Com o objetivo de alavancar oportunidades para todos os associados e estimular o desenvolvimento do mercado, a ABBV firmou parceria com a Bureau 21, agência comunicação digital com foco em Branding e Relações Públicas (PR) para criadores de conteúdo e influenciadores digitais.
Com experiência na criação de projetos e eventos entre marcas e creators, a Bureau 21 apoiará a ABBV no contato com empresas e destinos turísticos interessados em organizar press trips e fazer parcerias com blogueiros de viagem.
“Percebemos que existia uma demanda de empresas querendo convidar blogueiros a conhecerem atrações, museus, hotéis e destinos, sem saber por onde começar a organizar um projeto deste tipo”, explica Natália Becattini, presidente da ABBV. “Para atender a esses contatos e poder oferecer o alinhamento necessário, trouxemos uma equipe profissional dedicada a isso”.
A iniciativa da associação visa estimular o crescimento do mercado e o profissionalismo na relação entre marcas e influenciadores. “Sabemos que as empresas querem aproveitar todo o potencial do marketing no ambiente digital e os criadores de conteúdo querem ter acesso a oportunidades de parceria. Nossa missão será garantir que cada ação realizada seja de benefício mútuo”, comenta Daniela Cadavez, sócia da Bureau 21.
Fundada em 2017, a agência traz no portfólio a experiência de projetos de branded content para o canal de Youtube da Americanas.com, workshops com influenciadores de decoração na mostra de arquitetura Morar Mais Por Menos, e uma cobertura completa do evento geek CCXP com os blogueiros do Coxinha Nerd, com mais de 10 horas de conteúdo ao vivo e experiências exclusivas para fãs.
“Quando trabalhamos projetos de nicho, encontramos abordagens únicas, grupos engajados, histórias originais. Nosso foco não é meramente comercial. Queremos criar experiências, conectar pessoas e marcas, levar ao público um olhar mais humano e real sobre aquele produto ou serviço”, diz Daniela.
A Bureau 21 fará atendimento às demandas e alinhamento com as empresas que buscam a ABBV e será responsável pela organização de convites de press trips e visitas, além de apoiar na prospecção ativa de novos parceiros para os associados.
Enquanto o mercado se desenvolve e define os parâmetros do marketing de influência, esta iniciativa pioneira vem para ajudar a construir melhores práticas no segmento de turismo. A consultoria de profissionais especializadas em relações públicas ajudará a conduzir os contatos de forma a estimular a criação de ativações justas, relevantes e éticas.
Leia maisQuais são os principais desafios e oportunidades para os destinos e os profissionais de marketing e turismo atualmente? Tricia Neves Levy, Especialista de Mercado da Phocuswright, apresentou na WTM Latin America algumas das tendências que devem influenciar o setor este ano. Confira:
“A participação global de reservas de hospedagens está na mão de gigantes como o Booking, mas o crescimento dessas empresas está desacelerando, porque elas estão sobrecarregadas pelo seu tamanho - e, se o jogo for pelo volume, a chegada do Google no mercado de reservas muda o cenário”, afirmou Tricia. Segundo ela, isso abre espaço para o crescimento de startups: “É importante ficarmos atentos a esse mercado, porque o próximo Airbnb está por aí”.
“Hoje em dia, seu cliente está online em todos os estágios da viagem. Então o dinheiro para publicidade também deve estar”, afirmou Tricia. As marcas que tradicionalmente apostam em anúncios voltados para o momento de compra, encontram oportunidade de participar das etapas de planejamento e inspiração através, por exemplo, da cocriação de conteúdo com influenciadores digitais.
A executiva observou que existe hoje uma abundância de novos produtos e opções de segmentações, e cabe às empresas da área testar essas novas tecnologias o quanto antes. “Mídias visualmente mais atraentes, como redes sociais e vídeos, são especialmente relevantes e eficazes para o engajamento com a marca”.
Outro insight da empresa vem de longe: na China, afirmou Tricia, o desktop praticamente morreu. “Quase todo o processo de compra é feito pelo celular. As pessoas usam apps super amigáveis que tomam conta de toda a jornada de compra dos viajantes, sendo ricos em conteúdo e inspiração”, explicou.
O uso de assistentes de voz, como o Alexa e similares, também merece a atenção dos players de turismo. “Eles têm sido cada vez mais usados para tirar dúvidas e pedir recomendações, embora ainda não tanto para fechar negócios. No futuro, isso também deve aumentar”, disse a palestrante.
Por isso, as empresas do segmento devem pensar sobre como usar chats e serviços de voz para expandir sua presença online e em todos os pontos de contato com o cliente.
“Quando o AirBnb implementou as ‘experiências’ na sua plataforma, começou a provocar os players de atrações. Colocou moradores dos destinos em contato direto com os viajantes, sem intermediários além da plataforma, e vimos que muitos viajantes estão interessados em experiências diferentes”, disse Tricia.
Por isso, ela recomenda que receptivos tradicionais busquem formas de oferecer experiências diferentes, como as que permitem interação com moradores. Ao mesmo tempo, devem pensar em formas de inovar nos produtos turísticos clássicos. “Isso não significa a morte da Torre Eiffel, porque vivemos em um mundo em que não precisamos escolher entre uma coisa e outra. Os viajantes querem os dois”, acrescentou.
A busca por experiências além do convencional afeta também as hospedagens. O que os viajantes buscam numa estadia está mudando, incluindo serviços que vão além do básico. Mais uma vez, a especialista mencionou o AirBnb como exemplo, já que a plataforma oferece aos usuários a possibilidade de se sentir como um morador do lugar, fazendo a hotelaria repensar a forma em que oferece seus serviços.
A tecnologia também é, segundo ela, uma fator importante nesse segmento. “Nos Estados Unidos, 65% dos hóspedes atribuem grande importância aos hotéis que investem em tecnologia para melhorar sua experiência, principalmente para reservas, check-in, check-out e pedidos de room service”, disse, observando a importância do investimento em novas tecnologias.
