Publicado em

ABBV Meeting 2022

BY: Lincoln de Castro e Silva / 0 COMMENTS / CATEGORIES: ABBV Meeting, Comunicação ABBV, Eventos, Mercado, Parcerias

Evento deve reunir mais de 200 participantes e terá conteúdo voltado para integração e conexão de marcas, agências e blogs de viagens.

Nos dias 7, 8 e 9 de outubro acontece no Cyan Resort by Atlantica, em Itupeva (SP), a 3ª edição do ABBV Meeting, evento especialmente desenhado para promover o networking entre blogs, profissionais e marcas do trade turístico nacional e internacional. As inscrições para as agências de viagens e profissionais do turismo abrem no próximo dia 15 de setembro.

Idealizado com o objetivo de criar ciclos sustentáveis de promoção e monetização, compartilhamento, aprendizado e desenvolvimento de boas práticas para o sucesso de campanhas publicitárias e ações de marketing em viagens, o ABBV Meeting 2022 expande suas características e insere, de fato, a cadeia produtiva do turismo nacional em sua grade de temas.

Este ano, o evento contará com a participação de 60 blogs e 30 agentes de viagens no modelo presencial. Porém, a transmissão via streaming espera impactar outros 200 participantes entre blogueiros e trade turístico. “A ideia desse encontro é promover conhecimento e enfatizar a monetização para os distribuidores de conteúdo e viagens e, claro, ganhos financeiros e de mercado para marcas”, diz Luciano Palumbo, presidente da ABBV para o biênio 2022-2024 e editor do blog TurismoEtc.

“Sempre focamos na capacitação interna dos nossos associados. Agora, estamos em um novo momento. A ideia é criar novas relações com o mercado, promovendo a qualidade dos produtores de conteúdo da ABBV junto às melhores marcas do trade nacional e internacional”, emenda Palumbo.

Segundo o presidente da ABBV, neste contexto, agências, operadoras e destinos turísticos são fundamentais no processo criativo de produção, atendimento e monetização. “As vendas pela internet, em alguns casos, ainda precisam de atendimento profissional especializado”, ressalta.

“Essa conexão com as agências é extremamente necessária para criar uma relação que não seja apenas digital. Humanizar, converter e fidelizar o novo lead é parte de um processo fundamental para re-marketing e, consequentemente, uma recorrência na monetização. Porém, este ciclo precisa ser transparentemente sustentável”, enfatiza Palumbo.

PAINÉIS DE CONHECIMENTO ABBV MEETING 2022

Além de todo conhecimento disposto aos participantes, a edição deste ano do ABBV Meeting trará a apresentação do Resultado da Pesquisa “Perfil dos Viajantes e Leitores dos Blogs de Viagem”, aplicada pela Idealis Research, com o objetivo de identificar os principais aspectos do consumo de conteúdo e viagem pela internet e plataformas digitais.

Além disso, painéis com temas sobre  “Criação de Conteúdo em Multiplataformas”, “Turismo Responsável"; "Técnicas de Escrita: Storytelling, Copy e SEO”; "Afiliados: como trabalhar com blogs e agências”; “Quando agências e blogs trabalham juntos?; ”Potencial dos Blogs e Agências para retomada das viagens", entre outros.

Entre os painéis e temas do ABBV Meeting 2022, podemos destacar as áreas de conhecimento:

1. Integração e conectividade 

Discutir a relação de trabalho entre blogs e agências como aumento de produtividade, transparência nas relações, cumplicidade em ações, parcerias, ganhos progressivos e passivos. Estes serão alguns dos contextos abordados no ABBV Meeting 2022.

A constante mudança do mercado,  intensificada com o crescimento das redes sociais, agências de viagens online e o boom de influenciadores digitais permite uma nova reflexão: ao invés de remar contra a maré, não seria mais interessante unir forças e dialogar?

A ideia deste pilar de conhecimento é criar melhores práticas para que todos saiam ganhando num cenário com tanta concorrência. Atendimento e conectividade, relacionamento e transparência, ações conjuntas para intensificar promoção e vendas.

2. Blogs – como monetizar

Dizem que conteúdo escrito está perdendo espaço na internet, pois os mais jovens não têm paciência para ler. Mas ao mesmo tempo, é cada vez mais importante otimizar os blogs para conseguir as primeiras posições nos mecanismos de busca.

É evidente a sua importância e existem diferentes estratégias para atingir uma audiência, cada uma com suas considerações. Pensando no conhecimento e técnicas de conteúdo, essa área do ABBV Meeting trará conteúdos sobre Como trabalhar em conjunto com as agências de viagens; Escrita criativa e eficiente; Parcerias para geração de leads e atendimento; além de temas como Competência jurídica para esta parceria, entre outros.

3. Afiliados, ganho passivo e SEO

Como ganhar dinheiro com blog ou com conteúdo digital ou com sua agência no Instagram?  Este será também um tema recorrente no ABBV Meeting 2022. Além de técnicas de produção de conteúdo, serão abordados temas como: “Quanto vale uma campanha no Facebook, Youtube, Tik Tok ou Instagram?”; “Taxa de Conversão”; “Call to Action”, entre outros.

Além disso, será apresentado um case de sucesso sobre empreendedorismo digital: vamos contar uma história real sobre um agente de viagem que se tornou influenciador digital. O objetivo deste pilar é nortear a crescente necessidade de entendermos como funciona todo o mercado, para juntos, poder idealizar campanhas cada vez mais assertivas. Como o agente e o blogueiro podem se beneficiar desse mercado? Essa é uma uma pergunta bem pertinente nos dias atuais!

4. Fotos e vídeos como conteúdo de vendas

Outro tema de conhecimento do Meeting ABBV 2022 está baseado na nova onda das mídias sociais: os vídeos curtos. Sem contar que os vídeos e os “short vídeos” são as ferramentas de marketing que mais crescem a cada ano. E claro, é preciso ter o domínio das redes sociais.

No cenário atual onde o Instagram migrou para vídeo e até o até o LinkedIn se rendeu ao compartilhamento de conteúdo nesse formato, qual a melhor alternativa? As fotos ficaram para trás? Os vídeos são a bola da vez? O Meeting ABBV responderá a todas essas perguntas sob a ótica de quem produz conteúdo!

ENVOLVIMENTO DO TRADE

Nesta nova edição do ABBV Meeting a conexão entre blogueiros e agentes de viagem trará novos horizontes acessíveis, inclusivos e rentáveis para o mercado de distribuição de viagens para brasileiros.

De acordo com Thais Del Ben, gerente de Marketing e Comunicação da WTM Latin America, a WTM Latin America tem reforçado a importância da conexão entre os agentes e operadores com blogueiros, influenciadores digitais e produtores de conteúdo na internet. Essa relação, por exemplo, sempre esteve presente com a ABBV, Media Partner da WTM desde a primeira edição da feira no Brasil.

“Nós estamos muito contentes em integrar o ABBV Meeting. Em nossa avaliação, quanto mais parceiros eles se tornarem, mais efetiva será a promoção do destino e de seus produtos turísticos. Se há alguma muralha, ela precisa ser derrubada e nós estamos prontos para contribuir com este saudável debate – começamos a atuar com mais objetividade nesta edição de 2022, quando evoluímos ainda mais em nosso espaço Digital Influencer, que foi um ambiente de relacionamento e de debates, com a geração de muito conteúdo qualificado”, diz a gerente de Marketing e Comunicação da WTM Latin America.

Rodrigo Miluzzi, gerente Geral do Cyan Resort afirma que “ser parceiro de um evento que promove a conexão com importantes fomentadores da cadeira produtiva do turismo – fornecedores, agentes de viagem e blogueiros de viagem”, intensifica a parceria do empreendimento com todos os canais de distribuição. “Neste momento de retomada sabemos que o comportamento do turista brasileiro mudou, e o viajante está ávido por vivenciar novas experiências, principalmente de hospedagem”, afirma Miluzzi.

