Em pesquisa inédita com profissionais de marketing e turismo, ABBV apresenta como as empresas e órgãos do mercado estão desenvolvendo ações de marketing com blogueiros e influenciadores digitais
Iniciativas de relações públicas e assessoria de imprensa movem a maior parte (42%) das ações com influenciadores no segmento de turismo, mas são as ações de publicidade que estão com tendência de crescimento mais acentuada no mercado. Os dados são da pesquisa desenvolvida pela Associação Brasileira de Blogs de Viagem (ABBV) no fim de 2019.
A pesquisa foi realizada com participação de 118 profissionais de marketing e turismo, incluindo representantes de órgãos de turismo de destinos (33%), hotelaria (23%), empresas prestadoras de serviços diretamente relacionados ao turismo (tours, câmbio, seguros etc. - 22%) e agências de viagem (12%).
Ações com blogs e influenciadores digitais já estão bastante difundidas no setor de turismo, especialmente entre em agências de comunicação que atendem instituições e profissionais de marketing de empresas de serviço. Entre as 118 participações, 109 declararam ter realizado ações com blogueiros e influenciadores digitais nos últimos 12 meses e 117 declararam interesse em fazê-lo nos próximos 12 meses.
As ações mais praticadas são aquelas vinculadas às atividades de assessoria de comunicação e relações públicas, como a divulgação de releases. No entanto, ações de publicidade estão com tendência de crescimento mais acentuada – como programas de afiliados ou apoio a eventos feitos por/para blogueiros e influenciadores. Também estão em alta contratações de publieditoriais (publicações pagas) e organização de press trips.
A divulgação do produto, serviço ou destino turístico é a principal motivação para a procura por influenciadores. Maior parte das marcas entende que blogs e canais de mídias sociais têm papel fundamental na tomada de decisão dos viajantes. Também se destaca o interesse em alcançar um público qualificado – isto é, com segmentado por nichos e de acordo com o perfil de público-alvo da marca.
Ao buscar visibilidade das marcas, os profissionais de marketing e turismo valorizam conteúdo de qualidade e com credibilidade – o que também está relacionado ao compartilhamento de experiências reais e ao endosso agregado pelos criadores de conteúdo.
“Acredito que o futuro do marketing e da publicidade está muito atrelado à blogueiros e influenciadores, já que consumidores tendem a confiar muito mais em suas opiniões, o que é super positivo. Empoderar pessoas reais para falarem de suas experiências pode ser muito mais eficaz do que simplesmente fazer publicidade para a sua marca” - Marcella Pasquarelli, Online Affiliate Manager da WePlann.
Ao indicar as plataformas de conteúdo prioritárias para suas estratégias de marketing, os entrevistados puderam selecionar múltiplas respostas. Maior parte das instituições (74%) trabalha com um mix diversificado de plataformas, tendo selecionado mais de 3 tipos de mídia.
O Instagram – plataforma já habitual para práticas de influencer marketing – está entre as prioridades de 76% das instituições, inclusive pela afinidade com o conteúdo de turismo. Blogs e sites são prioritários para 61% das marcas, por serem conteúdos com ciclo de vida mais longo, com presença em buscadores, além da distribuição em redes sociais.
Outro fator que pesa no sucesso das campanhas é o perfil dos influenciadores selecionados. Busca e análise manual é a metodologia mais usada no setor (38%), destacando-se a avaliação qualitativa do conteúdo além da observação de métricas básicas como volume de público e engajamento. Apenas 13% dos profissionais declararam usar ferramentas para mapeamento e análise de blogs e perfis de redes sociais, e outros 5% mencionaram a contratação de agências especializadas em influencer marketing.
Existe uma grande participação de atendimento a demandas recebidas (23%) – quando o blogueiro ou influenciador entra em contato com a instituição demonstrando interesse ou apresentando alguma proposta de parceria. Assim como relacionamento direto e a troca de indicações entre profissionais de marketing (21%) é bastante frequente, visto que agências tendem a trabalhar com múltiplos clientes do setor de turismo e muitas instituições mantêm há anos um trabalho permanente de relações públicas.
A pesquisa completa, com todos os dados analisados, está disponível para download gratuito através do link: Pesquisa Influencer Marketing no Turismo.
Leia maisTodo blogueiro tem mais perfis em redes sociais do que é capaz de dar conta. Na tentativa de priorizar, é comum que a gente escolha aqueles que têm maior potencial de retorno direto para o blog ou gerem maior volume de cliques. Mas tem uma rede que pode estar sendo deixada de lado por muitos blogueiros e talvez mereça um pouco mais de atenção, por seu grande potencial para abrir oportunidades: o LinkedIn.
A boa notícia é que o LinkedIn não exige necessariamente uma frequência de publicações tão alta quanto outras redes, como o Twitter ou o Instagram. Mesmo que você não possa usar diariamente, ter um perfil completo e bem configurado já faz uma grande diferença.
O LinkedIn pode ser muito interessante para se manter atualizado sobre as tendências do mercado. Você pode seguir profissionais de referência nos setores de turismo e marketing digital, além de fontes de informação relevante como Skift, YouPix e a própria ABBV.
As empresas de turismo com atuação local ainda parecem estar começando no LinkedIn, mas as marcas internacionais e de grande porte – como Booking, Gol Linhas Aéreas e Airbnb – estão presentes lá. Pelo perfil da rede, o tipo de novidade compartilhada prioriza movimentos de negócios e indica o que tem sido importante para a empresa. Ler informações como essas nos dá insights para propor projetos mais assertivos às marcas que podemos querer abordar.
Quando você faz uma proposta ou procura apoio para um projeto, é interessante ter um perfil completo caso as pessoas busquem pelo seu nome para conhecer seu trabalho e sua qualificação. Isso pode aumentar a credibilidade diante de potenciais parceiros.
Se, além de manter o blog, você trabalha como produtor de conteúdo freelancer palestrante ou consultor, esse deve ser o foco do seu perfil. Descreva os serviços que você oferece e otimize as descrições para ser encontrado nesse tipo de busca.
Mesmo que o blog seja um projeto paralelo, você também pode citá-lo. Busque mencionar aprendizados que você teve com a experiência de criar e manter um blog, e de que forma eles contribuíram para o enriquecimento da sua carreira.
Vale compartilhar conteúdo do blog? Depende. Dicas de viagem não são em si um tema com perfil do LinkedIn – não convém tratar o LinkedIn da mesma forma que o Facebook ou o Twitter, por exemplo. No entanto, pode ser legal compartilhar projetos, contar os bastidores de algum conteúdo, comentar tendências do turismo e outros temas relevantes do ponto de vista profissional.
Fernanda Castelo Branco é autora do blog Vontade de Viajar e Diretora de Comunicação da ABBV.
Foto em destaque: Andrew Neel
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Uma das principais entidades de turismo no Brasil, a ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagem) representa mais de 2 mil empresas em todo o país, entre agências de viagens, operadoras de turismo e consolidadoras, que juntas respondem por cerca de 85% de toda a movimentação de vendas do setor.