Luísa Ferreira é jornalista e autora do blog de viagens Janelas Abertas.
Foto em destaque: Sebastian Hietsch
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Como criar uma interação genuína entre marca e consumidor em um ambiente digital cada vez mais competitivo? A pergunta motivou a palestra de Fernanda Castelo Branco e Natália Becattini, profissionais de comunicação e diretoras da ABBV, durante a edição latino-americana do World Travel Market 2019 (WTM), realizada em São Paulo entre 31 de março e 02 de abril.
De acordo com Aline Prado, líder de Insights para a indústria de turismo no Google, no Brasil 35% da população é contada como viajante e 13% como viajante aéreo. "Esses são números que não sofreram alterações significativas nos últimos três anos – ou seja, temos as mesmas pessoas viajando, o que as torna um público cada vez mais exigente no processo de compra da categoria de viagem, buscando auxílio com dúvidas, reclamações e problemas", explica.
Segundo a especialista, as buscas no Google por informação e atendimento crescem 5 vezes mais que a busca por intenção de compra. Isso significa que grande parte das pesquisas não é atendida por empresas ou e-commerces, mas por sites e plataformas de conteúdo, como blogs e vídeos. Os canais online são hoje a principal fonte de informação para 86% dos viajantes brasileiros, e os influenciadores digitais assumem um papel relevante nesse contexto. Eles atendem a dúvidas e compartilham relatos e experiências que as marcas sozinhas não conseguem prover.
O termo "influencer marketing" há muito tempo deixou de causar estranhamento entre as marcas, mas em um ambiente digital em que as mudanças ocorrem de forma constante, acompanhar as tendências é fundamental para garantir um bom resultado.
Enquanto formatos tradicionais de publicidade esbarram em adblocks ou passam simplesmente a ser ignorados pelos usuários como um detalhe incômodo do layout, o conteúdo cocriado é capaz de despertar o interesse genuíno e conquistar a atenção do público.
É assim que surge o Branded Content: em vez de interromper o consumo de conteúdo para exibir campanhas, as marcas se tornam facilitadoras de um conteúdo que informa e diverte. Quando isso acontece, o público valoriza a parceria entre influenciadores e marcas, e tende a confiar na recomendação.
Diferente dos publieditoriais tradicionais, que costumam ter certo tom publicitário nos textos e o foco exclusivo no produto ou na marca, o Branded Content é um conteúdo original e totalmente alinhado ao projeto editorial e ao interesse do leitor.
Para melhor aproveitar a relação existente entre influencer e seu público, as marcas devem focar em ações que priorizam a experiência do usuário em vez de listar atributos e argumentos de venda. O foco passa a ser o universo temático no qual a empresa quer se inserir. Assim, cria uma conexão pessoal dos consumidores com a marca não apenas pelo endosso do creator, mas por iniciar um diálogo autêntico com o público.
Como exemplo, temos a série de vídeos patrocinados pela Kayak no canal de youtube do Viaje na Viagem. A marca aproveitou o formato da série "Vai por Mim" e da linguagem de Ricardo Freire, já familiares aos seguidores do canal, e apenas facilitou a produção de um número limitado de vídeos. A audiência recebeu a mesma qualidade de informação que já busca no canal e a Kayak se posicionou como uma marca que tinha afinidade com aquele conteúdo, conquistando visibilidade e estima junto à comunidade do Viaje do Viagem.
Outro caso interessante é o projeto BlogVille Emilia Romana - que adotou uma abordagem alternativa para as press trips tradicionais e facilitou a estadia de dezenas de blogueiros na região de Bolonha, na Itália. Ao deixá-los livres para escolher as atividades de seu interesse, mas proporcionar acesso às atrações, hospedagem e passeios, a ação viu aumentar o número de postagens sobre a região, mas respeitou a linguagem e os temas que os blogueiros já estivessem acostumados a abordar em seus canais. Cada participante criou seu próprio roteiro e produziu conteúdo específico e relevante para cada audiência.
É possível, ainda dar um passo além e criar relações de longo prazo com os criadores de conteúdo, fazendo deles embaixadores por um período tempo determinado através da criação de projetos especiais de marketing. Ao identificar influenciadores que tenham uma afinidade de interesses, valores e que conversem com um público valioso para a marca, nasce a possibilidade de engajá-los por um número maior de publicações, criando assim uma narrativa consistente. E todos sabemos o poder que as narrativas têm de envolver e criar vínculos.
Um exemplo disso foi o projeto Origens BR, patrocinado pela Seguros Promo no 360meridianos. Durante um ano, os blogueiros vão percorrer o Brasil em busca dos sítios arqueológicos que contem a história das civilizações que existiam no país antes da chegada dos Portugueses. A marca, mais que focar na venda final de seus produtos, aparece como facilitadora de um conteúdo que tem grande apelo entre a audiência do blog, mas que por razões técnicas dificilmente seria produzido sem ela, fato que é reconhecido e celebrado entre a audiência.
Em conclusão, para se ter resultados excelentes nas campanhas de marketing de influenciadores, basta colocar na frente aquilo que é realmente mais importante: a experiência do consumidor.
Leia maisNatália Becattini é autora do blog 360meridianos e Presidente da ABBV.
Foto em destaque: Avi Richards.
“O Brasil tem mais penetração de internet que de saneamento básico”, afirmou Aline Prado, líder de Insights para a indústria de turismo no Google, no início da sua palestra na última edição da WTM Latin America.
A afirmação dá a dimensão de como a tecnologia está presente em nossas vidas. No segmento de turismo, é claro que a situação não é diferente. Segundo o Google, em 2017 mais de 50% das reservas de hospedagem foram feitas online e 72% das passagens aéreas foram vendidas dessa forma.
O objetivo da palestra era mostrar como as empresas do setor podem continuar fazendo parte do planejamento de viagens nesse cenário em que os viajantes são cada vez mais independentes.
