Publicado em 24/09/202124/09/2021

Setembro Amarelo e Burnout de criadores de conteúdo

BY: ABBV0 COMMENTS CATEGORY: Criação de conteúdo

A pressão por postar com frequência e ter bons resultados, somada ao funcionamento das redes que nem sempre favorecem o engajamento, faz com que muitos criadores de conteúdo estejam se levando ao limite na tentativa de manter a produtividade. Mas será que é este o caminho?

Sintomas como estresse e ansiedade estão cada vez mais comuns e, muitas vezes, podem ser sinal da Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, um distúrbio emocional que acontece em decorrência do desgaste na dedicação excessiva ao trabalho.

A autocobrança, a necessidade de mostrar o tempo todo que está fazendo as tarefas de forma bem feita e a incapacidade de se desligar são pontos que demandam atenção para que não se agravem para um quadro de esgotamento extremo, com sinais tanto psicológicos como físicos.

E, se não tratada, a Síndrome de Burnout pode levar à depressão profunda. No início parece ser apenas um cansaço ou desgaste – algo que pode ser natural em um mundo que demanda cada vez mais responsabilidade e estimula até mesmo a competitividade. Mas, com o tempo pode piorar.

Por isso é essencial procurar apoio logo que os primeiros sintomas aparecerem. Mais que isso, é importante organizar sua rotina de trabalho de forma a não se sobrecarregar e, dentro do possível, não se render às pressões externas e internas.

No mês de setembro, marcado pelas campanhas do Setembro Amarelo, que visam conscientizar as pessoas sobre o suicídio, os temas relacionados à saúde mental ganham força. E falar sobre esses assuntos sem tabus pode ser uma forma de ajudar quem está passando por situações do tipo a buscar ajuda profissional.

Pandemia e o excesso de mundo digital

Com a pandemia todas essas situações se intensificaram. O digital passou a ser presente o tempo todo, aumentando os impactos nem sempre positivos da Internet na nossa vida, nas nossas emoções e nas relações pessoais e profissionais. Para quem consome conteúdo online, ficou impossível não ser afetado.

E, para os blogs de viagem, além das dificuldades gerais desse momento complexo do mundo, houve a insegurança pela perda de acessos e de renda, pela impossibilidade de viajar e gerar novos conteúdos. Ao mesmo tempo, foi inevitável surgir a comparação com outros perfis, com outros números, e a cobrança por manter as redes atualizadas e não deixar o trabalho parar.

Mais do que só a vontade de produzir, quem trabalha com Internet acaba lidando também com a pressão de precisar fazer sempre mais e nunca conseguir dar uma pausa. Afinal, mesmo no descanso a Internet está presente, o que faz com que seja ainda mais difícil se desligar.

O resultado não podia ser diferente: falta de tempo, angústia e estresse. Mais de um ano depois, ainda faltam respostas definitivas que apontem como sair desse ciclo. Mas há algumas formas mais saudáveis de produzir.

Como sobreviver neste contexto?

Em uma palestra promovida pela ABBV para os blogueiros associados em junho deste ano, Luiza Voll, sócia-fundadora da plataforma Contente – uma referência no nosso mercado de conteúdo defendendo uma vida digital mais equilibrada e consciente – falou sobre o assunto.

“A internet passou por várias mudanças ao longo dos anos, hoje há um excesso de conteúdo e as pessoas têm pouco tempo, o que gera uma baixa retenção. Saiba para quem você está falando e o que pode ter mudado na percepção dessas pessoas quando o assunto é viagem e turismo. Novas formas de interagir e vender precisarão surgir. E a Internet realmente mexe com nossas emoções, mas é necessário não deixar isso se tornar maior do que deveria ser”, disse.

Para ela, o fundamental é que cada um desenvolva um olhar mais atento para o próprio conteúdo e entenda que é possível dar certo em qualquer caminho. “Em alguns projetos a pessoa nunca aparece, outros têm frequência baixa e alcançam muita gente, tudo depende de muitos fatores”.

Isso significa que não adianta buscar fazer o que outros estão fazendo ou comparar os seus resultados. É preciso entender o seu público e o seu estilo. E, principalmente, colocar a sua saúde mental em primeiro lugar para não ficar esgotado.

Agora, com a retomada do turismo e a ânsia por ter novos conteúdos depois de tanto tempo, algumas dicas se tornam ainda mais essenciais: respeitar os seus limites ao criar conteúdo, saber identificar as armadilhas do mundo digital, construir narrativas mais objetivas, apostar em um ritmo que caiba na sua vida, entender que a qualidade da conexão que você promove vale mais que a quantidade de publicações. “Criar não deveria ser imposição ou obrigação, mas sim nossa forma mais verdadeira de se expressar”, finalizou.