Um bom produtor de conteúdo deve entender que falar de viagem não é só dar dicas de hospedagem ou compartilhar fotos de cenários paradisíacos. É claro que tudo isso pode estar presente no seu blog, mas é necessário (e urgente) passar a abordar o turismo de uma forma mais ampla dentro de um contexto social e cultural.
Ao fazer uma viagem, você se preocupa em incluir no seu roteiro lugares que fizeram parte da história negra, por exemplo?
Buscando resgatar histórias apagadas pelo racismo e dar espaço a outras narrativas, existem diversos guias e iniciativas que estão criando roteiros e experiências e ajudando a difundir a cultura negra.
É o chamado Afroturismo, um movimento que vem ganhando força pelo Brasil e pelo mundo.
Neste Dia da Consciência Negra, a ABBV reconhece que ainda temos um longo caminho a percorrer em relação à diversidade e inclusão enquanto Associação e, por isso, contratamos uma consultoria para nos ajudar a traçar ações práticas.
Para começar, listamos aqui 7 dicas que podem te ajudar a dar os primeiros passos nesse sentido:
Estudar para aprender e compreender como o racismo funciona é o primeiro passo. Hoje em dia, há cada vez mais informação disponível na Internet, então faça seu dever de casa e não espere que pessoas negras tenham tempo e paciência para te ensinar de graça.
Ao ler ou ouvir relatos de pessoas que foram vítimas de racismo, não desqualifique a fala de quem vive situações de discriminação e nem questione a dor do outro. Não faça de conta que o racismo não existe, nem tente fazer falsas comparações.
Ao escrever textos ou fazer vídeos, observe seu vocabulário com atenção para não usar palavras de origem racista e expressões discriminatórias, já que muitas delas são tão naturalizadas que podem acabar passando batidas.
Busque conhecer projetos, instituições e movimentos que atuam no combate à desigualdade racial e acompanhe os trabalhos e ações realizados por eles no dia a dia, não só em Novembro.
Quantos influenciadores brancos você acompanha? E quantos influenciadores negros? Se houver uma diferença significativa entre esses números, se questione o porquê disso e passe a acompanhar mais influenciadores negros para deixar seu Feed mais diverso.
Além de seguir, é muito importante interagir e, sempre que possível, contratar essas pessoas – não apenas em datas como o Dia da Consciência Negra e não apenas para falar sobre racismo, mas também sobre os temas que cada um aborda, de gastronomia a finanças.
Diante de situações de racismo, é fundamental não se isentar e se posicionar.
Use suas redes e seu espaço para isso.
O Movimento Web para Todos foi idealizado em 2017 para transformar a internet brasileira em um ambiente mais inclusivo. A iniciativa promove práticas que facilitam a navegação do conteúdo digital por pessoas que possuem mobilidade reduzida ou dificuldades motoras, pessoas surdas e com baixa audição, pessoas cegas, com baixa visão e daltônicos – além de uma série de outras deficiências, como intelectuais, cognitivas e múltiplas.
Estamos falando de um público potencialmente grande: são 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência (Censo IBGE 2010). Porém o MWT estima que atualmente somente 5% das páginas da web brasileiras são acessíveis para eles.
A tecnologias assistivas são softwares que auxiliam a navegação online ou adaptam o conteúdo para quem não consegue acessar da forma habitual. Alguns exemplos são controles de cursor com movimentos da cabeça ou comando de voz para usuários que não podem usar teclado e mouse, aplicativos narradores de conteúdo para usuários com baixa visão, ou mesmo avatares que traduzem o texto para Libras - linguagem de sinais usadas por deficientes auditivos.
Tecnologias como essas permitem que muitos desses usuários possam realizar atividades online que pesquisar, consumir entretenimento e comprar pela internet.
O que criadores de conteúdo, designers e desenvolvedores podem fazer para tornar o blog mais amigável para pessoas com deficiência e mais adequado para tecnologias assistivas? A atenção a alguns pontos pode fazer a diferença:
Muitas dessas práticas de acessibilidade digital são positivas de forma geral para o blog, inclusive para posicionamento nos mecanismos de busca, além de beneficiar outros usuários, como pessoas mais idosas. Saiba mais no site do Movimento Web para Todos.
Foto em destaque: Josh Calabrese
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Leia maisPor Lucia Malla |
Vivemos em constante interação. Não só com outras pessoas, mas principalmente com o ambiente que nos cerca. Ambiente este que vem sendo constantemente modificado por diversos fatores predatórios - basta abrir o jornal e ler sobre as queimadas na Amazônia, as mudanças climáticas, a poluição das cidades, a depleção dos recursos naturais visando ao nosso comodismo consumista, pra citar alguns poucos. O cenário geral não é dos melhores, mas ainda dá tempo para virarmos esse jogo.
Na luta diária por um planeta mais saudável para nós e para as futuras gerações, vale desde ações formiguinhas (apagar a luz ao sair do quarto, por exemplo) às ações políticas (votar em candidatos que se preocupem de verdade com a situação ecológica de um local ou do planeta), passando por ações econômicas (comprar um produto por ter sido produzido de maneira menos prejudicial ao ambiente) e sociais (privilegiar uma empresa por se preocupar de maneira idônea com a qualidade de vida dos seus empregados).
Quando viajamos, muitas destas escolhas que vivenciamos não diminuem nem aumentam: elas são apenas diferentes das que normalmente estamos acostumados em nossas rotinas. Com nossos sentidos aguçados pelo ambiente novo, tendemos a nos sensibilizar mais. E é nesse momento que podemos colaborar para a existência de um planeta mais saudável. Partindo de uma atitude ética, podemos privilegiar locais e passeios que se preocupem com a saúde do ambiente. Muitos hotéis e restaurantes já fazem questão de acentuar opções verdes para o cliente. Por enquanto, muitas a um preço ainda salgado - mas se mais pessoas começarem a escolhê-las, podemos, como mercado consumidor, trazer o preço para baixo, aumentando a concorrência saudável entre estabelecimentos.
E se devemos cultivar tal preocupação ético-ambiental durante uma viagem, o que dizer de quando sugerimos algo para uma terceira pessoa, como acontece a todo momento nos blogs de viagem? Mais ética ambiental ainda se faz necessária. Afinal, o poder de influenciar o vizinho em sua viagem soma-se à possibilidade de contribuir para um planeta melhor. É uma oportunidade dupla de colaborar por um ambiente mais saudável. Não deve ser desperdiçada.
Os blogs de viagem comentam sobre os mais variados aspectos das interações humanas que envolvem o ato de ir e vir. Referendam passeios, incitam curiosidades, renovam sonhos e esperanças individuais. Seria muito bacana se, a cada sugestão de passeio, restaurante, hotel e afins, um pouco dessa responsabilidade ético-ambiental com o planeta que habitamos também fosse extravazada, para que a nossa escolha individual sustentável se transforme numa realidade coletiva. Quanto mais cedo para apreciarmos nossa interação com o ambiente, melhor.
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