Apesar do forte uso da internet para comprar produtos e serviços para viagens, o uso é ainda maior na fase de planejamento: as buscas por informação têm crescido 5 vezes mais que as buscas com intenção de compra - e essas demandas são atendidas por criadores de conteúdo, como blogueiros e youtubers. “Já víamos essa tendência no ano passado, mas este ano enxergamos uma acentuação”, observou Aline.
Atualmente, a empresa estima que 38% dos viajantes começam seu planejamento de viagens pesquisando no YouTube e 53% via busca do Google. Em 2018, as visualizações de vídeo sobre viagem no Youtube cresceram 354%. Estar presente neste tipo de conteúdo, através de produção própria ou cocriação com influenciadores digitais, pode fazer a marca entrar no radar dos consumidores logo no início de suas decisões de compra.
Enquanto a multiplicidade de vozes continua presente, cada vez mais usuários direcionam suas pesquisas para conteúdos produzidos por “creators” específicos, que conquistam a confiança do público e se fortalecem como grandes players do mercado.
“Em 2008, as pessoas pesquisavam sobre viagens usando termos ligados a marcas em que confiam, como CVC e Decolar. Em 2012, vimos um rompimento dessa relação: as pessoas reduziram as buscas pelas marcas e começaram, junto com as pesquisas genéricas, a buscar pelos termos associados a nomes de criadores de conteúdo”, disse a palestrante.
Aline Prado trouxe outros dados relevantes sobre o comportamento dos usuários que procuram informações sobre viagens na internet. Para muitos, as pesquisas começam ajudando a decidir o destino: 57% iniciam o planejamento sem saber para onde vão viajar.
A busca por destinos específicos tem caído, enquanto cada vez mais gente tem procurado por elementos ligados à experiência, como “pé na areia”, “com piscina” ou “para curtir com a família”.
E os dados também apontam insights interessantes sobre temporalidade. As buscas com intenção de compra, segundo o Google, se concentram entre o final de domingo e terça-feira. As buscas por conteúdo, por outro lado, são mais frequentes durante o final de semana.
“Começamos a entender que esse é cada vez mais um processo longo e perene”, acrescentou Aline. 56% dos viajantes começa a fazer reservas para uma viagem com mais de três meses de antecedência e 35% o faz de um mês a uma semana antes da partida. “A maior parte das reservas acontece 16 dias antes da viagem, mas o planejamento é muito anterior a isso”, disse.
Uma das implicações desse novo padrão de comportamento para as empresas do segmento de turismo é que, teoricamente, os sites delas só aparecem no final da jornada de compra dos consumidores.
“O planejamento tradicional começa com a busca de informações e tomada de decisões. Depois vem a compra das passagens e então a reserva de hospedagens. Mas alguns players têm conseguido chegar antes, ajudando a determinar para onde e como vai ser a viagem desse usuário”, disse Aline.
Quase todas as principais empresas de turismo do Brasil tiveram queda em volume de buscas em janeiro deste ano, com exceção de Booking, Airbnb e Kayak. De acordo com a palestrante, essas empresas têm em comum o fato de não abordarem os usuários perguntando necessariamente para onde eles vão.
Os três sites, observa ela, oferecem a possibilidade de encontrar destinos de acordo com a experiência que a pessoa está buscando, como “viagem romântica” ou “viagem para famílias”. O Kayak também investiu em parceria com criadores de conteúdo, como a série de vídeos no canal Viaje na Viagem, que ajuda a responder algumas das grandes questões dos viajantes brasileiros na fase de planejamento das férias. Dessa forma, as marcas conseguem entrar na fase inicial da jornada de compra do viajante.
“Cada vez mais, quem vende viagens precisa oferecer conteúdo”, concluiu a executiva do Google. Afinal, quase todas as viagens começam diante de uma tela, e quem faz parte desse início sai na frente da concorrência.
Luísa Ferreira é jornalista e autora do blog de viagens Janelas Abertas.
Foto em destaque: Sebastian Hietsch
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Nos dias 30 e 31 de março, aconteceu em São Paulo o 2º Seminário da ABBV, que contou com a presença de 41 blogs de viagem associados. O evento trouxe uma ótima oportunidade de aperfeiçoamento para os blogueiros, networking com marcas e compreensão do que o mercado tem procurado entre os influenciadores digitais.
Eu, que sou membro da ABBV há apenas um ano, vou compartilhar como foi participar deste evento e o que tivemos a oportunidade de ver e ouvir por lá. De cara já quero dizer que foi um imenso prazer ter participado do seminário e ter tido contato com tantos profissionais de liderança no mercado, que tão generosamente compartilharam seu conhecimento com a gente! Saí de lá com muitas informações, grandes aprendizados e totalmente motivada para as próximas fases do meu blog. Acredito que o mesmo tenha acontecido com outros participantes.
O seminário contou com 12 sessões de aprendizado, distribuídas entre painéis e palestras. Um dos principais temas abordados foi a relação entre blogs e marcas, um debate fundamental enquanto o mercado de creators ainda está construindo seus parâmetros de profissionalismo.
No painel das agências de PR, os convidados Giselly Azevedo, da Approach Comunicação, Camila Anauate, da Edelman, e Alberto Martins, da B4T, compartilharam com a gente um pouco de suas experiências ao trabalhar influenciadores digitais nas estratégias de comunicação de seus clientes. Entre outros assuntos, eles falaram sobre eventos, press trips e deram dicas a partir de suas experiências de contato com blogueiros.
Também no primeiro dia, falamos sobre Branded Content: como criar projetos de conteúdo em parceria com marcas. Vanessa Mathias e Lalai Persson, publicitárias e autoras do Chicken or Pasta, relataram suas experiências com criação de projetos que foram patrocinados por grandes empresas. Steffie Watanabe, da Gol Linhas Aéreas, e Nathalie Colunna, da Spark Fluvip, contribuíram com a conversa trazendo a perspectiva do que as marcas esperam e buscam.