Com 65 anos de história, a ABAV acompanhou muitos momentos de mudança no mercado, e agora vive mais uma nova fase. A evidência foi a programação da ABAV Expo este ano, que incorporou diversos temas relacionados ao universo digital, debatendo a incorporação de tecnologias, estratégias de marketing e também o relacionamento entre as empresas e os influenciadores digitais.
Entrevistamos Magda Nassar, presidente da ABAV Nacional, sobre o cenário atual do turismo no Brasil. Investidora, empreendedora e agente de viagens desde 1987, Magda é a primeira mulher na liderança da instituição, assim como foi a primeira a presidir a Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), entre 2015 e 2019.
1) No painel de abertura da ABAV Expo 2018, foi dito que o turismo é um ramo com capacidade de se recuperar rápido em cenários de crise. Como está o otimismo do setor este ano?
Magda Nassar - Estamos muito confiantes no fortalecimento do setor, inclusive devido a vitórias recentes como a abertura de 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas nacionais, isenção de vistos para turistas dos EUA, Canadá, Japão e Austrália e o veto à isenção na cobrança de bagagem. São fatores que devem estimular o setor a curto e longo prazo, com mais atrativos para turistas estrangeiros visitarem o Brasil e mais competitividade no setor aéreo, o que deve baratear o valor das passagens aéreas e expandir nossa malha aérea.
Além disso, vale destacar que, mesmo em um cenário de crise, o brasileiro segue com planos de viajar sempre que tem a oportunidade, seja em um feriado prolongado ou nas férias. O que acontece é uma mudança no comportamento do consumidor, que passa a buscar alternativas para viajar. Se o dólar ou euro estão mais caros, vemos um movimento de procura por viagens em destinos onde o câmbio é mais favorável ou então maior busca por destinos nacionais, por exemplo. As agências apoiam esse processo de decisão, pela capacidade que têm de fazer os ajustes necessários para que qualquer viagem caiba no bolso do seu cliente.
O mercado também contribui favoravelmente, pois nos momentos de maior instabilidade responde com promoções e vantagens, como opções de parcelamento maiores e dólar congelado. O turismo é um setor de suma importância para a economia nacional, representando 8,1% do PIB brasileiro e 6,9 milhões de empregos no país, segundo estudo do World Travel and Tourism Council (WTTC), divulgado em março de 2019.
2) A programação da ABAV Expo 2019 teve uma Arena Digital, com uma proposta de trazer abordar temas como transformação digital e marketing multicanal. Que inovações já vêm sendo aplicadas no mercado de turismo? Como o setor de serviços está se transformando para a era digital orientada à experiência?
Magda Nassar - O setor de turismo foi um dos que mais se transformaram na era digital, e é natural que o agente de viagens tenha que se adaptar ao novo cenário. É preciso apostar em novos canais de comunicação com o consumidor, investir em sites e portais que estimulem o engajamento e conversão, além de estudar a fundo dados dos usuários para identificar novos padrões de comportamento e desenvolver estratégias de vendas orientadas para as novas tendências de consumo.
Hoje em dia já vemos uma quebra de barreira das agências do chamado modelo "tradicional" se fazendo presentes também no meio digital, lançando mão de estratégias de marketing voltadas para o online e explorando mais as redes sociais para captar e fidelizar clientes. Nós, na ABAV, temos incentivado muito essa prática junto aos nossos associados, o que fortalecemos também por meio da oferta de cursos do ICCABAV – que este ano, por sinal, transformou a sua plataforma em 100% digital – e apresentações da Vila do Saber, que é a área dedicada à difusão de conhecimento da ABAV Expo.
A tecnologia teve grande destaque na ABAV Expo 2019, com ativações como a área de Inovação, em parceria com a Travelport, em que desenvolvedores apresentaram as tendências na área, e empresas consolidadas e startups trouxeram inovações desenvolvidas especialmente para o mercado de turismo, além de dezenas de outros expositores focados nas áreas da tecnologia da informação e gestão de sistemas.
3) A pesquisa realizada pela Panrotas este ano apontou que "o incômodo e o sentimento de competição que os profissionais de turismo tinham em relação aos influenciadores já foi dominado. Vemos as próprias agências e operadoras se utilizando desses canais para promover seus serviços". Como a ABAV vê este novo momento na relação entre agentes e influenciadores digitais?
Magda Nassar - Entendemos que, entre os vários fatores que afetam a decisão final do consumidor (promoções, condições exclusivas de pagamento etc), os influenciadores podem ser grandes aliados das agências, pois democratizam o acesso à informação e fomentam a curiosidade e o interesse de potenciais viajantes, além de criar o desejo por um destino turístico, um hotel ou uma experiência. Há, inclusive, agências de viagens que já atuam em parceria com esses profissionais para promover seus pacotes e serviços, com ótima taxa de conversão.
Na feira deste ano, tivemos algumas novidades significativas nesse sentido, como um lounge para influenciadores dentro do "Espaço Conectividade", que marcou a grande ação promovida este ano envolvendo 100 influenciadores digitais de lifestyle e viagens na divulgação do evento.
4) A inclusão e a diversidade são temas em alta na sociedade hoje, e que estiveram em pauta tanto na ABAV Expo 2018 quanto na edição de 2019. O mercado tem despertado para segmentos como o público negro, o público LGBT+, pessoas com deficiência e viajantes da terceira idade (que atualmente representam expressivos 22% entre os clientes das agências de turismo). Para além das oportunidades de produtos de nicho, qual o impacto social de se debater as questões específicas de inclusão?
Magda Nassar - O turismo é uma atividade democrática, com grande impacto cultural, por isso é muito importante que as agências estejam atentas à importância de atender aos mais variados nichos de consumidor e propiciar experiências memoráveis para seus clientes.
Mais uma vez, é importante que o agente se capacite e atualize seus conhecimentos para estar apto a atender demandas específicas de um viajante com deficiência, o público LGBT e até mesmo compreender algo relativamente novo, como a gordofobia e a transfobia, dois dos temas que trouxemos para o debate este ano. Por meio do turismo, é possível ter experiências de vida transformadoras e queremos que ele esteja ao alcance do maior número possível de pessoas.
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A Travel Conference acabou e ainda estou celebrando tudo o que aconteceu não só naquele palco incrível 360º montado no Esporte Clube Pinheiros, como ao redor dele. O evento aconteceu entre os dias 4 e 6 de outubro e reuniu mais de mil inscritos, 20 palestrantes, painéis com os maiores especialistas em viagens e gente do Brasil inteiro, com alguns inscritos até de Portugal e do Peru!
A Travel Conference é o primeiro evento no Brasil voltado para promover o networking entre criadores de conteúdo e profissionais tomadores de decisões no mercado do turismo. Em seu segundo ano de realização, provou que produzir conteúdo de viagem é uma tendência do mercado e, como tal, precisa de conferências como essa para nortear o setor.
