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Blogs de viagem e a missão de transformar o turismo responsável em realidade

BY: Larissa Pereira / 1 COMMENTS / CATEGORIES: Blogueiros

Viajar é um sonho para grande parte das pessoas. Todos se encantam ao ver dicas e fotos de destinos em blogs de viagem, com culturas desconhecidas e animais exóticos. E muitos colocam como objetivo ter a mesma experiência que aquele influenciador que postou as tais dicas e fotos.

Viajar, antes de tudo, é a experiência de vida que aquele investimento vai te proporcionar. É se abrir a novas culturas, passar a ver as coisas ao redor de uma forma mais ampla e menos discriminatória. Mas quantos outros impactos são gerados dessa experiência? Até que ponto é saudável para a preservação de costumes locais e para uma delicada biosfera?

Esse tema tem sido bastante debatido entre blogueiros, especialmente depois da palestra que Natália Becattini e Luísa Ferreira, dos blogs 360Meridianos e Janelas Abertas, fizeram na WTM Latin America 2019, a convite da ABBV.

Os blogueiros de viagem fazem parte do segmento hoje denominado influenciadores digitais. São 1 bilhão de buscas sobre viagem feitas no Google a cada ano, cujos resultados direcionam os usuários para os artigos dos blogs. Ou seja, nossas dicas, roteiros e fotos exercem um imenso impacto em quem está planejando uma viagem futura.

Os leitores levam em conta o que está sendo indicado, não só na maneira de fazer, mas com quem e que empresa fazer. Essa responsabilidade está em nossas mãos e temos que ser cuidadosos com ela.

Assim como mostramos dicas para o turista economizar, se divertir e comer bem, temos também a obrigação de alertar sobre o comportamento e as escolhas éticas, evitando práticas nocivas, que afetem negativamente comunidades, explorem animais e destruam o meio ambiente. Tudo no mundo tem seus prós e os contras, assim também é com a indústria do turismo.

Me identifiquei bastante com a palestra da Natália e da Luísa pelo fato de já ter cometido alguns enganos no passado, como ir ao zoológico de Lujan, na Argentina, que é acusado de dopar animais e desconstruir seu comportamento natural para que os turistas possam tirar fotos com eles; ou então posar em cima de pedras das ruínas do Fórum Romano, em Roma – pois não é por estarem no chão que se possa subir nelas.

Blogueiros de viagem estão em posição de influenciar mudanças efetivas e desestimular esse tipo de turismo predatório. Se por um lado, a procura por determinados destinos e atividades pode ser afetada, outras formas mais humanas de lucrar podem ser pensadas e estimuladas positivamente.

Além de atividades que sejam social e ambientalmente responsáveis, também é preciso pensar no impacto outros aspectos da viagem, como a hospedagem. Se o orçamento das férias é sempre uma preocupação dos turistas, o custo de vida é uma preocupação ainda maior para os moradores. Em Jericoacoara, os locais também estão tendo que sair de suas moradias e ir morar em áreas mais afastadas (e menos seguras) da cidade por não conseguir pagar o aluguel. Esse tipo de fenômeno provocado pelo turismo tem sido visto em diversas cidades do mundo.

Criadores de conteúdo e influenciadores digitais têm a missão de apontar e valorizar atividades e destinos que queiram crescer de forma sustentável. Assim, roteiros mais humanos serão disponibilizados, o mercado local irá crescer e pessoas da comunidade serão empregadas de forma digna.

Tudo isso é possível. Somos capazes de mudar a forma de fazer turismo no mundo. A Natália e a Luísa são exemplos disso. E eu também, acredito. Já consegui convencer leitores a desistirem de interagir com animais silvestres na Amazônia, a contratar passeios turísticos somente com guias capacitados no Camboja e a se hospedar de forma a beneficiar a população local em Cuba. Tudo isso com artigos em blogs e posts no Instagram. Devemos seguir pensando criticamente sobre o impacto do que fazemos, atualizando nossos antigos conceitos e buscando fazer as melhores escolhas.

Fazer a coisa certa dá um prazer que dinheiro nenhum paga.