Não poderíamos ter um seminário completo sem eles que são a maior inspiração de nossos conteúdos: os destinos turísticos! Profissionais que trabalham para os órgãos de turismo também compartilharam seus pontos de vista sobre a relação com blogs de viagem e influenciadores digitais. Participaram da conversa Marcelo Cobra, representando a Nova Zelândia; Roseanne Café, representando Aruba; e Carolina Dias, falando sobre Israel.
Branding foi outro tema bastante presente na programação. Elisa Araújo trouxe sua experiência como sócia do blog Viaje na Viagem para falar sobre posicionamento de marca e criação de comunidade - dois fatores que foram fundamentais para o projeto, que começou como um hobby de Ricardo Freire, ter se tornado uma referência no mundo dos blogs de viagem. Ela contou sobre as diferentes fases pelas quais o site passou desde seu lançamento, em 2004, e compartilhou os bastidores do projeto de branding implementado a partir de 2016, que contribuiu para sua consolidação.
Um dos destaques do evento, a meu ver, foi a palestra feita por Pedro Drable, publicitário especialista em conteúdo digital e processo criativo. Pedro nos apresentou, de maneira descontraída e interativa, uma metodologia para criar projetos inovadores.
Pedro ainda fez todo mundo se movimentar com uma dinâmica em que todos os participantes foram levados a praticar seu Elevator Pitch. O momento rendeu boas risadas e, principalmente, contribuiu com a preparação dos blogueiros para aproveitar ao máximo as oportunidades de networking, em eventos ou reuniões.
Para completar, o especialista em marketing pessoal Alexandre Formagio, falou sobre "Como trabalhar seu nome estrategicamente". Ficou claro que quem quer trabalhar com conteúdo digital precisa valorizar sua história e passar esse valor para quem está consumindo seu conteúdo.
Eixo central das nossas atividades como blogueiros, a gestão de conteúdo é uma questão na qual precisamos sempre nos aprimorar. O Seminário da ABBV trouxe sessões com profissionais de marketing digital que falaram sobre estratégia de conteúdo nas diferentes plataformas.
Logo no início do segundo dia de evento, o convidado Gabriel Ishida, especialista em Social Analytics, compartilhou detalhes de como compreender o público e gerar conteúdos voltados para o seu interesse. Ele apresentou diversos dados que devem ser considerados pelos produtores de conteúdo e mostrou como o engajamento do público é fator importante na criação de uma campanha com influenciadores digitais.
Luisa Almafi, coordenadora da Airfluencers – plataforma de influencer marketing muito usada por agências e empresas – também destacou o peso do engajamento e da autencidade do conteúdo ao apresentar alguns dos critérios que as marcas usam para selecionar influenciadores digitais, especialmente a partir do Instagram.
Outro ponto alto do seminário foi a palestra de Luiza Drubscky, gerente da Rock Content, que se baseou nos bons resultados obtidos com a estratégia da própria empresa, que é referência em marketing de conteúdo, para dar ótimas informações e dicas para que nós, blogueiros de viagem, também possamos gerar maior tráfego orgânico em nossos sites através da otimização da estratégia de conteúdo.
Claro, a gente ama viajar e escrever. Mas ser blogueiro também é ser empreendedor, e por isso precisamos falar de negócios! Julia Minhoto, supervisora de mídia da Viajanet, nos apresentou o programa de afiliados de passagens áreas e falou sobre a importância de criar diferentes formas de integração, que se adequem ao estilo de conteúdo de cada blog, para ter relevância para o público e gerar mais vendas.
O painel seguinte apresentou uma tema muito interessante: a contratação de colaboradores e prestadores de serviço. Os blogueiros associados da ABBV, Guilherme Tetamanti (Quero Viajar Mais), Fred Marvila (Sundaycooks) e Natália Becattini (360meridianos) relataram suas experiências quanto ao crescimento e expansão das equipes de seus blogs. Bruna Barbosa, do blog Expressinha, fez a mediação do debate e trouxe sua contribuição como advogada para informar como o processo de contratação de colaboradores de um blog deve ser feito de maneira correta.
A última palestra da programação foi conduzida por Fernanda Castelo Branco, do blog Vontade de Viajar, que deixou preciosas dicas para os blogueiros que iriam participar da WTM Latin America, um dos maiores evento de turismo do país, que aconteceu na semana seguinte ao seminário.
A organização acertou em cheio na escolha do local! O Espaço Sinimbu, próximo ao aeroporto de Congonhas, no Brooklin Paulista, tem um ambiente super confortável e agradável, com o auditório amplo e um jardim interno onde aconteceram os momentos de confraternização.
Além da agenda de palestras e debates, tivemos diversos momentos para fazer novas amizades, negócios e trocar experiências durante os fartos intervalos para Coffee Break e o Happy Hour ao final de cada dia. Foi ótimo poder reencontrar alguns rostinhos conhecidos, "desvirtualizar" alguns contatos e ter mais tempo para conversar!
O Happy Hour do primeiro dia teve um sabor especial: a Gol nos ofereceu uma noite argentina para nos apresentar as novidades sobre as rotas para Buenos Aires.
O Seminário ABBV 2019 foi patrocinado pelas empresas Viajanet, Seguros Promo e Gol Linhas Aéreas, que, além de viabilizarem a realização do evento, ainda tiveram seus representantes presentes e disponíveis para conversarem com a gente. Contamos ainda com o apoio da Le Postiche, que ofereceu vouchers de produtos para os blogueiros participantes.
É muito bom ver marcas que apoiam o desenvolvimento do mercado de conteúdo digital. O contato entre profissionais de diferentes áreas do turismo, do marketing e da indústria criativa em geral provoca reflexões fundamentais sobre a nossa atuação, o cenário que vivemos e nosso papel no mercado.