Foram 3 dias intensos de compartilhamento, aprendizado e desenvolvimento de boas práticas para monetizar blogs e redes sociais de viagem e gerar resultados concretos para os investidores no setor.
O que mais escutei durante e pós-evento é sobre uma explosão de ideias e novos projetos fomentados a partir desse encontro. Sem dúvida, cada participante saiu com grandes lições da Travel Conference. Mas, em especial, gostaria de destacar 6 aprendizados da Travel Conference 2019:
Durante algum tempo, algumas pessoas acreditaram que para tornarem-se blogueiros ou instagrammers de viagem era preciso apenas cultivar carimbos no passaporte e nada mais. Acontece, que já se foi o tempo no qual uma foto bonita e um feed combinado era suficiente.
É preciso profissionalizar o setor. E como isso acontece? Investindo em cursos, workshops e participando de grandes eventos como a Travel Conference e outras feiras e encontros relevantes.
Ainda sobre profissionalização, a Travel Conference trouxe também uma discussão com Anderson Hernandes, da Tactus Contabilidade; sobre a regularização do trabalho do produtor de conteúdo sob a luz dos aspectos legais e práticos de atuação no mercado.
Além disso, muito se discutiu sobre novas técnicas e como empregá-las para fazer o melhor trabalho possível. Ficou claro que, para conseguir um crescimento consistente, é essencial usar ferramentas para automatizar e mensurar audiência, ganhos, perdas.
Todo esse trabalho é exaustivo e exige conhecimento profundo, como salientaram alguns dos palestrantes como Zé Alcorta, da Panrotas; Tony Ventura, especialista em Novas Tecnologias; e Matheus Tomoto, que coleciona passagens por Harvard University, MTI, ONU e Stanford University.
Uma das palestras mais concorridas da Travel Conference 2019 foi da Ana Tex, que possui 13 anos de experiência em Marketing Digital e é autora de Treinamentos de Marketing Digital. Na sua fala, ela fez questão de lembrar que todos os mais de mil participantes do evento eram produtores de conteúdo de viagem, porém é preciso ter um nicho mais específico para alcançar o sucesso.
Na prática, isso significa que um dos aprendizados da Travel Conference 2019 é: escolha um segmento dentro do turismo para atuar, como viagens com pet, com filhos, viagem sozinha ou outros recortes e destaque-se no mercado.
O nicho também foi alvo da palestra de Pyong Lee, hipnólogo e idealizador de um canal do Youtube que é referência mundial com monetização na internet.
E como nem tudo é só dinheiro, o que dizer da participação da Iara e Eduardo Xavier, do Caçadores de bons exemplos, que emocionaram a plateia inteira com a sua empatia e amor ao próximo? Com a máxima: "Seja você a mudança que quer ver no mundo!", esse casal do bem provou no palco 360º que também é possível escolher um nicho que cause impacto no planeta e ganhar visibilidade através disso.
Além do nicho, a seleção do tipo de plataforma também foi alvo de troca de experiências como as maiores autoridades em engajamento no Instagram, como Amanda Antunes, do Prefiro Viajar; Marco Vaz, do Vaz Aonde e Anderson Dias, do 196sonhos.
Também teve a participação de Luciano Palumbo, do Turismoetc, que, com seus prêmios, prova que existe espaço também para o nicho jornalístico mais tradicional. E nem a TV ficou de fora, com a palestra empolgante do Rodrigo Ruas, apresentador do Viagens Ao Redor do Mundo, da Band.
Em resumo, a lição foi: escolha um segmento do seu interesse no turismo, use uma ou mais plataformas e crie o seu nicho!
Essa é uma certeza que sempre tive. Quando você tem autoridade sobre um assunto, é possível se juntar a marcas e realizar trabalhos incríveis. Mas nada como cases de sucesso para confirmar isso!
Nomes como Leo Leite, da Hotmart; Brian Baldrati, embaixador da Gopro e Mont Blanc; Andre Pilli, embaixador da HP; Danielle Noce e Paulo Cuenca compartilharam suas experiências ao trabalhar com grandes marcas. Outra palestra inesquecível foi do Rômulo e da Mirela, do Travel and Share, que compartilharam toda expertise para diversificar a monetização.
Em comum, todos eles afirmaram que os produtores de conteúdo de viagem devem estar atentos às regras de mercado, saber se posicionar e entregar um material não menos que excelente para os seus patrocinadores.
Todos os frutos que a Travel Conference tem colhido são parte de uma grande estratégia. É imprescindível tê-las em mente ao criar um blog de viagem ou uma rede social voltada para o setor.
Isso significa que não dá para ter sucesso com seu canal do Youtube ou no seu Instagram, por exemplo, sem antes estudar as plataformas, traçar as estratégias necessárias e trabalhar duro, como bem lembrou o Camilo Coutinho, Paulo del Valle ou Raíra Venturieri, em suas palestras.
Em relação aos blogs de viagem, foram importantíssimas as participações de Saulo Medeiros, da equipe do Neil Patel; do Edu Giansante, do E-Dublin; do Fábio Angheben, do Dicas Nova York; e do Flávio Antunes, do Dicas de Viagem, que apresentaram as melhores estratégias para fazer o blog se destacar no mercado.
A participação do Trade de turismo na Travel Conference agregou grandes aprendizados ao evento neste ano de 2019.
Isso porque passaram pelo palco nomes como Patty Leone e Aldo Leon, da AgaxTur; Danielle Roman, da Interamerican; Bruno Dieguez, da Xmart; Antonio Guerardi, da Unidas; Diego Rydz, da Optur; Magda Nassar, da ABAV Nacional; e Marcos Antônio Carvalho, da Aviesp, que lembraram que o setor do turismo tem espaço para a cooperação entre as empresas, operadoras, agências, agentes, jornalistas, blogueiros, influencers e produtores de conteúdo em geral.
Dessa forma, o trabalho inicial do produtor de conteúdo se reverbera na contratação de profissionais do trade para uma melhor experiência do turista no seu destino final. O trabalho pode e deve ser complementar para ambos os trabalhos.
Se eu pudesse escolher apenas um aprendizado dessa Travel Conference, não teria dúvidas que seria o networking. Mais de mil pessoas em um espaço com um único interesse: produzir conteúdo de viagem e rentabilizar a atividade.
E essa capacidade de estabelecer uma rede de contatos ou uma conexão, aconteceu muito naturalmente entre os participantes do evento. A troca de informações, cartões e pontos de vistas que ocorreu fora do palco durante os intervalos, propositalmente planejados para tal, chegou a ser tão importante quanto o que foi realizado em cima dele.
Aprendi tanto ao conversar com os participantes que seria possível citar vários cases de sucesso e histórias inovadoras, como plataformas voltadas apenas para noivos, deficientes, gastronomia e até roupas para viajantes.
Entre as lições absorvidas na Travel Conference 2019, uma delas tem um significado especial para mim: é preciso acreditar nos seus sonhos e trabalhar duro. E essa foi a mensagem que passei na minha palestra sobre como o Quero Viajar Mais triplicou de tamanho nos últimos 18 meses e se tornou um dos maiores blogs de viagem do Brasil.
