana Hermann sobre a errônea fixação por números astronômicos de likes, views e seguidores.

Ela resume bem a natureza do digital, que favorece a formação de comunidades e uma comunicação mais dirigida no lugar de uma estratégia que prioriza falar com todos e obter o máximo alcance. É o lugar do nicho e não o da massa - por mais tentadores que os grandes números sejam.

Quem é você na fila do pão?

Eu não fazia ideia disso quando eu e a Gracielle colocamos no ar quatro anos atrás o Festivalando, nosso blog de viagem para festivais de música e turismo musical. Pra falar a verdade, a gente não sabia de muita coisa naquela época, rs. Mas ao longo do caminho e hoje, mais do que nunca, foi ficando claro que ter um nicho definido no segmento de viagem foi um dos fatores que nos fez avançar.

Com os nossos pageviews de um blog de porte médio e pouco menos de 15 mil seguidores somadas as redes sociais, é bem provável que não teríamos o currículo que temos hoje se não fosse pelo nosso recorte.

Fazemos parte de um universo de mais de 60 mil blogs de viagem no Brasil, com alguns grandes blogs muito bem estabelecidos, que já fazem um trabalho irreparável e completo de viagem como um todo, num plano macro. A essa altura do mercado, quais chances tem alguém que estaciona no arroz com feijão das "dicas de viagem"? E o que ganha o viajante com mais um blog de dicas gerais, em meio a tantos que já existem?

Até porque, em última análise, todo blog de viagem é um blog de dicas; o trabalho é definir para qual tipo de turista e tipo de viagem essas dicas vão ser direcionadas.

Um roteiro preciso

Antes de tudo, ter um nicho te dá precisão na comunicação. Não só na definição do seu público e delimitação do mercado em que você vai atuar como também em elementos correlacionados a esse trabalho: na construção da sua marca, na comunicação da sua missão, na definição da sua estratégia editorial e comercial e na transmissão desse recorte para a audiência e para o mercado.

Essa clareza faz toda diferença num mundo de informação abundante e caótica, tanto para quem comunica quanto para quem recebe a informação.

Diferencie-se para chamar atenção

Quando você se posiciona dentro de um nicho, consegue também a diferenciação, o que é um trunfo no meio digital. Primeiro, porque isso te permite chamar atenção num ambiente de profusão de informação, com conteúdo sendo despejado a todo momento.

Por mais diminuto que seja o seu nicho, o seu público vai te achar e vai se agregar em torno de você por identificação e por necessidade, já que o seu blog atende como nenhum outro as demandas dele.

Receber e-mails de gente falando que tinha encontrado no Festivalando o seu lugar quando o blog não tinha nem 500 page views mensais foi uma grande prova disso, e na época eu nem fazia ideia do que isso representava.

Segundo, a diferenciação abre caminho para a especialização, o que por sua vez é um dos elementos que te ajuda a construir autoridade, um ativo fundamental para um blog de viagem, que é ancorado em experiências e recomendações pessoais.

Se o Festivalando foi convidado para entrar na rede de blogs da MTV Brasil e ser embaixador do Lollapalooza Brasil com apenas seis meses de existência, e hoje pode ostentar ter sido parceiro do Spotify e ao mesmo tempo ser referência acadêmica e palestrante na ABAV, isso se deve à escolha do nicho e ao trabalho consistente que fizemos em cima dele.

E não são só os blogs individualmente que podem se beneficiar ao se posicionarem dentro de um nicho. A blogosfera como um todo se torna mais diversa. Consequentemente, fica mais atrativa para diferentes grupos de pessoas e também para uma variedade maior de potenciais parceiros do mercado, o que se converte em mais oportunidades para blogueiros. Enfim, um cenário mais qualificado com menos tiro de canhão e mais flechas certeiras, com o foco em nichos.

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