No caso da Shift Mobilidade Corporativa, o evento vem de encontro com o lançamento do Shift Direct, novo modelo de comercialização da empresa. Segundo Alexandre Pinto, CEO da companhia, estar mais próximo do mercado e participando de eventos que ressignificam marcas e modelos junto aos canais de distribuição e consumo é fundamental neste momento. “A Shift vive um momento de diversificação de produtos e serviços voltados para todos os mercados como os tradicionais, digital e agora, com o Shift Direct, para o consumidor final”, afirma.

Já o CEO do Grupo R1, Raffaele Cecere, reforça que o grupo empresarial está muito alinhado com o setor de turismo e, participar do ABBV Meeting 2022 reforça o compromisso da R1 com o setor. “Temos absoluta certeza que o ABBV Meeting será um grande sucesso”, diz o CEO do Grupo R1.

Os agentes de viagens interessados em participar do ABBV Meeting 2022 poderão se inscrever a partir do dia 15 de setembro. O investimento para participação é de R$120 e inclui: transporte, conteúdo, alimentação, participação em sorteios e festa de encerramento. Para hospedagem no Cyan Resort, a tarifa é diferenciada para os participantes.

Se você produz conteúdo digital sobre viagem em um blog e deseja participar gratuitamente do ABBV Meeting 2022, saiba como se associar à ABBV no site https://abbv.net.br/inscricoes. As inscrições para os demais públicos serão divulgadas na página do Evento: https://abbv.net.br/meeting2022. Para informações institucionais escreva para [email protected].

Entre as marcas patrocinadoras do ABBV Meeting 2022, os destaques para Cyan Resort by Atlantica, R1 Soluções Audiovisuais, Shift Mobilidade Corporativa, Seguros Promo, America Chip e Best Buy Sim. Apoio Institucional: WTM-Latin America. Media Partner: Panrotas.

Mais informações pelos e-mails: [email protected] ou [email protected].

SERVIÇO

ABBV Meeting 2022

Data e horários:
7 de outubro, coquetel de recepção a partir das 19h
8 de outubro, das 8h às 18h30 e festa de encerramento a partir das 19h
9 de outubro, networking e check-out a partir das 11h
Transporte e alimentação incluídos. Tarifas especiais para hospedagem para o evento.
Local: Cyan Resort by Atlantica 
Endereço: Rodovia dos Bandeirantes - Km 72 (Sentido São Paulo), Itupeva – SP.
Mais informações pelos e-mails: [email protected] ou [email protected].

Leia mais
Publicado em

Influenciadores digitais fazem parte da estratégia de marketing de 92% das marcas turismo

BY: Fernanda Castelo Branco / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Comunicação ABBV, Dados do setor, Mercado

Em pesquisa inédita com profissionais de marketing e turismo, ABBV apresenta como as empresas e órgãos do mercado estão desenvolvendo ações de marketing com blogueiros e influenciadores digitais

Iniciativas de relações públicas e assessoria de imprensa movem a maior parte (42%) das ações com influenciadores no segmento de turismo, mas são as ações de publicidade que estão com tendência de crescimento mais acentuada no mercado. Os dados são da pesquisa desenvolvida pela Associação Brasileira de Blogs de Viagem (ABBV) no fim de 2019.

A pesquisa foi realizada com participação de 118 profissionais de marketing e turismo, incluindo representantes de órgãos de turismo de destinos (33%), hotelaria (23%), empresas prestadoras de serviços diretamente relacionados ao turismo (tours, câmbio, seguros etc. - 22%) e agências de viagem (12%).

Ações com blogs e influenciadores digitais já estão bastante difundidas no setor de turismo, especialmente entre em agências de comunicação que atendem instituições e profissionais de marketing de empresas de serviço. Entre as 118 participações, 109 declararam ter realizado ações com blogueiros e influenciadores digitais nos últimos 12 meses e 117 declararam interesse em fazê-lo nos próximos 12 meses.

Que ações as empresas de turismo fazem com influenciadores?

As ações mais praticadas são aquelas vinculadas às atividades de assessoria de comunicação e relações públicas, como a divulgação de releases. No entanto, ações de publicidade estão com tendência de crescimento mais acentuada – como programas de afiliados ou apoio a eventos feitos por/para blogueiros e influenciadores. Também estão em alta contratações de publieditoriais (publicações pagas) e organização de press trips.

Pesquisa ABBV - grafico acoes com influenciadores

Credibilidade da experiência compartilhada

A divulgação do produto, serviço ou destino turístico é a principal motivação para a procura por influenciadores.  Maior parte das marcas entende que blogs e canais de mídias sociais têm papel fundamental na tomada de decisão dos viajantes. Também se destaca o interesse em alcançar um público qualificado – isto é, com segmentado por nichos e de acordo com o perfil de público-alvo da marca.

Ao buscar visibilidade das marcas, os profissionais de marketing e turismo valorizam conteúdo de qualidade e com credibilidade – o que também está relacionado ao compartilhamento de experiências reais e ao endosso agregado pelos criadores de conteúdo.

“Acredito que o futuro do marketing e da publicidade está muito atrelado à blogueiros e influenciadores, já que consumidores tendem a confiar muito mais em suas opiniões, o que é super positivo. Empoderar pessoas reais para falarem de suas experiências pode ser muito mais eficaz do que simplesmente fazer publicidade para a sua marca” - Marcella Pasquarelli, Online Affiliate Manager da WePlann.

Variedade de mídias na estratégia de marketing

Ao indicar as plataformas de conteúdo prioritárias para suas estratégias de marketing, os entrevistados puderam selecionar múltiplas respostas. Maior parte das instituições (74%) trabalha com um mix diversificado de plataformas, tendo selecionado mais de 3 tipos de mídia.

O Instagram – plataforma já habitual para práticas de influencer marketing – está entre as prioridades de 76% das instituições, inclusive pela afinidade com o conteúdo de turismo. Blogs e sites são prioritários para 61% das marcas, por serem conteúdos com ciclo de vida mais longo, com presença em buscadores, além da distribuição em redes sociais.

Pesquisa ABBV - grafico midias

Metodologia de seleção dos influenciadores

Outro fator que pesa no sucesso das campanhas é o perfil dos influenciadores selecionados. Busca e análise manual é a metodologia mais usada no setor (38%), destacando-se a avaliação qualitativa do conteúdo além da observação de métricas básicas como volume de público e engajamento. Apenas 13% dos profissionais declararam usar ferramentas para mapeamento e análise de blogs e perfis de redes sociais, e outros 5% mencionaram a contratação de agências especializadas em influencer marketing.

Existe uma grande participação de atendimento a demandas recebidas (23%) – quando o blogueiro ou influenciador entra em contato com a instituição demonstrando interesse ou apresentando alguma proposta de parceria. Assim como relacionamento direto e a troca de indicações entre profissionais de marketing (21%) é bastante frequente, visto que agências tendem a trabalhar com múltiplos clientes do setor de turismo e muitas instituições mantêm há anos um trabalho permanente de relações públicas.

Pesquisa ABBV - grafico processo de selecao de influenciadores

A pesquisa completa, com todos os dados analisados, está disponível para download gratuito através do link: Pesquisa Influencer Marketing no Turismo.

Leia mais
Publicado em

6 aprendizados da Travel Conference 2019 (+ bônus)

BY: Guilherme Tetamanti / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Eventos, Mercado

A Travel Conference acabou e ainda estou celebrando tudo o que aconteceu não só naquele palco incrível 360º montado no Esporte Clube Pinheiros, como ao redor dele. O evento aconteceu entre os dias 4 e 6 de outubro e reuniu mais de mil inscritos, 20 palestrantes, painéis com os maiores especialistas em viagens e gente do Brasil inteiro, com alguns inscritos até de Portugal e do Peru!