Larissa Pereira é autora do blog Vida Cigana e fez parte da equipe de cobertura da WTM Latin America 2019.

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Blogueiros e turismo responsável: que tipo de influência queremos exercer?

BY: Luisa Ferreira dos Santos / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado

Apesar da controvérsia em torno do termo “influencer”, não há como negar que o trabalho de produtores de conteúdo costuma influenciar comportamentos e decisões. Ao divulgar informações sobre viagens, muitos de nós falamos que nosso objetivo é “inspirar” quem consome esse conteúdo. Mas inspirar a quê?

A aprender a tirar fotos bonitas com looks que combinem com o cenário? A colecionar carimbos no passaporte? A competir pelo melhor estilo de vida? A lotar os mesmos destinos turísticos, provocando o chamado “overtourism”? Ou a crescer como pessoas, aprender sobre o mundo e provocar impactos realmente positivos além dos nossos umbigos?

Grande poder, grande responsabilidade

Uma pesquisa do Booking.com mostrou que para 42% dos brasileiros, “um dos fatores considerados ao escolher uma acomodação é se hospedar em propriedades atraentes onde eles possam tirar fotos para utilizar nas redes sociais”.

Imagina que incrível se essa mesma quantidade de gente considerasse importante saber se uma hospedagem tem práticas ambientalmente e socialmente responsáveis, por exemplo? Imagina se todos nós usássemos nosso “poder de influência” para estimular comportamentos desse tipo?

Aquele conselho bem batido do tio do Homem-Aranha cai bem nesse cenário: com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. Mesmo quem não tem uma audiência massiva provoca algum tipo de influência em seus leitores ou seguidores. Não é possível, então, ignorar o peso das escolhas que fazemos ao viajar e divulgar nossas viagens.

Se acreditamos que “vale tudo pelo conteúdo” e tiramos fotos em lugares proibidos ou perigosos, participamos de atrações que prejudicam animais ou divulgamos eventos que promovem destruição ambiental, que tipo de valores estamos promovendo? Que comportamentos vamos incentivar?

O mundo não é nosso parque de diversões

Muita gente vê viagens como merecidos momentos de descanso e descontração, e não há nada de mau nisso por si só. O problema é quando isso nos faz esquecer que os lugares que visitamos não estão lá exclusivamente para servir a nosso divertimento ou contemplação. Pessoas moram e trabalham neles, e existe todo um ecossistema ali que sente o impacto da nossa presença.

Nesse sentido, o mínimo que podemos fazer é respeitar os destinos. Isso envolve, por exemplo, entender como se vestir e como agir para não desrespeitar a cultura local, especialmente quando ela é muito diferente da nossa. Mas vai além disso.

É preciso, em diversas ocasiões, questionar continuamente o impacto das nossas ações. E, sempre que possível, transmitir esse questionamento ao público que acompanha nossas viagens.

Será que essa pessoa se incomoda em ser fotografada? Para onde irá o lixo resultante daquelas lindas lanternas que enfeitam o céu? O que será que faz com que esse animal selvagem se comporte de forma tão amigável junto a humanos? Será que esse destino tem capacidade para suportar um fluxo tão pesado de visitantes ao mesmo tempo?

Desde o impacto no efeito estufa a profundos danos ambientais em lugares como a Maya Bay, na Tailândia, passando por aumentos estratosféricos nos preços de aluguéis que forçam moradores a sair dos bairros onde cresceram, não há dúvidas de que em muitos casos o turismo age como vilão.

Como blogueiros de viagens, acredito que temos o papel de refletir e debater sobre esses cenários de forma realista, em vez de pintar o mundo e as viagens de cor de rosa, mostrando só o lado bom.

Sempre é tempo de aprender

É claro que os maiores danos causados pela indústria do turismo estão muito além do que conseguimos influenciar com um simples post no Instagram. O problema envolve má gestão de políticas públicas, ganância e descaso a nível mundial.

Mas será que isso nos dá o direito de lavar as mãos, ou é mais um motivo para mantermos nosso senso crítico ainda mais alerta e apoiarmos iniciativas responsáveis?