Isso porque quando comecei meu blog 2011, já sonhava chegar onde estou. Os cinco primeiros anos foram tortuosos e apenas depois disso comecei a colher os bons frutos. Em julho deste ano, o Quero Viajar Mais alcançou a marca de 1 milhão de views mensais.
Isso tudo não sem um trabalho duro e contínuo, e com planos ainda maiores. Porém, nada disso teria acontecido se eu não tivesse acreditado no meu sonho de ser produtor de conteúdo, fazer um blog e empreender nessa área.
Hoje, coleciono viagens incríveis, tenho um livro lançado, diversas palestras no Brasil e a oportunidade de compartilhar projetos e conquistas com outros viajantes e com sócios nessa jornada, como o Flávio Antunes, o Rômulo e a Mirela, e o Rafael Diedrich, do Mala Viajante (que fechou o evento com uma palestra incrível sobre criatividade e produção de conteúdo).
Portanto, essa é a maior lição para você começar hoje a mudar o seu futuro como produtor de conteúdo: acredite nos seus sonhos, no seu potencial, tire do papel aquilo que te inspira e TRABALHE DURO! E nos encontramos na próxima Travel Conference, em outubro de 2020.
Guilherme Tetamanti é criador do site Quero Viajar Mais, associado à ABBV, e sócio fundador da Travel Conference.
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Leia maisUma das maiores feiras do setor do turismo no Brasil, a ABAV Expo teve sua 47ª edição entre os dias 25 e 27 de setembro, em São Paulo. Pela primeira vez, o evento teve um dia aberto ao público consumidor e uma programação voltada para o relacionamento do trade com influenciadores e criadores de conteúdo digital.
Realizado pela ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens), o evento reúne como expositores empresas fornecedoras de serviços para a indústria do turismo e como visitantes os agentes de viagens de todo o país, com o objetivo de gerar novos negócios e estreitar o relacionamento entre si.
Uma das novidades da ABAV Expo na edição 2019 foi a Black Friday de Viagens, evento presencial ocorrido no dia 27 de setembro, em que o público consumidor pôde também visitar a feira. Até a edição anterior, o evento era restrito a profissionais do turismo, mas a ABAV resolveu aproveitar o espaço para fomentar mais vendas.
Com motivação diferente, o consumidor final foi atraído pela promessa de encontrar agentes de viagens oferecendo pacotes e serviços turísticos com descontos de 5% a 50%. Assim, as agências associadas à ABAV ofereceram pacotes de viagem, tarifas de hotéis, seguros viagem, locação de carros, passeios, entre outros serviços turísticos diretamente aos viajantes.
A segunda grande novidade na programação foi o evento Match Digital, ocorrido no segundo dia da feira, com duas atividades voltadas a melhorar o relacionamento entre os criadores de conteúdo e o trade turístico. Participaram blogueiros de viagem, youtubers e instagramers.
O Match Digital começou com um talk show em que influencers convidados falaram sobre suas experiências e sobre a forma como entendem esse – nem tão novo – mercado. Em três rodadas de talk show, com 3 ou 4 criadores de conteúdo no palco ao mesmo tempo, os entrevistados contaram suas trajetórias e comentaram como criam seus conteúdos de viagem.
Eu também fui um dos entrevistados e, para aproveitar o diálogo aberto com o trade turístico, e com o intuito de agregar valor à iniciativa, abordei a importância da realização de parcerias entre as empresas e os micro-influenciadores, destacando que diferentes perfis de influenciadores podem atuar em diferentes etapas da jornada do consumidor.
Reforcei que as empresas não devem se basear apenas na quantidade de seguidores para escolher seus influenciadores parceiros. E também que existem micro-influenciadores que geram mais retorno às empresas que querem impactar potenciais clientes, que já se encontram na etapa de compra da viagem. Enquanto mega-influenciadores podem inspirar, micro-influenciadores podem persuadir os turistas a consumirem viagens como as suas.
Após três rodadas de talk show, o Match Digital continuou com a rodada de negócios. A cada influenciador participante foi reservada uma mesa, e representantes do trade turístico se revezaram para conhecê-los rapidamente. A proposta foi de reuniões rápidas, para uma breve apresentação e troca de cartões de visita.
Entre os representantes do trade estavam presentes Secretarias de Turismo nacionais, operadoras de turismo, órgãos de promoção de destinos turísticos, redes hoteleiras, agências receptivas e atrações turísticas.
O Match Digital foi um importante passo na valorização do blogueiro de viagem e influenciador digital. Antes considerados como um concorrente pelas agências de viagens, por causa da forma de monetização, os criadores de conteúdo receberam lugar de destaque nesse evento, promovendo um importante diálogo e abrindo portas para novas oportunidades de gerar negócios em colaboração. Uma ótima iniciativa!
Douglas Sawaki é autor do blog Me Leva de Leve e Diretor de Relações com o Mercado da ABBV.
Leia também:
Leia maisEnquanto o mercado de influencer marketing passa por um processo de amadurecimento, os criadores de conteúdo se veem diante do desafio de se destacar (e manter a saúde mental) em um cenário de saturação, com muita oferta de informação e muito ruído em praticamente todas as plataformas e redes sociais. Convidamos o CEO da Airfluencers, Rodrigo Soriano, para uma conversa sobre campanhas, engajamento e estratégia.
A Airfluencers é uma ferramenta de referência entre agências de marketing e empresas de segmentos já habituados a trabalhar com influenciadores. Na frente da tecnologia, as empresas buscam os softwares da Airfluencers para mapear influenciadores e mensurar ações realizadas com eles. Na frente de serviços, as demandas são focadas na operação das campanhas, onde o trabalho com microinfluenciadores é bem requisitado.
1) Vocês recebem muitos briefings de empresas e agências que estão elaborando ações com influenciadores digitais. O que eles têm avaliado quando procuram influenciadores e como um influenciador pode se destacar?
Do ponto de vista prático, é importante ter perfis completos nas redes sociais, com informações claras sobre o que faz, de onde é e quais suas especialidades, além de usar termos e hashtags que ajudem a encontrar seu conteúdo facilmente ao fazer uma busca sobre aquele nicho. Mas o grande fator que pesa na avaliação é sempre a autenticidade e a qualidade do conteúdo.
O foco de todo creator precisa ser em ser autêntico, produzir conteúdo que tenha personalidade e seja relevante para o público, sempre com boa qualidade visual e editorial. Qualidade é essencial.
2) Há diversas teorias sobre engajamento no Instagram, incluindo preferência de cores, horários de pico, combinações de hashtags etc. Pela experiência da Airfluencers nesse mercado, o que de fato funciona? Quais são as recomendações para conquistar mais engajamento?