A Travel Conference é o primeiro evento no Brasil voltado para promover o networking entre criadores de conteúdo e profissionais tomadores de decisões no mercado do turismo. Em seu segundo ano de realização, provou que produzir conteúdo de viagem é uma tendência do mercado e, como tal, precisa de conferências como essa para nortear o setor.

Foram 3 dias intensos de compartilhamento, aprendizado e desenvolvimento de boas práticas para monetizar blogs e redes sociais de viagem e gerar resultados concretos para os investidores no setor.

O que mais escutei durante e pós-evento é sobre uma explosão de ideias e novos projetos fomentados a partir desse encontro. Sem dúvida, cada participante saiu com grandes lições da Travel Conference. Mas, em especial, gostaria de destacar 6 aprendizados da Travel Conference 2019:

  1. É preciso profissionalizar
  2. É importante definir um nicho de atuação
  3. Trabalhar com marcas é possível
  4. Delimitar estratégias é parte do caminho
  5. Trade e blogs se complementam
  6. Network é uma ferramenta importante
  7. Acredite nos seus sonhos e trabalhe duro [bônus]

1. É preciso profissionalizar

Durante algum tempo, algumas pessoas acreditaram que para tornarem-se blogueiros ou instagrammers de viagem era preciso apenas cultivar carimbos no passaporte e nada mais. Acontece, que já se foi o tempo no qual uma foto bonita e um feed combinado era suficiente.

É preciso profissionalizar o setor. E como isso acontece? Investindo em cursos, workshops e participando de grandes eventos como a Travel Conference e outras feiras e encontros relevantes. 

Ainda sobre profissionalização, a Travel Conference trouxe também uma discussão com Anderson Hernandes, da Tactus Contabilidade; sobre a regularização do trabalho do produtor de conteúdo sob a luz dos aspectos legais e práticos de atuação no mercado.

Além disso, muito se discutiu sobre novas técnicas e como empregá-las para fazer o melhor trabalho possível. Ficou claro que, para conseguir um crescimento consistente, é essencial usar ferramentas para automatizar e mensurar audiência, ganhos, perdas.

Todo esse trabalho é exaustivo e exige conhecimento profundo, como salientaram alguns dos palestrantes como Zé Alcorta, da Panrotas; Tony Ventura, especialista em Novas Tecnologias; e Matheus Tomoto, que coleciona passagens por Harvard University, MTI, ONU e Stanford University.

2. É importante definir um nicho de atuação

Uma das palestras mais concorridas da Travel Conference 2019 foi da Ana Tex, que possui 13 anos de experiência em Marketing Digital e é autora de Treinamentos de Marketing Digital. Na sua fala, ela fez questão de lembrar que todos os mais de mil participantes do evento eram produtores de conteúdo de viagem, porém é preciso ter um nicho mais específico para alcançar o sucesso.

Na prática, isso significa que um dos aprendizados da Travel Conference 2019 é: escolha um segmento dentro do turismo para atuar, como viagens com pet, com filhos, viagem sozinha ou outros recortes e destaque-se no mercado.

O nicho também foi alvo da palestra de Pyong Lee, hipnólogo e idealizador de um canal do Youtube que é referência mundial com monetização na internet.

E como nem tudo é só dinheiro, o que dizer da participação da Iara e Eduardo Xavier, do Caçadores de bons exemplos, que emocionaram a plateia inteira com a sua empatia e amor ao próximo? Com a máxima: "Seja você a mudança que quer ver no mundo!", esse casal do bem provou no palco 360º que também é possível escolher um nicho que cause impacto no planeta e ganhar visibilidade através disso.

Além do nicho, a seleção do tipo de plataforma também foi alvo de troca de experiências como as maiores autoridades em engajamento no Instagram, como Amanda Antunes, do Prefiro Viajar; Marco Vaz, do Vaz Aonde e Anderson Dias, do 196sonhos.

Também teve a participação de Luciano Palumbo, do Turismoetc, que, com seus prêmios, prova que existe espaço também para o nicho jornalístico mais tradicional. E nem a TV ficou de fora, com a palestra empolgante do Rodrigo Ruas, apresentador do Viagens Ao Redor do Mundo, da Band.

Em resumo, a lição foi: escolha um segmento do seu interesse no turismo, use uma ou mais plataformas e crie o seu nicho!

3. Trabalhar com marcas é possível

Essa é uma certeza que sempre tive. Quando você tem autoridade sobre um assunto, é possível se juntar a marcas e realizar trabalhos incríveis. Mas nada como cases de sucesso para confirmar isso!

Nomes como Leo Leite, da Hotmart; Brian Baldrati, embaixador da Gopro e Mont Blanc; Andre Pilli, embaixador da HP; Danielle Noce e Paulo Cuenca compartilharam suas experiências ao trabalhar com grandes marcas. Outra palestra inesquecível foi do Rômulo e da Mirela, do Travel and Share, que compartilharam toda expertise para diversificar a monetização.

Em comum, todos eles afirmaram que os produtores de conteúdo de viagem devem estar atentos às regras de mercado, saber se posicionar e entregar um material não menos que excelente para os seus patrocinadores.

4. Delimitar estratégias é parte do caminho

Todos os frutos que a Travel Conference tem colhido são parte de uma grande estratégia. É imprescindível tê-las em mente ao criar um blog de viagem ou uma rede social voltada para o setor.

Isso significa que não dá para ter sucesso com seu canal do Youtube ou no seu Instagram, por exemplo, sem antes estudar as plataformas, traçar as estratégias necessárias e trabalhar duro, como bem lembrou o Camilo Coutinho, Paulo del Valle ou Raíra Venturieri, em suas palestras.

Em relação aos blogs de viagem, foram importantíssimas as participações de Saulo Medeiros, da equipe do Neil Patel; do Edu Giansante, do E-Dublin; do Fábio Angheben, do Dicas Nova York; e do Flávio Antunes, do Dicas de Viagem, que apresentaram as melhores estratégias para fazer o blog se destacar no mercado.

5. Trade e blogs se complementam

A participação do Trade de turismo na Travel Conference agregou grandes aprendizados ao evento neste ano de 2019.

Isso porque passaram pelo palco nomes como Patty Leone e Aldo Leon, da AgaxTur; Danielle Roman, da Interamerican; Bruno Dieguez, da Xmart; Antonio Guerardi, da Unidas; Diego Rydz, da Optur; Magda Nassar, da ABAV Nacional; e Marcos Antônio Carvalho, da Aviesp, que lembraram que o setor do turismo tem espaço para a cooperação entre as empresas, operadoras, agências, agentes, jornalistas, blogueiros, influencers e produtores de conteúdo em geral.  

Dessa forma, o trabalho inicial do produtor de conteúdo se reverbera na contratação de profissionais do trade para uma melhor experiência do turista no seu destino final. O trabalho pode e deve ser complementar para ambos os trabalhos.

6. Network é uma ferramenta importante

Se eu pudesse escolher apenas um aprendizado dessa Travel Conference, não teria dúvidas que seria o networking. Mais de mil pessoas em um espaço com um único interesse: produzir conteúdo de viagem e rentabilizar a atividade.

E essa capacidade de estabelecer uma rede de contatos ou uma conexão, aconteceu muito naturalmente entre os participantes do evento. A troca de informações, cartões e pontos de vistas que ocorreu fora do palco durante os intervalos, propositalmente planejados para tal, chegou a ser tão importante quanto o que foi realizado em cima dele.

Aprendi tanto ao conversar com os participantes que seria possível citar vários cases de sucesso e histórias inovadoras, como plataformas voltadas apenas para noivos, deficientes, gastronomia e até roupas para viajantes.