Já fiz muita coisa errada como viajante e como blogueira de viagens sem ter consciência disso. A gente não nasce sabendo de tudo, nem sempre os limites são claros e às vezes é difícil entender as consequências de ações (nossas ou de grandes empresas) que estão normalizadas na sociedade.

Mas só assim vamos melhorando como pessoas, viajantes e “influenciadores”: um passinho de cada vez, aprendendo uns com os outros.

O turismo pode ser uma ferramenta incrível de transformação pessoal, distribuição de renda e trocas culturais. Mas para que consigamos ampliar esse papel positivo e reduzir seu lado nocivo, precisamos fazer escolhas cada vez mais conscientes e nos perguntar a cada post: que influência queremos exercer?

Luísa Ferreira é jornalista e autora do blog de viagens Janelas Abertas.

Leia também: Turismo responsável na América do Sul

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10 tendências de viagem para 2019, segundo o Pinterest

BY: ABBV / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Dados do setor

O Pinterest se tornou uma das principais redes sociais para o segmento de turismo, onde os usuários montam seus quadros de inspirações e buscam por novas ideias. O conteúdo compartilhado no Pinterest de certa forma reflete as imagens que estão nos sonhos e nos planos das pessoas.

Os temas mais buscados e compartilhados na rede indicam as próximas tendências de viagem – interessante para a gente se inspirar na hora do planejamento de viagem e também na hora de criar conteúdo! Entre as principais as tendências para 2019, se destacam destinos mais remotos e menos lotados, além de viagens com menos impacto ambiental. Confira o top 10:

Ilhas remotas: Para além das ilhas mais famosas, como Floripa e Ilha Grande, há um crescente interesse por ilhas menos concorridas, sombra e a?gua fresca em um lugar tranquilo. As buscas por ilhas remotas ("less travelled islands", em inglês) tiveram um aumento de 179%.

Cidadezinhas charmosas: As pessoas querem conhecer cidadezinhas com paisagens bucólicas, pousadas charmosas e lugares tranquilos para descansar. As buscas por cidades pequenas para viajar ("small town travel", em inglês) tiveram um aumento de 276%.

Rumo ao desconhecido: A ideia de viajar sem saber o destino está se tornando realidade. Quem organiza a viagem combina com os amigos/família/casal de liberar a agenda, deixa o destino da viagem em segredo e só revela quando a viagem começa! As buscas por destino surpresa ("surprise destination", em inglês) tiveram um aumento de 192%.

Estilo medieval: Os viajantes estão deixando de lado os palácios luxuosos à procura de magníficos castelos em ruínas. As buscas por castelos abandonados ("abandoned castles", em inglês) tiveram um aumento de 142%.

Cores do outono: Todo mundo quer aproveitar o clima para curtir um fondue, um vinho ou um passeio entre as folhas secas. As buscas por paisagens de outono ("autumn scenery", em inglês) tiveram crescimento de 94%.

Viagens de bicicleta: Tanto os ciclistas casuais quanto os mais experientes querem explorar novos lugares pedalando. As buscas por passeios de bicicleta ("bike tours", em inglês) tiveram um aumento de 64%.

Sem desperdício: Para se fazer uma “viagem sem lixo” é preciso que o transporte, a alimentação e até mesmo a acomodação sejam estratégicos e sustentáveis. As buscas por viagem sem lixo ("zero waste travel", em inglês) tiveram um aumento de 74%

Resorts de águas termais: Sucesso como fonte de renovação e relaxamento, tanto em resorts de alto padrão quanto em meio à natureza, as buscas por águas termais ("hot springs", em inglês) tiveram um aumento de 32%.

Viagens de ônibus: Tanto em excursões rápidas quanto nas rotas que cruzam o país, os viajantes mais econômicos estão pegando a estrada. As buscas por viagem de ônibus ("bus travel", em inglês) tiveram um aumento de 32%.

Cidade Maravilhosa: Mesmo depois das Olimpíadas, o Rio de Janeiro continua lindo com a mistura de cidade, praia e carnaval. As buscas por Rio de Janeiro tiveram um aumento de 142%.