Primeiro, é preciso reconhecer o seu público, falar para ele, criando conteúdo de qualidade. Se a pessoa se dedica a falar de ativismo, é importante trazer referências de fontes, pessoas inspiradoras. Se produz vídeos, é importante a qualidade de imagem e som. É interessante trazer novidades, falar de assuntos que ainda não estão sendo abordados, ou até trazer um ponto de vista ainda não trabalhado pela maioria. Isso resulta em originalidade, personalidade e estimula conversas em torno do seu perfil ou canal.
Também são importantes a frequência e compromisso com os seguidores – caso se proponha a fazer publicações em um dia específico da semana, cumpra!
3) A Airfluencers tem uma funcionalidade que permite ver se um determinado post performou acima ou abaixo da média dos últimos 90 dias daquele perfil. Há algum tipo de padrão com relação aos publieditoriais? O público tende a rejeitar inserções publicitárias ou tem recebido bem conteúdos apoiados por marcas?
Os publieditoriais devem, sem dúvida, ser sinalizados, tanto para observar a legislação quanto para ter transparência com o público. Entretanto, os posts com essa marcação tendem a ter performance um pouco abaixo dos orgânicos, o que faz com que se crie uma dicotomia entre autenticidade e performance.
Em algumas comunidades, é possível notar que os seguidores valorizam as marcas que apoiam o criador de conteúdo que eles gostam. Isso é algo fantástico e que só se constrói com transparência e alinhamento de valores entre marca, creator e público. É nesse contexto que a escolha correta do influenciador é fundamental para o sucesso.
4) Quais são as melhores práticas para que uma campanha seja bem elaborada e um conteúdo publieditorial seja bem recebido pelo público?
Existem alguns fatores de relevância. O primeiro é definir o objetivo da campanha (vendas ou awareness por exemplo), depois entender os territórios do anunciante e aí sim fazer uma curadoria rigorosa dentro de pessoas que são influentes nesses territórios. A autenticidade e a performance são derivadas dessa curadoria.
Da mesma forma, o briefing de conteúdo feito pela empresa deve respeitar ao máximo a liberdade criativa de cada perfil. Este é um ponto-chave para a aceitação: se o post for autêntico, sem dúvida será melhor recebido.
O influenciador, por sua vez, quando se fecha a parceria com a empresa, deve estudar o produto e inseri-lo no dia a dia, como parte da sua rotina, para que a exposição do produto aconteça de forma contextualizada e possa oferecer experiência e conteúdo de valor para o consumidor. Ele deve manter a linguagem, a qualidade e o padrão de relevância dos demais conteúdos que costuma criar.
5) Viagem é um tema que faz parte de diversos estilos de vida, e é abordado por diversos tipos de influenciadores. Que diferenciais podem ser notados em perfis especificamente voltado para o tema de turismo?
O segmento de viagem é bem interessante de se observar, pois este tema tem muitas pessoas incríveis e muita fraude. É nesse contexto que a escolha correta do influenciador é fundamental para o sucesso. De forma geral, os influenciadores especializados em turismo estudam e se aprofundam no assunto, tendo bastante atuação na troca de informações e atendendo às perguntas do público.
Podemos observar também algumas divisões no segmento, com nichos específicos – como creators com foco em turismo gastronômico, outros engajados em incentivar o turismo local, avaliações de hotéis e assim por diante. É um mercado extenso e com muita capilaridade. Outro destaque é a possibilidade de trabalhar em um mercado onde a parte de imagens e qualidade gráfica é bem forte, é um tema com muito apelo visual.
6) A Airfluencers tem um sistema de análise dos temas com que cada perfil tem afinidade, mas influenciadores de viagem tendem a trabalhar principalmente com marcas específicas do mercado de turismo. Como eles podem identificar oportunidades com parcerias não endêmicas? Marcas de um determinado nicho podem se interessar por influenciadores que abordam um tema ocasionalmente?
Um grande salto de performance e, principalmente, de criatividade do trabalho com marketing de influência é reconhecer um perfil com tema secundário que pode se relacionar com a marca. Por exemplo, o influenciador digital de turismo pode performar bem também em gastronomia. Logo se pode colocar em conexão, porque além de demonstrar o destino turístico, pode falar sobre a comida típica, os restaurantes regionais.
Outro exemplo são pessoas que abordam ecoturismo e demonstram um bom desempenho ao falar também de reciclagem ou artigos sustentáveis. Para empresas que estão ganhando o mercado com ações sustentáveis e oferecem artigos ecologicamente correto, é interessante trabalhar com influenciadores digitais de turismo que abordam a relação com a natureza.
Portanto, é muito importante a análise dos influenciadores buscando entender seu comportamento, para reconhecer outros discursos que a audiência recebe bem e interage com o influenciador digital. Na plataforma Airfluencers utilizada pelas empresas e agências, é possível ver que alguns assuntos são abordados com mais frequência pelo influenciador e qual o nível de engajamento que ele obtém com cada tema. O aplicativo que lançaremos em breve para influenciadores terá uma funcionalidade similar.
7) Estamos diante de um cenário de saturação de conteúdo online, em que não é fácil se diferenciar e conquistar relevância. Como os influenciadores podem navegar esse mercado sem perder o foco?
Cada influenciador deve avaliar seus pontos fortes, entender que público quer atingir e em qual nicho quer atuar. Isso determina qual o tema será predominante nas publicações e em que assuntos ele precisa se tornar especialista – o que é importante para criar conteúdo com relevância. Assim, a estratégia de conteúdo e as prioridades ficam mais claras.
É preciso trazer um ponto de vista interessante e produzir conteúdo frequente de qualidade, as pessoas devem perceber valor no conteúdo compartilhado. Por que elas ficarão ansiosas para segui-lo?
Também é interessante escolher duas ou três plataformas em que você poderá atuar de forma mais consistente. Essa escolha deve ser de acordo com o formato de conteúdo que você conseguirá criar de forma mais natural, e com maior qualidade. A partir daí, é importante se colocar como um membro ativo da comunidade daquela rede – conversar, trocar comentários, interagir com outras pessoas e marcas no seu setor, participar de grupos. Tudo isso aumenta a sua compreensão do segmento e a sua relevância.
Entrevista e edição:
Fernanda Castelo Branco, autora do blog Vontade de Viajar e Diretora de Comunicação da ABBV.
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Leia maisCom o objetivo de alavancar oportunidades para todos os associados e estimular o desenvolvimento do mercado, a ABBV firmou parceria com a Bureau 21, agência comunicação digital com foco em Branding e Relações Públicas (PR) para criadores de conteúdo e influenciadores digitais.
Com experiência na criação de projetos e eventos entre marcas e creators, a Bureau 21 apoiará a ABBV no contato com empresas e destinos turísticos interessados em organizar press trips e fazer parcerias com blogueiros de viagem.
“Percebemos que existia uma demanda de empresas querendo convidar blogueiros a conhecerem atrações, museus, hotéis e destinos, sem saber por onde começar a organizar um projeto deste tipo”, explica Natália Becattini, presidente da ABBV. “Para atender a esses contatos e poder oferecer o alinhamento necessário, trouxemos uma equipe profissional dedicada a isso”.