7. Bônus: É preciso acreditar nos seus sonhos... e trabalhar duro!

Entre as lições absorvidas na Travel Conference 2019, uma delas tem um significado especial para mim: é preciso acreditar nos seus sonhos e trabalhar duro. E essa foi a mensagem que passei na minha palestra sobre como o Quero Viajar Mais triplicou de tamanho nos últimos 18 meses e se tornou um dos maiores blogs de viagem do Brasil.

Isso porque quando comecei meu blog 2011, já sonhava chegar onde estou. Os cinco primeiros anos foram tortuosos e apenas depois disso comecei a colher os bons frutos. Em julho deste ano, o Quero Viajar Mais alcançou a marca de 1 milhão de views mensais.

Isso tudo não sem um trabalho duro e contínuo, e com planos ainda maiores. Porém, nada disso teria acontecido se eu não tivesse acreditado no meu sonho de ser produtor de conteúdo, fazer um blog e empreender nessa área.

Hoje, coleciono viagens incríveis, tenho um livro lançado, diversas palestras no Brasil e a oportunidade de compartilhar projetos e conquistas com outros viajantes e com sócios nessa jornada, como o Flávio Antunes, o Rômulo e a Mirela, e o Rafael Diedrich, do Mala Viajante (que fechou o evento com uma palestra incrível sobre criatividade e produção de conteúdo).

Portanto, essa é a maior lição para você começar hoje a mudar o seu futuro como produtor de conteúdo: acredite nos seus sonhos, no seu potencial, tire do papel aquilo que te inspira e TRABALHE DURO! E nos encontramos na próxima Travel Conference, em outubro de 2020.


Guilherme Tetamanti é criador do site Quero Viajar Mais, associado à ABBV, e sócio fundador da Travel Conference.

Leia também:

Leia mais
Publicado em

Match Digital: criadores de conteúdo de viagem em destaque na 47ª ABAV EXPO

BY: Douglas Sawaki / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Eventos, Mercado

Uma das maiores feiras do setor do turismo no Brasil, a ABAV Expo teve sua 47ª edição entre os dias 25 e 27 de setembro, em São Paulo. Pela primeira vez, o evento teve um dia aberto ao público consumidor e uma programação voltada para o relacionamento do trade com influenciadores e criadores de conteúdo digital.

Realizado pela ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens), o evento reúne como expositores empresas fornecedoras de serviços para a indústria do turismo e como visitantes os agentes de viagens de todo o país, com o objetivo de gerar novos negócios e estreitar o relacionamento entre si.

Black Friday de Viagens: primeira edição aberta ao público

Uma das novidades da ABAV Expo na edição 2019 foi a Black Friday de Viagens, evento presencial ocorrido no dia 27 de setembro, em que o público consumidor pôde também visitar a feira. Até a edição anterior, o evento era restrito a profissionais do turismo, mas a ABAV resolveu aproveitar o espaço para fomentar mais vendas.

Com motivação diferente, o consumidor final foi atraído pela promessa de encontrar agentes de viagens oferecendo pacotes e serviços turísticos com descontos de 5% a 50%. Assim, as agências associadas à ABAV ofereceram pacotes de viagem, tarifas de hotéis, seguros viagem, locação de carros, passeios, entre outros serviços turísticos diretamente aos viajantes.

Match Digital: debate com influenciadores digitais

A segunda grande novidade na programação foi o evento Match Digital, ocorrido no segundo dia da feira, com duas atividades voltadas a melhorar o relacionamento entre os criadores de conteúdo e o trade turístico. Participaram blogueiros de viagem, youtubers e instagramers.

O Match Digital começou com um talk show em que influencers convidados falaram sobre suas experiências e sobre a forma como entendem esse – nem tão novo – mercado. Em três rodadas de talk show, com 3 ou 4 criadores de conteúdo no palco ao mesmo tempo, os entrevistados contaram suas trajetórias e comentaram como criam seus conteúdos de viagem.

Match-Digital-ABAV-EXPO-2019
Sessão com influenciadores digitais na ABAV Expo 2019

Eu também fui um dos entrevistados e, para aproveitar o diálogo aberto com o trade turístico, e com o intuito de agregar valor à iniciativa, abordei a importância da realização de parcerias entre as empresas e os micro-influenciadores, destacando que diferentes perfis de influenciadores podem atuar em diferentes etapas da jornada do consumidor.

Reforcei que as empresas não devem se basear apenas na quantidade de seguidores para escolher seus influenciadores parceiros. E também que existem micro-influenciadores que geram mais retorno às empresas que querem impactar potenciais clientes, que já se encontram na etapa de compra da viagem. Enquanto mega-influenciadores podem inspirar, micro-influenciadores podem persuadir os turistas a consumirem viagens como as suas.

Match Digital: rodada de negócios com influenciadores digitais

Após três rodadas de talk show, o Match Digital continuou com a rodada de negócios. A cada influenciador participante foi reservada uma mesa, e representantes do trade turístico se revezaram para conhecê-los rapidamente. A proposta foi de reuniões rápidas, para uma breve apresentação e troca de cartões de visita.

Entre os representantes do trade estavam presentes Secretarias de Turismo nacionais, operadoras de turismo, órgãos de promoção de destinos turísticos, redes hoteleiras, agências receptivas e atrações turísticas.

O Match Digital foi um importante passo na valorização do blogueiro de viagem e influenciador digital. Antes considerados como um concorrente pelas agências de viagens, por causa da forma de monetização, os criadores de conteúdo receberam lugar de destaque nesse evento, promovendo um importante diálogo e abrindo portas para novas oportunidades de gerar negócios em colaboração. Uma ótima iniciativa!


Douglas Sawaki é autor do blog Me Leva de Leve e Diretor de Relações com o Mercado da ABBV.

Leia também:

Leia mais
Publicado em

“Autenticidade é a chave” – Entrevista com Rodrigo Soriano, da Airfluencers

BY: Fernanda Castelo Branco / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado

Enquanto o mercado de influencer marketing passa por um processo de amadurecimento, os criadores de conteúdo se veem diante do desafio de se destacar (e manter a saúde mental) em um cenário de saturação, com muita oferta de informação e muito ruído em praticamente todas as plataformas e redes sociais. Convidamos o CEO da Airfluencers, Rodrigo Soriano, para uma conversa sobre campanhas, engajamento e estratégia.

A Airfluencers é uma ferramenta de referência entre agências de marketing e empresas de segmentos já habituados a trabalhar com influenciadores. Na frente da tecnologia, as empresas buscam os softwares da Airfluencers para mapear influenciadores e mensurar ações realizadas com eles. Na frente de serviços, as demandas são focadas na operação das campanhas, onde o trabalho com microinfluenciadores é bem requisitado.

1) Vocês recebem muitos briefings de empresas e agências que estão elaborando ações com influenciadores digitais. O que eles têm avaliado quando procuram influenciadores e como um influenciador pode se destacar?

Do ponto de vista prático, é importante ter perfis completos nas redes sociais, com informações claras sobre o que faz, de onde é e quais suas especialidades, além de usar termos e hashtags que ajudem a encontrar seu conteúdo facilmente ao fazer uma busca sobre aquele nicho. Mas o grande fator que pesa na avaliação é sempre a autenticidade e a qualidade do conteúdo.

O foco de todo creator precisa ser em ser autêntico, produzir conteúdo que tenha personalidade e seja relevante para o público, sempre com boa qualidade visual e editorial. Qualidade é essencial.

2) Há diversas teorias sobre engajamento no Instagram, incluindo preferência de cores, horários de pico, combinações de hashtags etc. Pela experiência da Airfluencers nesse mercado, o que de fato funciona? Quais são as recomendações para conquistar mais engajamento?

Primeiro, é preciso reconhecer o seu público, falar para ele, criando conteúdo de qualidade. Se a pessoa se dedica a falar de ativismo, é importante trazer referências de fontes, pessoas inspiradoras. Se produz vídeos, é importante a qualidade de imagem e som. É interessante trazer novidades, falar de assuntos que ainda não estão sendo abordados, ou até trazer um ponto de vista ainda não trabalhado pela maioria. Isso resulta em originalidade, personalidade e estimula conversas em torno do seu perfil ou canal.