As tendências divulgadas pelo Pinterest levam em conta termos que registraram aumento do volume de buscas de forma constante por pelo menos 6 meses. Foi analisado o período de janeiro a setembro de 2018, em comparação a 2017.

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Adventure Sports Fair 2018: blogueiros da ABBV falam sobre viagens de aventura

BY: Bruna Barbosa / 4 COMMENTS / CATEGORIES: Comunicação ABBV, Eventos

Entre 19 e 21 de outubro, aconteceu em São Paulo a Adventure Sports Fair 2018, maior feira da América Latina voltada exclusivamente para turismo e esportes de aventura. O evento conectou representantes de diversos destinos, marcas e milhares de aventureiros.

Sucesso absoluto de público, a feira contou com 4 espaços destinados a palestras e oficinas que apresentavam técnicas e práticas diversas relacionadas à vida outdoor, além de uma sala dedicada exclusivamente ao turismo que sediou o FITS – Fórum Interamericano de Turismo Sustentável 2018.

Blogs da ABBV na programação

No domingo, a Associação Brasileira de Blogs de Viagem (ABBV) levou uma programação especial à Sala de Turismo. Douglas Sawaki, Diretor de Relações com o Mercado da ABBV, apresentou o trabalho da associação no cenário do mercado de turismo brasileiro e, em seguida, convidou blogueiras associadas para compartilharem suas experiências de turismo de aventura.

Keila Kubo, do Blog Turistando Pelo Paraná, deu ótimas dicas para quem quer fazer viagens de aventura com filhos; Bruna Barbosa, do Blog Expressinha, mostrou que o trekking para o Everest Base Camp é viável para todos.

2018 Adventure Fair - Viagem de aventura com filhos
Keila: viagem de aventura com filhos

Dois dos destinos que mais despertam a curiosidade dos viajantes também foram tema da programação. Deusa, autora do blog Deusa Rodrigues, contou sobre as aventuras que o continente africano proporciona, e Jordana Cavalcante do blog Jô Viajou desmistificou a Amazônia apresentando um pouco das belezas de Roraima.

Além das palestras no espaço dedicado à ABBV, outros associados levaram conteúdo ao evento. No sábado, Marcia Tanikawa e João Carlos Ismael Netto, do blog Os Caminhantes, dividiram seu conhecimento sobre trilhas com crianças e trilhas adaptadas; e Natalie Soares e Fred Marvila, do blog Sunday Cooks, explicaram como organizar uma viagem para o Peru.

Douglas Sawaki esteve também nos palcos da Adventure Fair representando seu blog Me Leva de Leve, e contou tudo sobre a Trilha Salkantay no Peru, fechando a participação dos associados no evento.

2018 Adventure Fair - palestra Douglas Sawaki
Palestra de Douglas Sawaki na Adventure Fair

Novidades do turismo de aventura

A feira proporcionou ótimas oportunidades de conhecer produtos dedicados ao turismo e esportes de aventura que estavam expostos: desde carros e motorhomes à roupas adaptadas e equipamentos para camping, mochilas e gadgets.

Muitos destinos como Peru, Foz do Iguaçu, Brotas, Nova Zelândia, diversos Parques Nacionais e cidades e estados de todo o Brasil trouxeram representantes que estavam lá incentivando as visitas e facilitando parcerias.

Sustentabilidade e turismo adaptado

No FITS foram apresentadas possibilidades de gestão de sustentabilidade e de exploração consciente de áreas protegidas, como também opções de trilhas de longo curso para serem implementadas no país com exemplos de experiências de sucesso no exterior que podem nos inspirar.

Entre os participantes da feira, diversos aventureiros estavam expondo e abertos para um papo. A família Zangaro, que esse ano bateu os recordes de brasileiro mais velho e brasileira mais nova (pai e filha) a chegarem ao cume do Everest, inspirou centenas de pessoas com seu projeto 7 cumes, enquanto o pessoal do projeto Família pelo Mundo contava como viajou 65 países com 2 crianças pequenas em um motorhome. Muitas histórias incríveis de pessoas que praticam os mais diversos esportes e aventuras!