A iniciativa da associação visa estimular o crescimento do mercado e o profissionalismo na relação entre marcas e influenciadores. “Sabemos que as empresas querem aproveitar todo o potencial do marketing no ambiente digital e os criadores de conteúdo querem ter acesso a oportunidades de parceria. Nossa missão será garantir que cada ação realizada seja de benefício mútuo”, comenta Daniela Cadavez, sócia da Bureau 21.
Fundada em 2017, a agência traz no portfólio a experiência de projetos de branded content para o canal de Youtube da Americanas.com, workshops com influenciadores de decoração na mostra de arquitetura Morar Mais Por Menos, e uma cobertura completa do evento geek CCXP com os blogueiros do Coxinha Nerd, com mais de 10 horas de conteúdo ao vivo e experiências exclusivas para fãs.
“Quando trabalhamos projetos de nicho, encontramos abordagens únicas, grupos engajados, histórias originais. Nosso foco não é meramente comercial. Queremos criar experiências, conectar pessoas e marcas, levar ao público um olhar mais humano e real sobre aquele produto ou serviço”, diz Daniela.
A Bureau 21 fará atendimento às demandas e alinhamento com as empresas que buscam a ABBV e será responsável pela organização de convites de press trips e visitas, além de apoiar na prospecção ativa de novos parceiros para os associados.
Enquanto o mercado se desenvolve e define os parâmetros do marketing de influência, esta iniciativa pioneira vem para ajudar a construir melhores práticas no segmento de turismo. A consultoria de profissionais especializadas em relações públicas ajudará a conduzir os contatos de forma a estimular a criação de ativações justas, relevantes e éticas.
Leia maisNos dias 30 e 31 de março, aconteceu em São Paulo o 2º Seminário da ABBV, que contou com a presença de 41 blogs de viagem associados. O evento trouxe uma ótima oportunidade de aperfeiçoamento para os blogueiros, networking com marcas e compreensão do que o mercado tem procurado entre os influenciadores digitais.
Eu, que sou membro da ABBV há apenas um ano, vou compartilhar como foi participar deste evento e o que tivemos a oportunidade de ver e ouvir por lá. De cara já quero dizer que foi um imenso prazer ter participado do seminário e ter tido contato com tantos profissionais de liderança no mercado, que tão generosamente compartilharam seu conhecimento com a gente! Saí de lá com muitas informações, grandes aprendizados e totalmente motivada para as próximas fases do meu blog. Acredito que o mesmo tenha acontecido com outros participantes.
O seminário contou com 12 sessões de aprendizado, distribuídas entre painéis e palestras. Um dos principais temas abordados foi a relação entre blogs e marcas, um debate fundamental enquanto o mercado de creators ainda está construindo seus parâmetros de profissionalismo.
No painel das agências de PR, os convidados Giselly Azevedo, da Approach Comunicação, Camila Anauate, da Edelman, e Alberto Martins, da B4T, compartilharam com a gente um pouco de suas experiências ao trabalhar influenciadores digitais nas estratégias de comunicação de seus clientes. Entre outros assuntos, eles falaram sobre eventos, press trips e deram dicas a partir de suas experiências de contato com blogueiros.
Também no primeiro dia, falamos sobre Branded Content: como criar projetos de conteúdo em parceria com marcas. Vanessa Mathias e Lalai Persson, publicitárias e autoras do Chicken or Pasta, relataram suas experiências com criação de projetos que foram patrocinados por grandes empresas. Steffie Watanabe, da Gol Linhas Aéreas, e Nathalie Colunna, da Spark Fluvip, contribuíram com a conversa trazendo a perspectiva do que as marcas esperam e buscam.
Não poderíamos ter um seminário completo sem eles que são a maior inspiração de nossos conteúdos: os destinos turísticos! Profissionais que trabalham para os órgãos de turismo também compartilharam seus pontos de vista sobre a relação com blogs de viagem e influenciadores digitais. Participaram da conversa Marcelo Cobra, representando a Nova Zelândia; Roseanne Café, representando Aruba; e Carolina Dias, falando sobre Israel.
Branding foi outro tema bastante presente na programação. Elisa Araújo trouxe sua experiência como sócia do blog Viaje na Viagem para falar sobre posicionamento de marca e criação de comunidade - dois fatores que foram fundamentais para o projeto, que começou como um hobby de Ricardo Freire, ter se tornado uma referência no mundo dos blogs de viagem. Ela contou sobre as diferentes fases pelas quais o site passou desde seu lançamento, em 2004, e compartilhou os bastidores do projeto de branding implementado a partir de 2016, que contribuiu para sua consolidação.
Um dos destaques do evento, a meu ver, foi a palestra feita por Pedro Drable, publicitário especialista em conteúdo digital e processo criativo. Pedro nos apresentou, de maneira descontraída e interativa, uma metodologia para criar projetos inovadores.
Pedro ainda fez todo mundo se movimentar com uma dinâmica em que todos os participantes foram levados a praticar seu Elevator Pitch. O momento rendeu boas risadas e, principalmente, contribuiu com a preparação dos blogueiros para aproveitar ao máximo as oportunidades de networking, em eventos ou reuniões.
Para completar, o especialista em marketing pessoal Alexandre Formagio, falou sobre "Como trabalhar seu nome estrategicamente". Ficou claro que quem quer trabalhar com conteúdo digital precisa valorizar sua história e passar esse valor para quem está consumindo seu conteúdo.
Eixo central das nossas atividades como blogueiros, a gestão de conteúdo é uma questão na qual precisamos sempre nos aprimorar. O Seminário da ABBV trouxe sessões com profissionais de marketing digital que falaram sobre estratégia de conteúdo nas diferentes plataformas.
Logo no início do segundo dia de evento, o convidado Gabriel Ishida, especialista em Social Analytics, compartilhou detalhes de como compreender o público e gerar conteúdos voltados para o seu interesse. Ele apresentou diversos dados que devem ser considerados pelos produtores de conteúdo e mostrou como o engajamento do público é fator importante na criação de uma campanha com influenciadores digitais.
Luisa Almafi, coordenadora da Airfluencers – plataforma de influencer marketing muito usada por agências e empresas – também destacou o peso do engajamento e da autencidade do conteúdo ao apresentar alguns dos critérios que as marcas usam para selecionar influenciadores digitais, especialmente a partir do Instagram.
Outro ponto alto do seminário foi a palestra de Luiza Drubscky, gerente da Rock Content, que se baseou nos bons resultados obtidos com a estratégia da própria empresa, que é referência em marketing de conteúdo, para dar ótimas informações e dicas para que nós, blogueiros de viagem, também possamos gerar maior tráfego orgânico em nossos sites através da otimização da estratégia de conteúdo.
Claro, a gente ama viajar e escrever. Mas ser blogueiro também é ser empreendedor, e por isso precisamos falar de negócios! Julia Minhoto, supervisora de mídia da Viajanet, nos apresentou o programa de afiliados de passagens áreas e falou sobre a importância de criar diferentes formas de integração, que se adequem ao estilo de conteúdo de cada blog, para ter relevância para o público e gerar mais vendas.