Também são importantes a frequência e compromisso com os seguidores – caso se proponha a fazer publicações em um dia específico da semana, cumpra!

3) A Airfluencers tem uma funcionalidade que permite ver se um determinado post performou acima ou abaixo da média dos últimos 90 dias daquele perfil. Há algum tipo de padrão com relação aos publieditoriais? O público tende a rejeitar inserções publicitárias ou tem recebido bem conteúdos apoiados por marcas?

Os publieditoriais devem, sem dúvida, ser sinalizados, tanto para observar a legislação quanto para ter transparência com o público. Entretanto, os posts com essa marcação tendem a ter performance um pouco abaixo dos orgânicos, o que faz com que se crie uma dicotomia entre autenticidade e performance.

Em algumas comunidades, é possível notar que os seguidores valorizam as marcas que apoiam o criador de conteúdo que eles gostam. Isso é algo fantástico e que só se constrói com transparência e alinhamento de valores entre marca, creator e público. É nesse contexto que a escolha correta do influenciador é fundamental para o sucesso.

4) Quais são as melhores práticas para que uma campanha seja bem elaborada e um conteúdo publieditorial seja bem recebido pelo público?

Existem alguns fatores de relevância. O primeiro é definir o objetivo da campanha (vendas ou awareness por exemplo), depois entender os territórios do anunciante e aí sim fazer uma curadoria rigorosa dentro de pessoas que são influentes nesses territórios. A autenticidade e a performance são derivadas dessa curadoria.

Da mesma forma, o briefing de conteúdo feito pela empresa deve respeitar ao máximo a liberdade criativa de cada perfil. Este é um ponto-chave para a aceitação: se o post for autêntico, sem dúvida será melhor recebido.

O influenciador, por sua vez, quando se fecha a parceria com a empresa, deve estudar o produto e inseri-lo no dia a dia, como parte da sua rotina, para que a exposição do produto aconteça de forma contextualizada e possa oferecer experiência e conteúdo de valor para o consumidor. Ele deve manter a linguagem, a qualidade e o padrão de relevância dos demais conteúdos que costuma criar.

5) Viagem é um tema que faz parte de diversos estilos de vida, e é abordado por diversos tipos de influenciadores. Que diferenciais podem ser notados em perfis especificamente voltado para o tema de turismo?

O segmento de viagem é bem interessante de se observar, pois este tema tem muitas pessoas incríveis e muita fraude. É nesse contexto que a escolha correta do influenciador é fundamental para o sucesso. De forma geral, os influenciadores especializados em turismo estudam e se aprofundam no assunto, tendo bastante atuação na troca de informações e atendendo às perguntas do público.

Podemos observar também algumas divisões no segmento, com nichos específicos – como creators com foco em turismo gastronômico, outros engajados em incentivar o turismo local, avaliações de hotéis e assim por diante. É um mercado extenso e com muita capilaridade. Outro destaque é a possibilidade de trabalhar em um mercado onde a parte de imagens e qualidade gráfica é bem forte, é um tema com muito apelo visual.

6) A Airfluencers tem um sistema de análise dos temas com que cada perfil tem afinidade, mas influenciadores de viagem tendem a trabalhar principalmente com marcas específicas do mercado de turismo. Como eles podem identificar oportunidades com parcerias não endêmicas? Marcas de um determinado nicho podem se interessar por influenciadores que abordam um tema ocasionalmente?

Um grande salto de performance e, principalmente, de criatividade do trabalho com marketing de influência é reconhecer um perfil com tema secundário que pode se relacionar com a marca. Por exemplo, o influenciador digital de turismo pode performar bem também em gastronomia. Logo se pode colocar em conexão, porque além de demonstrar o destino turístico, pode falar sobre a comida típica, os restaurantes regionais.

Outro exemplo são pessoas que abordam ecoturismo e demonstram um bom desempenho ao falar também de reciclagem ou artigos sustentáveis. Para empresas que estão ganhando o mercado com ações sustentáveis e oferecem artigos ecologicamente correto, é interessante trabalhar com influenciadores digitais de turismo que abordam a relação com a natureza.

Portanto, é muito importante a análise dos influenciadores buscando entender seu comportamento, para reconhecer outros discursos que a audiência recebe bem e interage com o influenciador digital. Na plataforma Airfluencers utilizada pelas empresas e agências, é possível ver que alguns assuntos são abordados com mais frequência pelo influenciador e qual o nível de engajamento que ele obtém com cada tema. O aplicativo que lançaremos em breve para influenciadores terá uma funcionalidade similar.

7) Estamos diante de um cenário de saturação de conteúdo online, em que não é fácil se diferenciar e conquistar relevância. Como os influenciadores podem navegar esse mercado sem perder o foco?

Cada influenciador deve avaliar seus pontos fortes, entender que público quer atingir e em qual nicho quer atuar. Isso determina qual o tema será predominante nas publicações e em que assuntos ele precisa se tornar especialista – o que é importante para criar conteúdo com relevância. Assim, a estratégia de conteúdo e as prioridades ficam mais claras.

É preciso trazer um ponto de vista interessante e produzir conteúdo frequente de qualidade, as pessoas devem perceber valor no conteúdo compartilhado. Por que elas ficarão ansiosas para segui-lo?

Também é interessante escolher duas ou três plataformas em que você poderá atuar de forma mais consistente. Essa escolha deve ser de acordo com o formato de conteúdo que você conseguirá criar de forma mais natural, e com maior qualidade. A partir daí, é importante se colocar como um membro ativo da comunidade daquela rede – conversar, trocar comentários, interagir com outras pessoas e marcas no seu setor, participar de grupos. Tudo isso aumenta a sua compreensão do segmento e a sua relevância.

Entrevista e edição:
Fernanda Castelo Branco, autora do blog Vontade de Viajar e Diretora de Comunicação da ABBV.

Leia também:

Leia mais
Publicado em

ABBV terá serviço de PR para apoiar press trips e parcerias

BY: Fernanda Castelo Branco / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Comunicação ABBV, Mercado, Parcerias

Com o objetivo de alavancar oportunidades para todos os associados e estimular o desenvolvimento do mercado, a ABBV firmou parceria com a Bureau 21, agência comunicação digital com foco em Branding e Relações Públicas (PR) para criadores de conteúdo e influenciadores digitais.

Com experiência na criação de projetos e eventos entre marcas e creators, a Bureau 21 apoiará a ABBV no contato com empresas e destinos turísticos interessados em organizar press trips e fazer parcerias com blogueiros de viagem.

“Percebemos que existia uma demanda de empresas querendo convidar blogueiros a conhecerem atrações, museus, hotéis e destinos, sem saber por onde começar a organizar um projeto deste tipo”, explica Natália Becattini, presidente da ABBV. “Para atender a esses contatos e poder oferecer o alinhamento necessário, trouxemos uma equipe profissional dedicada a isso”.

A iniciativa da associação visa estimular o crescimento do mercado e o profissionalismo na relação entre marcas e influenciadores. “Sabemos que as empresas querem aproveitar todo o potencial do marketing no ambiente digital e os criadores de conteúdo querem ter acesso a oportunidades de parceria. Nossa missão será garantir que cada ação realizada seja de benefício mútuo”, comenta Daniela Cadavez, sócia da Bureau 21.

Branded content e experiências reais

Fundada em 2017, a agência traz no portfólio a experiência de projetos de branded content para o canal de Youtube da Americanas.com, workshops com influenciadores de decoração na mostra de arquitetura Morar Mais Por Menos, e uma cobertura completa do evento geek CCXP com os blogueiros do Coxinha Nerd, com mais de 10 horas de conteúdo ao vivo e experiências exclusivas para fãs.