Outra questão de destaque no evento foi o esporte adaptado. Muitas palestras abordaram o assunto, e foram montadas áreas específicas dedicadas ao tema. Com acesso garantido a todas as demais áreas, o público que tem mobilidade reduzida teve enorme presença e pode participar inclusive nas experiências interativas.

2018 Adventure Fair - Douglas Sawaki Diretor ABBV
Douglas Sawaki, Diretor de Relações com o Mercado da ABBV

Networking, diversão e inspiração

As atividades da Adventure Sports Fair fizeram incrível sucesso! A parede de escalada, o circuito de arvorismo, o tanque de mergulho, a piscina de remada, a queda livre e os simuladores de vôo livre estiveram o tempo todo lotados e com longas filas. Até uma oficina de culinária outdoor foi realizada!

Com tantas atrações, a feira atraiu visitantes de todas as idades. Os destinos e relatos trouxeram opções para todos, inclusive para a terceira idade. As crianças se deliciaram nas interações e também conhecendo a história de esportistas e aventureiros. A sementinha da vida outdoor, saudável e sustentável, foi plantada em todas as gerações!

O balanço final da feira foi excelente. A ABBV marcou sua presença, os blogueiros puderam expor seus trabalhos e incentivar ainda mais pessoas a viajarem e se aventurarem, tivemos inúmeras oportunidades de network e certamente bons frutos resultarão em breve.

Bruna Barbosa é autora do blog Expressinha.

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Tendências do turismo: que tipos de viagem estão em alta em 2018?

BY: ABBV / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Dados do setor

O comportamento dos viajantes acompanha uma série de tendências sociais, de consumo e de informação. Para blogs de viagem e empresas do setor de turismo, é interessante acompanhar a evolução dos hábitos e prioridades do público.

A 4ª edição da pesquisa de mercado divulgada pela Momondo oferece informações valiosas para compreender o cenário do turismo em 2018.

1. Destinos inexplorados

Enquanto destinos tradicionais e famosos, como Veneza e Barcelona, estão enfrentando a superlotação de turistas, cidades menos concorridas e mais baratas têm encantado os viajantes, como Sevilha e Valência, locais históricos e culturalmente importantes para a Espanha.

2. Turismo Culinário Autêntico

Em 2017, a tendência era procurar por "comidas bonitas", que pudessem facilmente gerar curtidas no Instagram. Para isso, as pessoas comiam nos restaurantes mais renomados do mundo. Agora, o que está ganhando espaço é a busca por uma gastronomia mais econômica e autêntica. Aumentam a popularidade de mercados, restaurantes mais informais e sites como EatWith e Meal Sharing, que são o "Airbnb da gastronomia" e oferecem a chance de compartilhar uma refeição com moradores locais.

3. Grandes jornadas

Está crescendo o turismo como uma experiência de auto conhecimento e superação. Há uma onda de viajantes que, em vez de buscar destinos tradicionais, estão preferindo experiências de imersão e atividades mais desafiadoras como completar a maratona de Nova York, escalar o Monte Kilimanjaro e percorrer o Caminho de Santiago de Compostela.

4. Bleisure: trabalhar e turistar

O nomadismo digital, os negócios globais e a busca por equilíbrio entre a vida pessoal e a rotina profissional estão mudando a forma como as pessoas encaram as viagens a trabalho. As estadias estão se tornando um pouco mais longas e os roteiros estão sendo repensados para incluir mais atividades de lazer entre um compromisso e outro. Isso é uma grande oportunidade para redescobrir cidades que eram conhecidas apenas por seus centros financeiros e industriais - como Detroit, nos Estados Unidos, que tem investido em novos espaços culturais e restaurantes.

5. Hotéis com foco nos espaços comuns

Os albergues tiveram um salto de qualidade na última década e se tornaram alternativas interessantes para viajantes que não necessariamente fazem o estilo "mochilão". Agora, os hotéis parecem estar respondendo com a criação de espaços amplos para a convivência, que eram características diferenciais dos albergues. O investimento está de acordo com o que os viajantes atuais esperam: conhecer pessoas novas.