O painel seguinte apresentou uma tema muito interessante: a contratação de colaboradores e prestadores de serviço. Os blogueiros associados da ABBV, Guilherme Tetamanti (Quero Viajar Mais), Fred Marvila (Sundaycooks) e Natália Becattini (360meridianos) relataram suas experiências quanto ao crescimento e expansão das equipes de seus blogs. Bruna Barbosa, do blog Expressinha, fez a mediação do debate e trouxe sua contribuição como advogada para informar como o processo de contratação de colaboradores de um blog deve ser feito de maneira correta.
A última palestra da programação foi conduzida por Fernanda Castelo Branco, do blog Vontade de Viajar, que deixou preciosas dicas para os blogueiros que iriam participar da WTM Latin America, um dos maiores evento de turismo do país, que aconteceu na semana seguinte ao seminário.
A organização acertou em cheio na escolha do local! O Espaço Sinimbu, próximo ao aeroporto de Congonhas, no Brooklin Paulista, tem um ambiente super confortável e agradável, com o auditório amplo e um jardim interno onde aconteceram os momentos de confraternização.
Além da agenda de palestras e debates, tivemos diversos momentos para fazer novas amizades, negócios e trocar experiências durante os fartos intervalos para Coffee Break e o Happy Hour ao final de cada dia. Foi ótimo poder reencontrar alguns rostinhos conhecidos, "desvirtualizar" alguns contatos e ter mais tempo para conversar!
O Happy Hour do primeiro dia teve um sabor especial: a Gol nos ofereceu uma noite argentina para nos apresentar as novidades sobre as rotas para Buenos Aires.
O Seminário ABBV 2019 foi patrocinado pelas empresas Viajanet, Seguros Promo e Gol Linhas Aéreas, que, além de viabilizarem a realização do evento, ainda tiveram seus representantes presentes e disponíveis para conversarem com a gente. Contamos ainda com o apoio da Le Postiche, que ofereceu vouchers de produtos para os blogueiros participantes.
É muito bom ver marcas que apoiam o desenvolvimento do mercado de conteúdo digital. O contato entre profissionais de diferentes áreas do turismo, do marketing e da indústria criativa em geral provoca reflexões fundamentais sobre a nossa atuação, o cenário que vivemos e nosso papel no mercado.
Os responsáveis pela excelente organização do Seminário foram os membros da diretoria da ABBV: Natália Becanti (360meridianos), Kaio Donadelli (Coisos on the Go), Carlos Arruda (Vida Cigana), Fernanda Castelo Branco (Vontade de Viajar) e Marcela Buchalla Pacca (Segredos de Viagem). Certamente todos os participantes ficaram gratos, assim como eu, pelo que os representantes da ABBV nos proporcionaram nestes dias de aprendizado. Já estou esperando pelos próximos eventos que virão!
Keila Kubo é autora do blog Turistando Pelo Paraná.
Fotos: Rodrigo Otake, Coração Mais Dois
Saiba como foram os eventos da ABBV em anos anteriores:
Evento 2018: palestra com Bia Granja, da Youpix, e brunch no Terraço Itália
Evento 2017: primeira edição do seminário ABBV
Apesar da controvérsia em torno do termo “influencer”, não há como negar que o trabalho de produtores de conteúdo costuma influenciar comportamentos e decisões. Ao divulgar informações sobre viagens, muitos de nós falamos que nosso objetivo é “inspirar” quem consome esse conteúdo. Mas inspirar a quê?
A aprender a tirar fotos bonitas com looks que combinem com o cenário? A colecionar carimbos no passaporte? A competir pelo melhor estilo de vida? A lotar os mesmos destinos turísticos, provocando o chamado “overtourism”? Ou a crescer como pessoas, aprender sobre o mundo e provocar impactos realmente positivos além dos nossos umbigos?
Uma pesquisa do Booking.com mostrou que para 42% dos brasileiros, “um dos fatores considerados ao escolher uma acomodação é se hospedar em propriedades atraentes onde eles possam tirar fotos para utilizar nas redes sociais”.
Imagina que incrível se essa mesma quantidade de gente considerasse importante saber se uma hospedagem tem práticas ambientalmente e socialmente responsáveis, por exemplo? Imagina se todos nós usássemos nosso “poder de influência” para estimular comportamentos desse tipo?
Aquele conselho bem batido do tio do Homem-Aranha cai bem nesse cenário: com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. Mesmo quem não tem uma audiência massiva provoca algum tipo de influência em seus leitores ou seguidores. Não é possível, então, ignorar o peso das escolhas que fazemos ao viajar e divulgar nossas viagens.
Se acreditamos que “vale tudo pelo conteúdo” e tiramos fotos em lugares proibidos ou perigosos, participamos de atrações que prejudicam animais ou divulgamos eventos que promovem destruição ambiental, que tipo de valores estamos promovendo? Que comportamentos vamos incentivar?
Muita gente vê viagens como merecidos momentos de descanso e descontração, e não há nada de mau nisso por si só. O problema é quando isso nos faz esquecer que os lugares que visitamos não estão lá exclusivamente para servir a nosso divertimento ou contemplação. Pessoas moram e trabalham neles, e existe todo um ecossistema ali que sente o impacto da nossa presença.
Nesse sentido, o mínimo que podemos fazer é respeitar os destinos. Isso envolve, por exemplo, entender como se vestir e como agir para não desrespeitar a cultura local, especialmente quando ela é muito diferente da nossa. Mas vai além disso.
É preciso, em diversas ocasiões, questionar continuamente o impacto das nossas ações. E, sempre que possível, transmitir esse questionamento ao público que acompanha nossas viagens.
Será que essa pessoa se incomoda em ser fotografada? Para onde irá o lixo resultante daquelas lindas lanternas que enfeitam o céu? O que será que faz com que esse animal selvagem se comporte de forma tão amigável junto a humanos? Será que esse destino tem capacidade para suportar um fluxo tão pesado de visitantes ao mesmo tempo?
Desde o impacto no efeito estufa a profundos danos ambientais em lugares como a Maya Bay, na Tailândia, passando por aumentos estratosféricos nos preços de aluguéis que forçam moradores a sair dos bairros onde cresceram, não há dúvidas de que em muitos casos o turismo age como vilão.
Como blogueiros de viagens, acredito que temos o papel de refletir e debater sobre esses cenários de forma realista, em vez de pintar o mundo e as viagens de cor de rosa, mostrando só o lado bom.
É claro que os maiores danos causados pela indústria do turismo estão muito além do que conseguimos influenciar com um simples post no Instagram. O problema envolve má gestão de políticas públicas, ganância e descaso a nível mundial.
Mas será que isso nos dá o direito de lavar as mãos, ou é mais um motivo para mantermos nosso senso crítico ainda mais alerta e apoiarmos iniciativas responsáveis?