“Quando trabalhamos projetos de nicho, encontramos abordagens únicas, grupos engajados, histórias originais. Nosso foco não é meramente comercial. Queremos criar experiências, conectar pessoas e marcas, levar ao público um olhar mais humano e real sobre aquele produto ou serviço”, diz Daniela.

Iniciativa pioneira com foco no profissionalismo

A Bureau 21 fará atendimento às demandas e alinhamento com as empresas que buscam a ABBV e será responsável pela organização de convites de press trips e visitas, além de apoiar na prospecção ativa de novos parceiros para os associados.

Enquanto o mercado se desenvolve e define os parâmetros do marketing de influência, esta iniciativa pioneira vem para ajudar a construir melhores práticas no segmento de turismo. A consultoria de profissionais especializadas em relações públicas ajudará a conduzir os contatos de forma a estimular a criação de ativações justas, relevantes e éticas.

Leia mais
Publicado em

Além do Publipost: como trabalhar com ações e projetos especiais com influenciadores

BY: Naty Becattini / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado, WTM Latin America

Como criar uma interação genuína entre marca e consumidor em um ambiente digital cada vez mais competitivo? A pergunta motivou a palestra de Fernanda Castelo Branco e Natália Becattini, profissionais de comunicação e diretoras da ABBV, durante a edição latino-americana do World Travel Market 2019 (WTM), realizada em São Paulo entre 31 de março e 02 de abril.

De acordo com Aline Prado, líder de Insights para a indústria de turismo no Google, no Brasil 35% da população é contada como viajante e 13% como viajante aéreo. "Esses são números que não sofreram alterações significativas nos últimos três anos – ou seja, temos as mesmas pessoas viajando, o que as torna um público cada vez mais exigente no processo de compra da categoria de viagem, buscando auxílio com dúvidas, reclamações e problemas", explica.

Segundo a especialista, as buscas no Google por informação e atendimento crescem 5 vezes mais que a busca por intenção de compra. Isso significa que grande parte das pesquisas não é atendida por empresas ou e-commerces, mas por sites e plataformas de conteúdo, como blogs e vídeos. Os canais online são hoje a principal fonte de informação para 86% dos viajantes brasileiros, e os influenciadores digitais assumem um papel relevante nesse contexto. Eles atendem a dúvidas e compartilham relatos e experiências que as marcas sozinhas não conseguem prover.

WTM Latin America 2019 - Palestra influenciadores digitais no turismo ABBV
Palestra da ABBV no palco Travel Forward da WTM

O termo "influencer marketing" há muito tempo deixou de causar estranhamento entre as marcas, mas em um ambiente digital em que as mudanças ocorrem de forma constante, acompanhar as tendências é fundamental para garantir um bom resultado.

Enquanto formatos tradicionais de publicidade esbarram em adblocks ou passam simplesmente a ser ignorados pelos usuários como um detalhe incômodo do layout, o conteúdo cocriado é capaz de despertar o interesse genuíno e conquistar a atenção do público.

Conteúdo relevante e contextualizado

É assim que surge o Branded Content: em vez de interromper o consumo de conteúdo para exibir campanhas, as marcas se tornam facilitadoras de um conteúdo que informa e diverte. Quando isso acontece, o público valoriza a parceria entre influenciadores e marcas, e tende a confiar na recomendação.

Diferente dos publieditoriais tradicionais, que costumam ter certo tom publicitário nos textos e o foco exclusivo no produto ou na marca, o Branded Content é um conteúdo original e totalmente alinhado ao projeto editorial e ao interesse do leitor.

Para melhor aproveitar a relação existente entre influencer e seu público, as marcas devem focar em ações que priorizam a experiência do usuário em vez de listar atributos e argumentos de venda. O foco passa a ser o universo temático no qual a empresa quer se inserir.  Assim, cria uma conexão pessoal dos consumidores com a marca não apenas pelo endosso do creator, mas por iniciar um diálogo autêntico com o público.

WTM 2019 - Palestra ABBV - Natalia Becattini e Fernanda Castelo Branco
Natalia Becattini e Fernanda Castelo Branco, diretoras da ABBV

Exemplos de branded content no turismo

Como exemplo, temos a série de vídeos patrocinados pela Kayak no canal de youtube do Viaje na Viagem. A marca aproveitou o formato da série "Vai por Mim" e da linguagem de Ricardo Freire, já familiares aos seguidores do canal, e apenas facilitou a produção de um número limitado de vídeos. A audiência recebeu a mesma qualidade de informação que já busca no canal e a Kayak se posicionou como uma marca que tinha afinidade com aquele conteúdo, conquistando visibilidade e estima junto à comunidade do Viaje do Viagem.

Outro caso interessante é o projeto BlogVille Emilia Romana - que adotou uma abordagem alternativa para as press trips tradicionais e facilitou a estadia de dezenas de blogueiros na região de Bolonha, na Itália. Ao deixá-los livres para escolher as atividades de seu interesse, mas proporcionar acesso às atrações, hospedagem e passeios, a ação viu aumentar o número de postagens sobre a região, mas respeitou a linguagem e os temas que os blogueiros já estivessem acostumados a abordar em seus canais. Cada participante criou seu próprio roteiro e produziu conteúdo específico e relevante para cada audiência.

Série especial do canal Viaje na Viagem, com apoio do Kayak

É possível, ainda dar um passo além e criar relações de longo prazo com os criadores de conteúdo, fazendo deles embaixadores por um período tempo determinado através da criação de projetos especiais de marketing. Ao identificar influenciadores que tenham uma afinidade de interesses, valores e que conversem com um público valioso para a marca, nasce a possibilidade de engajá-los por um número maior de publicações, criando assim uma narrativa consistente. E todos sabemos o poder que as narrativas têm de envolver e criar vínculos.

Um exemplo disso foi o projeto Origens BR, patrocinado pela Seguros Promo no 360meridianos. Durante um ano, os blogueiros vão percorrer o Brasil em busca dos sítios arqueológicos que contem a história das civilizações que existiam no país antes da chegada dos Portugueses. A marca, mais que focar na venda final de seus produtos, aparece como facilitadora de um conteúdo que tem grande apelo entre a audiência do blog, mas que por razões técnicas dificilmente seria produzido sem ela, fato que é reconhecido e celebrado entre a audiência.

Em conclusão, para se ter resultados excelentes nas campanhas de marketing de influenciadores, basta colocar na frente aquilo que é realmente mais importante: a experiência do consumidor.

Natália Becattini é autora do blog 360meridianos e Presidente da ABBV.
Foto em destaque: Avi Richards.

Leia mais
Publicado em

Blogueiros e turismo responsável: que tipo de influência queremos exercer?

BY: Luisa Ferreira dos Santos / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado

Apesar da controvérsia em torno do termo “influencer”, não há como negar que o trabalho de produtores de conteúdo costuma influenciar comportamentos e decisões. Ao divulgar informações sobre viagens, muitos de nós falamos que nosso objetivo é “inspirar” quem consome esse conteúdo. Mas inspirar a quê?

A aprender a tirar fotos bonitas com looks que combinem com o cenário? A colecionar carimbos no passaporte? A competir pelo melhor estilo de vida? A lotar os mesmos destinos turísticos, provocando o chamado “overtourism”? Ou a crescer como pessoas, aprender sobre o mundo e provocar impactos realmente positivos além dos nossos umbigos?

Grande poder, grande responsabilidade

Uma pesquisa do Booking.com mostrou que para 42% dos brasileiros, “um dos fatores considerados ao escolher uma acomodação é se hospedar em propriedades atraentes onde eles possam tirar fotos para utilizar nas redes sociais”.

Imagina que incrível se essa mesma quantidade de gente considerasse importante saber se uma hospedagem tem práticas ambientalmente e socialmente responsáveis, por exemplo? Imagina se todos nós usássemos nosso “poder de influência” para estimular comportamentos desse tipo?