6. Viagem multigeracional

O turismo em família não é uma novidade, mas o que se percebe agora é o aumento das viagens multigeracionais. Não se trata apenas dos pais viajando com os filhos, mas também os avós com os netos, ou tios e primos de diferentes idades. Na hora de escolher o destino, entram em cena a acessibilidade e a oferta de atividades em grupo e opções ecléticas.

7. Turismo consciente

Sustentabilidade é uma temática em alta no mundo todo, e os viajantes de hoje estão refletindo sobre os impactos de sua viagem. Eles têm buscado destinos "eco-friendly" e produtos orgânicos, mas também maneiras de incentivar a economia local, adquirindo bens em pequenos comércios.

Com informações da Agência Italiana de Notícias (ANSA).

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#ABBVnaWTM – WTM Responsible Tourism: exemplos da América do Sul

BY: ABBV / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Dados do setor, WTM Latin America
WTM
Foto WTM Latin America

Por Mila Fiorese – Blog Tempo Para Ajudar | Especial para a ABBV

No segundo dia da WTM Latin America o Turismo Sustentável continuou em pauta visto que estamos no Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento.

Tivemos no Teatro de Conferências a apresentação de dois exemplos de negócios turísticos da América do Sul que foram premiados com o World Responsible Tourism Award da WTM. Desde 2004 esta premiação reconhece e divulga os melhores exemplos de turismo responsável em diversas categorias. Diferentemente de outras premiações, qualquer negócio relacionado ao turismo, pequeno ou grande, em qualquer local do mundo, pode se inscrever sem necessidade de passar por nenhuma seleção prévia.

Roberto Klabin, Proprietário do Refúgio Ecológico Caiman, discorreu sobre como os empresários que trabalham com vida selvagem têm a responsabilidade de manter os mais naturais possíveis os ambientes em que seus negócios estão instalados. Devido ao desconhecimento da sociedade, à falta de interesse governamental e à forte atuação política do agronegócio, muitos destes ecossistemas estão ameaçados e, por consequência, o turismo nestas regiões também.

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Foto Mila Fiorese

O Pantanal é a bacia do Rio Alto Paraguai dividido entre a planície e o planalto e tem 360 mil Km2. Para unir esforços em prol da conservação do Pantanal foi criada em 2009 a ONG SOS Pantanal que tem a missão de informar e promover o diálogo para um Pantanal sustentável.

O desejo é que o Pantanal siga o exemplo africano de Okavango Delta, em Botsuana. Okavango Delta é um ecossistema muito parecido e um exemplo de sucesso no turismo mundial. O trabalho conjunto entre governo e sociedade civil fez com que a região pudesse prosperar sem danificar o meio ambiente. Hoje existem cerca de 40 hotéis em uma região de aproximadamente 30 mil Km2.

A preocupação é que se nada for feito para proteger o Pantanal ele siga o exemplo do ocorrido no ecossistema de Everglades, na Flórida, EUA. Mais da metade do parque foi destruído nas últimas décadas, com a criação de diques e canais que secaram boa parte do Lago Okeechobee para ceder área para agricultura (produção de açúcar). Houve perda de biodiversidade e agora o governo americano pretende gastar 16 bilhões de dólares para reverter uma parte deste parque. No Pantanal uma área de 15 mil Km2 já foi “perdida” pelo desastre ambiental do Rio Taquari. Por erosão e mal-uso do solo, um dos principais rios da região rompeu suas margens e invadiu uma grande área do Pantanal deixando milhares de hectares de terra permanentemente embaixo d’água.

O Refúgio Ecológico Caiman fica em uma fazenda de 53 mil hectares na pequena cidade de Miranda, no Pantanal Sul Matogrossense. Ele desenvolve três atividades: a Pousada Caiman, criada em 2017 e a primeira operação de ecoturismo no Pantanal; a Estância Caiman, que maneja cerca de 35 mil cabeças de gado em campos de pastagem naturais e o Programa de Conservação da Natureza, que consiste em uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) e no apoio a diversos projetos de pesquisa e manejo de espécies, desenvolvidos em toda a área da fazenda.