Os responsáveis pela excelente organização do Seminário foram os membros da diretoria da ABBV: Natália Becanti (360meridianos), Kaio Donadelli (Coisos on the Go), Carlos Arruda (Vida Cigana), Fernanda Castelo Branco (Vontade de Viajar) e Marcela Buchalla Pacca (Segredos de Viagem). Certamente todos os participantes ficaram gratos, assim como eu, pelo que os representantes da ABBV nos proporcionaram nestes dias de aprendizado. Já estou esperando pelos próximos eventos que virão!
Keila Kubo é autora do blog Turistando Pelo Paraná.
Fotos: Rodrigo Otake, Coração Mais Dois
Saiba como foram os eventos da ABBV em anos anteriores:
Evento 2018: palestra com Bia Granja, da Youpix, e brunch no Terraço Itália
Evento 2017: primeira edição do seminário ABBV
Há pelo menos 5 anos o wifi está entre as comodidades mais buscadas pelos viajantes na hora de escolher uma hospedagem. Agora, a expectativa com relação à tecnologia já está além: 55% dos hóspedes consideram importante que a hospedagem use serviços online para oferecer uma experiência melhor.
Durante a WTM Latin America, a empresa de pesquisa Phocuswright apresentou dados de um estudo realizado em 2018 em parceria com a Google. Segundo o estudo, viajantes do Brasil e do mundo esperam que hotéis, albergues e anfitrões disponibilizem serviços adicionais e informações que facilitem a viagem, em tempo real.
Os dados indicam que 61% dos brasileiros usam mensagens online durante as viagens para buscar serviços de passeios, comparar e escolher produtos e interagir com concierge ou anfitrião. Eles querem dicas e indicações de serviços confiáveis.
Mais que estar à disposição para tirar dúvidas, a expectativa é que os anfitriões sejam proativos: 3 em cada 4 viajantes são simpáticos a receberem contatos com sugestões de passeios e serviços, mas desde que sejam customizados para seus interesses. Esse é um ponto crucial: caso o viajante não se identifique com as dicas e não as considere úteis, a comunicação se torna indesejável.
A Alexa, da Amazon, já faz parte das rotinas de 47% dos viajantes americanos. “O uso ainda não é muito difundido entre os brasileiros, mas à medida que passar a ter suporte para o idioma português, os assistentes de voz se tornarão comuns no Brasil também”, disse Carolina Haro, executiva da Phocuswright.
Embora a praticidade de fazer pesquisas rápidas com voz seja muito atraente, a incorporação desta tecnologia na indústria hoteleira terá ainda que conquistar a confiança do público quando se trata de questões de privacidade, uma grande preocupação especialmente em ambientes como o quarto de dormir.
Serviços de reserva online, como Booking e Expedia, dominam o mercado atual: os hotéis não conseguem competir individualmente com os investimentos de marketing feitos pelas OTAs, então o que resta é garantir que a propriedade esteja bem representada, com boas fotos e avaliações, para aproveitar o potencial delas.
A comodidade de realizar reservas em poucos cliques e usar uma única plataforma para diversos tipos de hospedagem estão entre as grandes vantagens percebidas pelos consumidores. “Só a partir da 4ª reserva de um mesmo cliente o hotel tem chance de fidelizar e passar fechar negócio diretamente. E mesmo os programas de fidelidade têm seus desafios, pois o cliente entra para ter acesso aos benefícios, mas ainda é capaz de trocar por outras marcas que ofereçam melhor preço ou conveniência”, apresentou Carolina.
Mas o domínio de mercado das gigantes do turismo pode estar com os dias contados: a entrada da Google e da Amazon no segmento de reservas promete mudar o cenário já nos próximos 5 anos – tanto pela capacidade de investimento em tecnologia quanto pelo volume de dados de que dispõem sobre os hábitos dos consumidores. A tendência, segundo os cenários levantados pela Phocuswright, é que empresas como Booking e Expedia se tornem menos onipresentes e assumam um posicionamento mais especializado e de nicho.
O aumento da participação dos aluguéis de residência está mudando o mix na hotelaria, não apenas pelo crescimento de plataformas específicas como o Airbnb mas pela oferta de apartamentos por temporada em canais de reserva antes tipicamente usados por hotéis, como o Booking.
Quase metade dos viajantes brasileiros (46%) optou por acomodação alternativa nos últimos 12 meses, e com grande percentual de aprovação: 97% deles considera usar novamente e 86% recomendaria a amigos.
Um dado interessante apresentado por Carolina Haro em sua palestra na WTM é que, ao contrário do que se assumia quando houve o “boom” do Airbnb, não existe um tipo de hospedagem preferido por cada segmento de público. A distribuição aumenta em todas as faixas etárias, não apenas entre os jovens.
Um mesmo cliente considera as diferentes opções e escolhe sua hospedagem de acordo com o estilo de cada viagem e composição do grupo com quem vai viajar (em casal, em família, entre amigos etc.). A força dos hotéis, nesse cenário, ainda está nos serviços agregados – a começar por restaurante, recepção e concierge, mas também agenda de eventos e entretenimento.
Fernanda Castelo Branco é autora do blog Vontade de Viajar e Diretora de Comunicação da ABBV.
Foto em destaque: Nicole Honeywill
A transformação digital no turismo
10 tendências de viagem para 2019, segundo o Pinterest
A WTM Latin America, maior evento da indústria do turismo, além oferecer o contato direto com expositores e destinos turísticos, conta com uma agenda diversa de palestras para promover debates e desenvolver conhecimento sobre o setor.
A edição 2019 acontece de 2 a 4 de abril, no Expo Center Norte, em São Paulo, e as inscrições estão sendo recebidas através do site oficial do evento. Blogueiros podem se inscrever gratuitamente, na categoria Imprensa.
Mais que uma fonte de inspiração e motivação para os profissionais da área, as palestras são também uma oportunidades de ouvir os grandes porta-vozes em primeira mão, ampliar sua rede de contatos e desenvolver seu conhecimento e entendimento do setor.
A programação tem dois palcos principais: o Inspire Theatre e o Travel Tech Theatre, espaço que contará com duas palestras de blogueiros da ABBV! Confira algumas palestras já anunciadas que são imperdíveis para quem quer saber mais sobre o universo digital e as tendências do turismo.