Aquele conselho bem batido do tio do Homem-Aranha cai bem nesse cenário: com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. Mesmo quem não tem uma audiência massiva provoca algum tipo de influência em seus leitores ou seguidores. Não é possível, então, ignorar o peso das escolhas que fazemos ao viajar e divulgar nossas viagens.

Se acreditamos que “vale tudo pelo conteúdo” e tiramos fotos em lugares proibidos ou perigosos, participamos de atrações que prejudicam animais ou divulgamos eventos que promovem destruição ambiental, que tipo de valores estamos promovendo? Que comportamentos vamos incentivar?

O mundo não é nosso parque de diversões

Muita gente vê viagens como merecidos momentos de descanso e descontração, e não há nada de mau nisso por si só. O problema é quando isso nos faz esquecer que os lugares que visitamos não estão lá exclusivamente para servir a nosso divertimento ou contemplação. Pessoas moram e trabalham neles, e existe todo um ecossistema ali que sente o impacto da nossa presença.

Nesse sentido, o mínimo que podemos fazer é respeitar os destinos. Isso envolve, por exemplo, entender como se vestir e como agir para não desrespeitar a cultura local, especialmente quando ela é muito diferente da nossa. Mas vai além disso.

É preciso, em diversas ocasiões, questionar continuamente o impacto das nossas ações. E, sempre que possível, transmitir esse questionamento ao público que acompanha nossas viagens.

Será que essa pessoa se incomoda em ser fotografada? Para onde irá o lixo resultante daquelas lindas lanternas que enfeitam o céu? O que será que faz com que esse animal selvagem se comporte de forma tão amigável junto a humanos? Será que esse destino tem capacidade para suportar um fluxo tão pesado de visitantes ao mesmo tempo?

Desde o impacto no efeito estufa a profundos danos ambientais em lugares como a Maya Bay, na Tailândia, passando por aumentos estratosféricos nos preços de aluguéis que forçam moradores a sair dos bairros onde cresceram, não há dúvidas de que em muitos casos o turismo age como vilão.

Como blogueiros de viagens, acredito que temos o papel de refletir e debater sobre esses cenários de forma realista, em vez de pintar o mundo e as viagens de cor de rosa, mostrando só o lado bom.

Sempre é tempo de aprender

É claro que os maiores danos causados pela indústria do turismo estão muito além do que conseguimos influenciar com um simples post no Instagram. O problema envolve má gestão de políticas públicas, ganância e descaso a nível mundial.

Mas será que isso nos dá o direito de lavar as mãos, ou é mais um motivo para mantermos nosso senso crítico ainda mais alerta e apoiarmos iniciativas responsáveis?

Já fiz muita coisa errada como viajante e como blogueira de viagens sem ter consciência disso. A gente não nasce sabendo de tudo, nem sempre os limites são claros e às vezes é difícil entender as consequências de ações (nossas ou de grandes empresas) que estão normalizadas na sociedade.

Mas só assim vamos melhorando como pessoas, viajantes e “influenciadores”: um passinho de cada vez, aprendendo uns com os outros.

O turismo pode ser uma ferramenta incrível de transformação pessoal, distribuição de renda e trocas culturais. Mas para que consigamos ampliar esse papel positivo e reduzir seu lado nocivo, precisamos fazer escolhas cada vez mais conscientes e nos perguntar a cada post: que influência queremos exercer?

Luísa Ferreira é jornalista e autora do blog de viagens Janelas Abertas.

Leia também: Turismo responsável na América do Sul

Leia mais
Publicado em

O que marcas esperam de influenciadores digitais

BY: Patricia Papp / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Eventos, Mercado

A relação profissional entre marcas e influenciadores digitais foi um dos principais temas em debate na última edição do YouPixCon, evento que reúne influencers, marcas e agências com o objetivo de aproximar todos os envolvidos e discutir o mercado.

Antes de entrar um pouco mais neste assunto, acho importante fazer uma observação fundamental: a palavra influencer vem com uma carga negativa muito grande, porque associamos a pessoas que geram conteúdo superficial, usam táticas questionáveis para ter mais seguidores e fotos apelativas no Instagram. Mas, na origem da palavra, indica que são aqueles cujas opiniões outras pessoas levam em conta ao decidir o que fazer, o que comprar, e que comportamentos assumir. Ou seja, de alguma forma, todos nós influenciamos as pessoas ao nosso redor – em alguns assuntos mais que em outros. #somostodosinfluencers.

Dito isto, para não causar mais ruídos, vou substituir a palavra influencers por outra que foi muito usada durante o YouPixCon e talvez seja muito mais adequada hoje: creators. Por que creator? Porque muito mais do que distribuir, nosso papel é criar.

O mercado de creators está amadurecendo e está cada vez mais profissional, o que é muito bom. No encontro foi possível ver todos os lados deste ecossistema. Os canais do creator, que são suas ferramentas de expressão, estão se tornando um negócio – e não se trata apenas de monetização do trabalho realizado, mas também da expectativa das marcas e do público geral sobre a postura que os creators precisam ter em termos de disponibilidade, qualidade e responsabilidade.

De forma geral, no YouPixCon, youtubers e produtores de conteúdo em vídeo têm bastante protagonismo, afinal esta é categoria que tem visto crescimento mais acelerado (80% do consumo de conteúdo nas redes sociais é em vídeo). Mas uma das grandes discussões do evento é comum também a outras formas de produtores de conteúdo: o que as marcas esperam dos creators?

Reuni alguns dos principais pontos levantados durantes as palestras tanto pelas marcas, quanto pelos criadores e professionais que os agenciam.

Perfil do projeto e da audiência

A Dani Noce, no painel “Como vender projetos para marcas?”, começou falando sobre a importância de entender o público do seu canal. “Sentem em uma mesa, conversem com sua audiência. Assim, quando as marcas trouxerem seus projetos, é possível avaliar se eles fazem sentindo com o seu canal”. Paulo Cuenca, sócio da Dani, complementou: “Por que eu sou quem eu sou e porque alguém vai prestar atenção em mim?”

Conexão humana

Indicação por amigos em redes fechadas é a forma mais impactante de comunicação. As marcas têm muito mais dificuldade de engajamento do que as pessoas, então o creator é uma ponte neste relacionamento com o público. A Amira Ayoub, da Latam, mencionou esta questão no painel “A Era do do Creator Marketing” – eles já perceberam que parcerias com creators podem converter muito bem.

Propósito

Qual a mensagem que você vai levar adiante? Na opinião da Nay Ruiz, gerente de Redes Sociais do Bradesco, a marca e o creator precisam compartilhar um propósito comum. Só assim o conteúdo será genuíno, autêntico e fluido. Isto é mais importante do que a forma do que será entregue. A entrega em si pode ser cocriada entre a marca e o creator, mas para isto é muito importante que se saiba qual o objetivo de comunicação e a voz da marca. Para ajudar a entender como o propósito impacta a comunicação, vale a pena assistir ao TED do Simon Sinek, em que ele apresenta sua teoria Start With Why.

Ética e relevância

Autenticidade e autoridade são cada vez mais valorizados, pois transferem a mensagem do creator para a marca. O Pedro Alvim, da Magazine Luiza, falou que obviamente eles olham para os números, mas que a base de fãs não significa nada se não há engajamento. Na era do nicho e micro nicho, grandes números comprados não convertem, não geram conexão humana. “Eu não contrato os criadores de conteúdo simplesmente como alguém que tem uma audiência, contrato como verdadeiros criativos”, disse Chris Kindt VP da Red Bull. Paulo Cuenca também falou sobre números: “Os números são importantes, mas não são essenciais. A voz única se trata de você ser relevante em uma comunidade”.