Já fiz muita coisa errada como viajante e como blogueira de viagens sem ter consciência disso. A gente não nasce sabendo de tudo, nem sempre os limites são claros e às vezes é difícil entender as consequências de ações (nossas ou de grandes empresas) que estão normalizadas na sociedade.
Mas só assim vamos melhorando como pessoas, viajantes e “influenciadores”: um passinho de cada vez, aprendendo uns com os outros.
O turismo pode ser uma ferramenta incrível de transformação pessoal, distribuição de renda e trocas culturais. Mas para que consigamos ampliar esse papel positivo e reduzir seu lado nocivo, precisamos fazer escolhas cada vez mais conscientes e nos perguntar a cada post: que influência queremos exercer?
Luísa Ferreira é jornalista e autora do blog de viagens Janelas Abertas.
Leia também: Turismo responsável na América do Sul
Leia maisA relação profissional entre marcas e influenciadores digitais foi um dos principais temas em debate na última edição do YouPixCon, evento que reúne influencers, marcas e agências com o objetivo de aproximar todos os envolvidos e discutir o mercado.
Antes de entrar um pouco mais neste assunto, acho importante fazer uma observação fundamental: a palavra influencer vem com uma carga negativa muito grande, porque associamos a pessoas que geram conteúdo superficial, usam táticas questionáveis para ter mais seguidores e fotos apelativas no Instagram. Mas, na origem da palavra, indica que são aqueles cujas opiniões outras pessoas levam em conta ao decidir o que fazer, o que comprar, e que comportamentos assumir. Ou seja, de alguma forma, todos nós influenciamos as pessoas ao nosso redor – em alguns assuntos mais que em outros. #somostodosinfluencers.
Dito isto, para não causar mais ruídos, vou substituir a palavra influencers por outra que foi muito usada durante o YouPixCon e talvez seja muito mais adequada hoje: creators. Por que creator? Porque muito mais do que distribuir, nosso papel é criar.
"Temos defendido a troca do termo ‘influenciador’ por ‘creator’. Porque influência nada mais é do que a consequência de um bom trabalho de conteúdo. Uma pessoa influencia outras por aquilo que ela cria, que faz" Bia Granja do @YouPix via @meioemensagem https://t.co/dreTItREkq pic.twitter.com/tNyB3AkHzf
— ABBV - Associação Brasileira de Blogs de Viagem (@abbv_brasil) July 30, 2018
O mercado de creators está amadurecendo e está cada vez mais profissional, o que é muito bom. No encontro foi possível ver todos os lados deste ecossistema. Os canais do creator, que são suas ferramentas de expressão, estão se tornando um negócio – e não se trata apenas de monetização do trabalho realizado, mas também da expectativa das marcas e do público geral sobre a postura que os creators precisam ter em termos de disponibilidade, qualidade e responsabilidade.
De forma geral, no YouPixCon, youtubers e produtores de conteúdo em vídeo têm bastante protagonismo, afinal esta é categoria que tem visto crescimento mais acelerado (80% do consumo de conteúdo nas redes sociais é em vídeo). Mas uma das grandes discussões do evento é comum também a outras formas de produtores de conteúdo: o que as marcas esperam dos creators?
Reuni alguns dos principais pontos levantados durantes as palestras tanto pelas marcas, quanto pelos criadores e professionais que os agenciam.
A Dani Noce, no painel “Como vender projetos para marcas?”, começou falando sobre a importância de entender o público do seu canal. “Sentem em uma mesa, conversem com sua audiência. Assim, quando as marcas trouxerem seus projetos, é possível avaliar se eles fazem sentindo com o seu canal”. Paulo Cuenca, sócio da Dani, complementou: “Por que eu sou quem eu sou e porque alguém vai prestar atenção em mim?”
Indicação por amigos em redes fechadas é a forma mais impactante de comunicação. As marcas têm muito mais dificuldade de engajamento do que as pessoas, então o creator é uma ponte neste relacionamento com o público. A Amira Ayoub, da Latam, mencionou esta questão no painel “A Era do do Creator Marketing” – eles já perceberam que parcerias com creators podem converter muito bem.
Qual a mensagem que você vai levar adiante? Na opinião da Nay Ruiz, gerente de Redes Sociais do Bradesco, a marca e o creator precisam compartilhar um propósito comum. Só assim o conteúdo será genuíno, autêntico e fluido. Isto é mais importante do que a forma do que será entregue. A entrega em si pode ser cocriada entre a marca e o creator, mas para isto é muito importante que se saiba qual o objetivo de comunicação e a voz da marca. Para ajudar a entender como o propósito impacta a comunicação, vale a pena assistir ao TED do Simon Sinek, em que ele apresenta sua teoria Start With Why.
Autenticidade e autoridade são cada vez mais valorizados, pois transferem a mensagem do creator para a marca. O Pedro Alvim, da Magazine Luiza, falou que obviamente eles olham para os números, mas que a base de fãs não significa nada se não há engajamento. Na era do nicho e micro nicho, grandes números comprados não convertem, não geram conexão humana. “Eu não contrato os criadores de conteúdo simplesmente como alguém que tem uma audiência, contrato como verdadeiros criativos”, disse Chris Kindt VP da Red Bull. Paulo Cuenca também falou sobre números: “Os números são importantes, mas não são essenciais. A voz única se trata de você ser relevante em uma comunidade”.
A marca precisa se tornar relevante para o creator, ela precisa fazer sentido dentro do discurso daquele canal, para que ela seja reconhecida pela audiência. Quando a marca consegue se inserir dentro daquele conteúdo de forma autêntica, o relacionamento pode (e deve) ser duradouro – ações pontuais interessam muito menos, não apenas pelo menor impacto que geram, quanto pelo ganho de gestão e alinhamento que se tem numa parceria mais longa.
O creator produz conteúdo em múltiplas plataformas e se divide entre diversos papéis: é roteirista, designer, edita fotos, escreve, adapta, filma, mensura, analisa, entende de tecnologia, compreende as demandas da audiência e interage com o público. Quanto mais ele entrega, mais valor o contrato pode ter.
É preciso inovar e ter ideias o tempo todo. Os canais mudam, os algoritmos mudam, não há como assumir uma posição passiva. As marcas esperam que os criadores cheguem com projetos bem preparados, sejam capazes de adaptá-los de acordo com objetivos específicos, se coloquem a disposição para fazer ajustes, ouçam e também falem do seu relacionamento com o público porque dominam a conversa. Dani Noce falou que se o creator tiver uma posição passiva, vai virar um banner. “É muito importante que os criadores façam projetos que tenham a ver com a sua voz única”.
Foi muito bom poder presenciar relações onde marcas e creators colaboram para a criação de campanhas e de conteúdos relevantes, para diversas plataformas, com acompanhamento de objetivos específicos e continuidade nas relações. Eu sei que parece um mundo perfeito demais para existir, na prática isto ainda não está plenamente difundido no mercado, mas só o fato de estarmos fazendo parte da construção de um mercado assim já é um bom começo.
Patricia Papp é editora do blog Viajo com Filhos e sócia da Editora Pulp.
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