Veja a programação de eventos completa da WTM Latin America 2019 aqui.
Women in Travel 15:00 - 16:00 Networking Area
De Startup a Grownup: como desenvolver e expandir sua empresa com sucesso? Empreendedoras e especialistas vão participar de um painel de debates.
Google 15:15 - 15:45 Inspire Theatre
A Google ainda não anunciou os temas das palestras em 2019, mas a julgar pelo conteúdo apresentado por eles nos últimos anos, vale a pena reservar a agenda!
Como Aproveitar a Disrupção Digital em Viagens 16:00 - 16:30 Inspire Theatre
A disrupção digital estimula a inovação na indústria de viagens. Veja como as marcas de viagens estão tirando proveito de novas tecnologias como biometria, inteligência artificial, internet das coisas e blockchain.
Google 14:15 - 15:00 Inspire Theatre
A Google ainda não anunciou os temas das palestras em 2019, mas a julgar pelo conteúdo apresentado por eles nos últimos anos, vale a pena reservar a agenda!
Tendências de Consumo: Repensando a Hospitalidade 15:15 - 15:45 Inspire Theatre
As expectativas dos viajantes ao escolherem hotéis estão cada vez mais altas, diante das tecnologias transformadoras e a grande oferta de redes e canais de reserva. Entenda o comportamento e as preferências dos viajantes e conheça as principais tendências em hospitalidade para 2019 e depois.
Blogs de viagem e turismo responsável: que influência queremos exercer? 17:30 - 18:00 Travel Tech Theatre
A presidente da ABBV, Natália Becattini, e a associada Luísa Ferreira vão falar sobre como blogueiros e influenciadores digitais podem promover e conscientizar o público para uma forma mais sustentável de viajar.
Além do publipost: como trabalhar com ações especiais com influenciadores 13:00 - 13:30 Travel Tech Theatre
Natália Becattini e Fernanda Castelo Branco, profissionais de comunicação e diretoras da ABBV, vão mostrar como a criação de branded content e projetos especiais que se inserem de forma autêntica nos canais dos influenciadores podem gerar alcance, engajamento e exposição de marca superiores aos da publicidade tradicional.
Quais as melhores maneiras do turismo reduzir emissões de carbono? 13:00 - 13:45 Inspire Theatre
Parte do programa WTM Responsible Tourism, a mesa redonda convida profissionais e pesquisadores do setor a debater as melhores maneiras de a indústria de turismo reduzir emissões de carbono.
7 tendências e oportunidades para Destinos e Marketing Turístico 14:00 - 14:30 Inspire Theatre
Como entender as preferências e os comportamentos dos consumidores de viagens para criar estratégias de marketing de destinos. Qual o cenário para os grandes players, o mercado de startups, as novas tecnologias e a expansão do mercado da Ásia.
A Transformação Digital no Turismo 14:45 - 15:15 Inspire Theatre
Machine Learning, Inteligência Artificial, Realidade Aumentada e Realidade Virtual: como a transformação digital impacta o mundo do turismo, a nova jornada do cliente e o poder da personalização dos serviços.
O programa Women in Travel (Mulheres no Turismo) chega à edição da América Latina, com o objetivo central de estimular profissionais mulheres que atuam no mercado investindo em suas carreiras e empreendendo, com conteúdo e mentoria personalizadas. As atividades do programa acontecerão no primeiro dia da feira, e incluem painel de capacitação, mentoria e coquetel de networking.
O programa WTM Responsible Tourism, que tradicionalmente conta com palestras especiais durante o evento, este ano fará também o lançamento do Prêmio de Turismo Responsável para a América Latina, a ser realizado pela primeira vez em 2020.
Apesar da controvérsia em torno do termo “influencer”, não há como negar que o trabalho de produtores de conteúdo costuma influenciar comportamentos e decisões. Ao divulgar informações sobre viagens, muitos de nós falamos que nosso objetivo é “inspirar” quem consome esse conteúdo. Mas inspirar a quê?
A aprender a tirar fotos bonitas com looks que combinem com o cenário? A colecionar carimbos no passaporte? A competir pelo melhor estilo de vida? A lotar os mesmos destinos turísticos, provocando o chamado “overtourism”? Ou a crescer como pessoas, aprender sobre o mundo e provocar impactos realmente positivos além dos nossos umbigos?
Uma pesquisa do Booking.com mostrou que para 42% dos brasileiros, “um dos fatores considerados ao escolher uma acomodação é se hospedar em propriedades atraentes onde eles possam tirar fotos para utilizar nas redes sociais”.
Imagina que incrível se essa mesma quantidade de gente considerasse importante saber se uma hospedagem tem práticas ambientalmente e socialmente responsáveis, por exemplo? Imagina se todos nós usássemos nosso “poder de influência” para estimular comportamentos desse tipo?
Aquele conselho bem batido do tio do Homem-Aranha cai bem nesse cenário: com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. Mesmo quem não tem uma audiência massiva provoca algum tipo de influência em seus leitores ou seguidores. Não é possível, então, ignorar o peso das escolhas que fazemos ao viajar e divulgar nossas viagens.
Se acreditamos que “vale tudo pelo conteúdo” e tiramos fotos em lugares proibidos ou perigosos, participamos de atrações que prejudicam animais ou divulgamos eventos que promovem destruição ambiental, que tipo de valores estamos promovendo? Que comportamentos vamos incentivar?
Muita gente vê viagens como merecidos momentos de descanso e descontração, e não há nada de mau nisso por si só. O problema é quando isso nos faz esquecer que os lugares que visitamos não estão lá exclusivamente para servir a nosso divertimento ou contemplação. Pessoas moram e trabalham neles, e existe todo um ecossistema ali que sente o impacto da nossa presença.