Relacionamento

A marca precisa se tornar relevante para o creator, ela precisa fazer sentido dentro do discurso daquele canal, para que ela seja reconhecida pela audiência. Quando a marca consegue se inserir dentro daquele conteúdo de forma autêntica, o relacionamento pode (e deve) ser duradouro – ações pontuais interessam muito menos, não apenas pelo menor impacto que geram, quanto pelo ganho de gestão e alinhamento que se tem numa parceria mais longa.

Multitalento

O creator produz conteúdo em múltiplas plataformas e se divide entre diversos papéis: é roteirista, designer, edita fotos, escreve, adapta, filma, mensura, analisa, entende de tecnologia, compreende as demandas da audiência e interage com o público. Quanto mais ele entrega, mais valor o contrato pode ter.

Proatividade

É preciso inovar e ter ideias o tempo todo. Os canais mudam, os algoritmos mudam, não há como assumir uma posição passiva. As marcas esperam que os criadores cheguem com projetos bem preparados, sejam capazes de adaptá-los de acordo com objetivos específicos, se coloquem a disposição para fazer ajustes, ouçam e também falem do seu relacionamento com o público porque dominam a conversa. Dani Noce falou que se o creator tiver uma posição passiva, vai virar um banner. “É muito importante que os criadores façam projetos que tenham a ver com a sua voz única”.

Foi muito bom poder presenciar relações onde marcas e creators colaboram para a criação de campanhas e de conteúdos relevantes, para diversas plataformas, com acompanhamento de objetivos específicos e continuidade nas relações. Eu sei que parece um mundo perfeito demais para existir, na prática isto ainda não está plenamente difundido no mercado, mas só o fato de estarmos fazendo parte da construção de um mercado assim já é um bom começo.

Patricia Papp é editora do blog Viajo com Filhos e sócia da Editora Pulp.

Leia também

Influenciadores digitais no turismo: a visão da WTM
Conheça o Código de Ética da ABBV

Leia mais
Publicado em

Competitividade e estratégia de blogs de nicho – Entrevista com InterNey

BY: Fernanda Castelo Branco / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado

Edney Souza, conhecido no mundo digital como InterNey, trabalha no mercado de tecnologia e comunicação desde 1990. Ele acompanhou de perto todas as fases do conteúdo online no Brasil, desde o início da nossa “blogosfera”.

Além de ser diretor acadêmico na Digital House e professor de Marketing Digital na ESPM, Edney é organizador da Social Media Week SP, colunista do blog WordPress.com Brasil e conselheiro da ABRADi-SP.

Convidamos InterNey para uma conversa sobre blogs de nicho, buscando insights de um profissional que conhece todos os lados do mercado de conteúdo digital.

1) No ecossistema da internet, os blogs já passaram por diversas fases. Com o crescimento acelerado das plataformas de conteúdos em vídeo, como você vê a relação das pessoas com os blogs hoje? Qual o espaço dos blogs e o que faz essa plataforma manter audiência e se viabilizar financeiramente, numa época em que só se fala de instagrammer e youtuber? 

Para conteúdos mais técnicos e aprofundados, assim como para o mundo B2B, o texto continua sendo uma forma eficiente para transferir informações. Isso acontece porque, além de ser facilmente buscado, o texto permite que os olhos saltem grandes porções de conteúdo ou retomem determinado trecho facilmente.

Em vídeo é mais difícil avançar e voltar livremente. O vídeo acaba funcionando melhor para contar histórias ou para conteúdos mais básicos, estilo tutorial passo-a-passo onde raramente o espectador vai saltar etapas.

Dentro do texto, o blog acaba dividindo espaço com outras plataformas como o LinkedIn e o Medium, porém nada tem a liberdade do blog em termos de customização e integração com outras mídias.

Quanto a viabilidade financeira, eu vejo o blog como uma plataforma mais interessante para quem tem um negócio, é consultor ou atua como freelancer, cuja remuneração não venha diretamente da plataforma. Isso porque a maior parte da receita de anúncios não está mais em sites, e sim em redes sociais ou links patrocinados. O Youtube é uma exceção nessa disputa porque é a única plataforma onde o usuário pode ganhar alguma coisa mesmo sem uma marca investir diretamente – basta chegar em 10 mil assinantes e ligar a monetização dos vídeos.

2) E com relação ao mercado? Às vezes é difícil encontrar parceiros sem ter o volume de audiência dos grandes portais ou a quantidade de seguidores das webcelebridades. Como as marcas enxergam o papel dos blogs - especialmente os de nicho - dentro de suas estratégias de marketing? 

Numa estratégia para marketing de influência, é interessante trabalhar com 3 tipos de influenciadores para atender todo o funil de vendas: webcelebridades para awareness, especialistas para consideração e microinfluenciadores para conversão. Os blogs de nicho podem atuar como microinfluenciadores ou como especialistas, dependendo do conteúdo e do segmento. Eles têm um papel importante na etapa da consideração. Quanto maior o ticket da venda do produto de nicho, maior o valor desse especialista para a marca.

3) Blogueiros e influenciadores sempre vivem o dilema de se dividir entre diversas atividades - produção de conteúdo, gestão dos canais, contato com parceiros, interação com seguidores, participação em eventos, mil redes sociais diferentes (cada uma exigindo formatos específicos)... Ufa! É comum que esses criadores de conteúdo experimentem burnout, FOMO e outros efeitos associados ao estresse. Como um blogueiro pode identificar o que deve ser prioridade nessa rotina? 

É realmente importante os criadores de conteúdo de nicho usarem também as redes sociais. Instagram é ótimo para viagens, por exemplo, mas ninguém vai decidir uma viagem só pela foto – nesse momento, um blog associado a um perfil de Instagram com certeza vai atrair melhores resultados do que um dos dois canais sozinhos.

Mas a prioridade tem que ser aquilo que ajuda a manter sua reputação e a pagar suas contas. Enquanto você tem uma boa reputação terá gente querendo te ouvir. Vale testar novas redes sociais, estar em diversos eventos, mas se isso não paga suas contas talvez você esteja com o foco errado.

Se a sua área de conteúdo é muito competitiva, talvez você precise se especializar um pouco mais e ser ainda mais nichado. Isso vai valorizar seu conteúdo e diminuir um pouco do tempo necessário para se atualizar e ser competitivo.

Separe algumas redes para testar, alguns eventos para comparecer, mas separe também tempo para sua família e amigos.

4) A habilidade de cultivar uma comunidade em torno de seu conteúdo é um dos fatores que mais pesam na relevância de um blogueiro. Quais as recomendações para fidelizar leitores, estimular o público a se engajar e, idealmente, chegar ao ponto de se tornar um assinante/apoiador ou mesmo consumidor dos produtos que você oferece? 

Criadores de conteúdo de nicho com foco em uma estratégia de remuneração direta precisam entender que é preciso ter escassez e demanda. A escassez é uma questão pois, se tem muita gente fazendo o mesmo conteúdo que você, ele tem pouco ou nenhum valor. Incremente a qualidade técnica do seu conteúdo, mas mantenha a simplicidade na linguagem.

Por outro lado, tem a demanda: se existem muitas pessoas querendo comprar os produtos ou serviços que você avalia/comenta em seu blog, isso pode ser rentável mesmo com baixo volume de leitores. Vale sempre a pena buscar mais leitores, mas se eles não estão dispostos a gastar então esses leitores tem pouco valor para a conversão.

Com relação ao engajamento da comunidade, envolva seus leitores na produção de conteúdo. Use seus comentários no blog ou em redes sociais para tirar ideias de conteúdo. Faça lives. Marque encontros nos eventos. Ouça e reaja de acordo com o que ouvir.

Leia também:

Você deveria pensar seriamente no nicho do seu blog de viagem
Como conciliar redação criativa e SEO em seu blog
Influenciadores digitais no turismo: a visão da WTM

Entrevista por Fernanda Castelo Branco, autora do blog Vontade de Viajar e Diretora de Comunicação da ABBV.

Leia mais