Nesse sentido, o mínimo que podemos fazer é respeitar os destinos. Isso envolve, por exemplo, entender como se vestir e como agir para não desrespeitar a cultura local, especialmente quando ela é muito diferente da nossa. Mas vai além disso.
É preciso, em diversas ocasiões, questionar continuamente o impacto das nossas ações. E, sempre que possível, transmitir esse questionamento ao público que acompanha nossas viagens.
Será que essa pessoa se incomoda em ser fotografada? Para onde irá o lixo resultante daquelas lindas lanternas que enfeitam o céu? O que será que faz com que esse animal selvagem se comporte de forma tão amigável junto a humanos? Será que esse destino tem capacidade para suportar um fluxo tão pesado de visitantes ao mesmo tempo?
Desde o impacto no efeito estufa a profundos danos ambientais em lugares como a Maya Bay, na Tailândia, passando por aumentos estratosféricos nos preços de aluguéis que forçam moradores a sair dos bairros onde cresceram, não há dúvidas de que em muitos casos o turismo age como vilão.
Como blogueiros de viagens, acredito que temos o papel de refletir e debater sobre esses cenários de forma realista, em vez de pintar o mundo e as viagens de cor de rosa, mostrando só o lado bom.
É claro que os maiores danos causados pela indústria do turismo estão muito além do que conseguimos influenciar com um simples post no Instagram. O problema envolve má gestão de políticas públicas, ganância e descaso a nível mundial.
Mas será que isso nos dá o direito de lavar as mãos, ou é mais um motivo para mantermos nosso senso crítico ainda mais alerta e apoiarmos iniciativas responsáveis?
Já fiz muita coisa errada como viajante e como blogueira de viagens sem ter consciência disso. A gente não nasce sabendo de tudo, nem sempre os limites são claros e às vezes é difícil entender as consequências de ações (nossas ou de grandes empresas) que estão normalizadas na sociedade.
Mas só assim vamos melhorando como pessoas, viajantes e “influenciadores”: um passinho de cada vez, aprendendo uns com os outros.
O turismo pode ser uma ferramenta incrível de transformação pessoal, distribuição de renda e trocas culturais. Mas para que consigamos ampliar esse papel positivo e reduzir seu lado nocivo, precisamos fazer escolhas cada vez mais conscientes e nos perguntar a cada post: que influência queremos exercer?
Luísa Ferreira é jornalista e autora do blog de viagens Janelas Abertas.
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Leia maisA cada novo ano, é a mesma coisa: a gente se esforça para cumprir as resoluções formuladas na virada de ciclo, enquanto a vida teima em nos atropelar. Quase nunca é fácil concretizar tudo que planejamos, mas tudo tende a ficar menos complicado quando nos organizamos.
Aproveitei esse início de ano para compilar algumas dicas de organização para blogueiros de viagem, com base no que pratico no meu dia a dia. São estratégias e recursos simples, mas que acabam fazendo a diferença no rendimento do trabalho.
Vale reforçar, no entanto, que quando falamos em organização e produtividade não existe uma fórmula que sirva para todos. O ideal é ir testando abordagens diferentes até encontrar (ou criar) o que melhor se adapte à sua rotina.
Todo bom blogueiro consulta fontes de informação variadas quando começa a planejar uma viagem, né? Mesmo quando tenho a intenção de viajar mais espontaneamente, sempre levo o conteúdo do blog em consideração. E isso significa, entre outras coisas, sondar pautas que podem surgir daquela visita.
Quando estou na fase inicial de pesquisa sobre um destino, crio uma pasta para ele nos favoritos do navegador e vou salvando lá tudo que acho interessante. Podem ser matérias de jornal, posts de blogs brasileiros e gringos, fotos bonitas, livros relacionados ao país, hotéis ou albergues onde penso em ficar... Também tenho feito o mesmo no Instagram, com o recurso de salvar posts em coleções.
Na etapa seguinte, uso esses recursos como ponto de partida para montar o roteiro da viagem, tanto na perspectiva de viajante quanto no sentido editorial. Costumo criar um documento para o itinerário geral, outro com as informações sobre o que quero conhecer em cada cidade e mais um com ideias de pautas mais genéricas que penso em pesquisar durante a viagem.
Nessa fase, acho válido anotar todas as ideias de pautas que vierem à cabeça, mas sem se apegar muito. Durante o percurso, muitos desses temas certamente vão “cair”, enquanto outros inesperados vão dar as caras.
Seja como for, é importante anotar o máximo que puder sobre cada assunto. Além de descrever a ideia, acrescente links, imagens e outras referências relacionadas àquele tema. Assim, você não só evita o risco de esquecer o que queria abordar no post como já garante um bom ponto de partida para o texto.
Salvar os links originais da pesquisa é importante para indicar as fontes do seu post. Ao publicar o seu artigo, dê crédito para os outros blogs e sites que foram úteis para a sua pesquisa – assim como você gostaria de ter seu trabalho reconhecido e citado. Além de ser uma prática positiva e ética, oferece informações valiosas para o seu leitor.
Para organizar todo esse material, o formato pode variar muito. Conheço gente que faz planilhas no Excel, enquanto outros usam os bons e velhos caderninhos de papel.
Eu acho mais prático usar o Evernote, porque lá posso escrever notas com uma formatação bonitinha, editar quantas vezes precisar, colocar etiquetas organizadoras e acessar tudo facilmente tanto pelo computador quanto pelo celular. Já fui de anotar coisas no Word, num diário de viagem e no celular ao mesmo tempo, mas assim acabava perdendo ideias e informações valiosas.
Depois da viagem, quando tenho uma ideia mais precisa do que vai virar post de fato, vou jogando as pautas num calendário editorial. Nele, tento equilibrar textos com diferentes temas, para diversificar o conteúdo do blog. Mas preciso confessar: às vezes ignoro isso e simplesmente escrevo o que estou a fim de escrever.
Já aconteceu comigo, com amigos e provavelmente com você também: você chega no destino com tudo prontinho para produzir um conteúdo massa, até sentir falta de algum equipamento importante.
Desde levar a câmera sem o cartão de memória a deixa-la descarregar sem perceber ou esquecer o bastão da GoPro em casa, a lista de vacilos pode ser longa. Todo mundo está sujeito a erros, mas a organização ajuda a evita-los.
Uma sugestão é fazer um check-list de equipamentos que você precisa conferir ao fazer as malas, ou antes de sair do hotel a cada dia de viagem. Anote tudo que precisa levar, o que deve checar em cada gadget (se está carregado e com a lente certa, por exemplo) e itens sobressalentes a levar, como cartões de memória e bateria.
Caso viaje junto com outras pessoas que fazem o blog com você, uma sugestão é fazer uma divisão de tarefas. Tipo “você fica responsável pelo drone e eu pelas câmeras”. Assim, cada um vai se acostumando com sua rotina e se reduz o risco de um ficar pensando que o outro fez o que devia ser feito.
Além dos objetos físicos, também é fácil se desorganizar com o tanto de itens digitais que vamos acumulando, né? Por isso, vale a pena tirar algumas horas (ou um dia inteiro, dependendo do nível da sua bagunça virtual) para fazer uma faxina nos arquivos.
Acho válido identificar os tipos de arquivo mais frequentes, fazer um esquema simples e separa-los em pastas de acordo com uma lógica predeterminada, em vez de sair abrindo uma pasta nova para cada coisa.
Algumas sugestões de categorias: documentos e finanças, clipping, relatórios de campanhas e estatísticas, peças gráficas, fotos, materiais para posts, mídia kits, eventos, parcerias e anúncios etc.
Lembrando que tudo isso não vale de nada se você não fizer backup. Afinal, um dos maiores pesadelos para qualquer produtor de conteúdo é perder todas as suas fotos e anotações, né? Mas as chances disso acontecer são mínimas caso você salve tudo em mais de um ambiente além do seu computador.
A “organizadora profissional” Gabriela Brasil sugere ordenar sua vida virtual assim: arquivos de uso frequente ficam no computador e na nuvem, arquivos usados de vez em quando ficam só na nuvem e arquivos importantes que precisam ser guardados indefinidamente vão para a nuvem e backup físico.
Para quem trabalha com fotos em RAW e/ou arquivos de vídeo, é bom fazer esse filtro o quanto antes, separando os itens que vai usar a curto prazo, os que já usou etc. Assim, você evita acumular “peso digital” desnecessário e sobrecarregar seu computador ou servidor.
Mesmo que o blog não seja seu trabalho principal, certamente você acumula muitas tarefas de diferentes naturezas relacionadas a ele. Responder e-mails e comentários, atualizar redes sociais, avaliar desempenho de afiliados, acompanhar estatísticas, editar posts antigos, fazer balanço financeiro...
Para não se perder no meio disso tudo, o ideal é criar processos para as tarefas recorrentes, determinando uma periodicidade específica.
Por exemplo: checar e-mails todo dia pela manhã, respondendo o que for mais urgente e marcando o resto como pendente para o fim do dia; avaliar o Analytics e os números de redes sociais toda sexta-feira ou todo fim de mês; escrever newsletter todo domingo; e assim por diante.
No caso de projetos pontuais, vale aquela dica básica de produtividade: dividir as tarefas em pedaços menores e determinar prazos para cada uma. Assim, também fica mais fácil priorizar o que tem mais potencial de trazer retorno, seja financeiro ou de outro tipo.
Recomendo fazer um planejamento mensal, separando as tarefas que precisam sair do papel de todo jeito e aquelas para fazer “se der tempo”. Gosto de colar um papel com essa to-do list na parede do escritório, para olhar para ela todo dia.
Assim como os outros itens listados aqui, a escolha de plataforma para esse planejamento depende de cada um. Tem quem não abra mão de planners de papel, tem os fãs de murais com post-its e tem quem curta usar aplicativos e softwares específicos para gerenciamento de tarefas, como Trello e Asana, especialmente úteis para quem faz o blog junto com outras pessoas.
E você, tem outras dicas de organização para blogueiros de viagens? Compartilha com a gente!
Luísa Ferreira é jornalista e autora do blog de viagens Janelas Abertas.
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Depois de meses de planejamento e desenvolvimento, a diretoria da ABBV anuncia uma grande novidade para seus associados: a área exclusiva para membros, acessada através do site oficial.
Com ela, cada associado poderá manter seu perfil sempre atualizado e terá acesso a informações relevantes sobre as parcerias e benefícios exclusivos, além de contar com uma base de conhecimento com conteúdo para profissionalização do blog, nos mais variados temas de atuação, de SEO e media kit a informações jurídicas e de registro de marca.
Em soft launch desde outubro de 2018, a funcionalidade dará origem a uma base de dados que será útil também para o desenvolvimento de atividades da associação, como a indicação para parceiros ou a organização de press trips.
Nosso maior objetivo é apoiar o crescimento profissional dos blogueiros de viagem e criar condições para que o desenvolvimento e a rentabilização da atividade ocorram de maneira ética e duradoura. Na área exclusiva do associado, os participantes poderão ainda entrar em contato direto com a diretoria da ABBV para tratar de dúvidas, denúncias, sugestões e outros assuntos do seu interesse.
Com o passar do tempo, esse novo espaço concentrará tópicos de discussão, hangouts, links e conteúdos de interesse divididos em outros canais como o grupo de Facebook ou grupo do Whatsapp. Desse modo, a área de membros se torna um espaço de constante atualização e fonte de recurso para o associado desenvolver o potencial do seu blog.
Para criar o seu perfil e ter acesso à área de membros, os associados devem acessar a preencher o formulário através do site da ABBV e aguardar para que a diretoria verifique e aprove o cadastro.
Esperamos que essa nova funcionalidade no site contribua para o crescimento da ABBV e contamos com o feedback de todos os associados sobre os recursos da plataforma e sugestões de conteúdo que possa ser incluído na base de conhecimento.