Ana García Pando, Gerente Geral da Tren Ecuador, apresentou a estratégia de responsabilidade social da empresa, que foi premiada por gerar inclusão social e redução da pobreza.

As viagens que oferecem são uma celebração da diversidade cultural do Equador. O Equador é um país multicultural com 22 etnias reconhecidas. A diversidade é apresentada aos turistas durante todas as paradas dos trens por moradores locais. O modelo de negócios é um modelo de “sócios”, onde serviços turísticos associados ao trem são fornecidos pelas comunidades locais através de pequenos empreendimentos, gerando renda para mais de 1.300 famílias. O negócio gera oportunidades para jovens, comunidades indígenas, mulheres e idosos ao dar valor (tanto emocional quanto monetário) aos seus talentos e seus patrimônios. Eles são os protagonistas para que os turistas possam conhecer a cultura local. As comunidades locais operam 23 cafés e 23 praças de artesanato dentro das estações de trens antigas que foram recuperadas. Artesões locais selecionados podem apresentar e vender seus trabalhos nestas praças. E há também a apresentação de danças e músicas tradicionais.

Tren Ecuador é uma empresa pública do governo equatoriano que foi criada com a missão de contribuir com o desenvolvimento das economias locais.

Foi muito gratificante acompanhar que o setor turístico está aos poucos se conscientizando da importância de criar negócios sustentáveis. Preservar monumentos e áreas históricas e naturais é mandatório para manutenção do turismo nestas regiões, mas, acima de tudo é nosso dever com as gerações futuras.

Mila Fiorese é autora do blog Tempo Para Ajudar e faz parte da equipe da ABBV na cobertura da WTM Latin America 2017.

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#ABBVnaWTM – WTM Responsible Tourism: o turismo e as Metas de Desenvolvimento Sustentável

BY: ABBV / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Dados do setor, WTM Latin America
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Foto Mila Fiorese

Por Mila Fiorese – Blog Tempo Para Ajudar | Especial para a ABBV

A ONU declarou 2017 o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento e este tema estará presente durante toda a 5ª edição da WTM Latin America, que está acontecendo no Expo Center Norte, em São Paulo.

Já no primeiro dia de palestras tivemos esta pauta debatida no Teatro de Conferências com a presença de Sandra Carvao, Diretora de Comunicação da Organização Mundial do Turismo (OMT), Frederico Levy, Diretor de Sustentabilidade da BRAZTOA e a moderação de Gustavo Pinto, Fundador da Inverted America Journeys.

Sandra Carvao explicou que, em 2015, a ONU adotou os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e que o turismo foi envolvido diretamente em três deles:
- Objetivo 8: Promover crescimento econômico sustentável e inclusivo, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos;
- Objetivo 12: Produção e consumo sustentável (cadeia de valor e consumidor);
- Objetivo 14: Conservação e uso sustentável dos oceanos, mares e fontes marinhas para o desenvolvimento sustentável.

Mas, pela abrangência e características do setor de turismo Sandra acredita que ele pode e deve contribuir com os demais.

Foram definidos também três objetivos para escolha de 2017 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento: maior consciência para a contribuição do turismo sustentável para o desenvolvimento, mobilizar todas as partes interessadas para tornar o setor um catalisador para uma mudança positiva e promover a mudança nas políticas públicas, práticas de negócios e comportamento dos consumidores no turismo.

O Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento irá promover o papel do turismo em cinco áreas-chave:

1. crescimento econômico inclusivo e sustentável

2. inclusão social, emprego e redução da pobreza

3. eficiência dos recursos, a proteção do ambiente e alterações climáticas

4. valores culturais, diversidade e patrimônio

5. compreensão mútua, paz e segurança.

Foi apresentado o site sobre o Ano Internacional, que é aberto para receber diversas contribuições através das áreas: compartilhando soluções, compartilhando histórias e compartilhando soluções. O site contém um vídeo com a campanha desenvolvida para consumidores (em inglês): Travel.Enjoy.Respect. As dicas para educar os turistas a serem responsáveis são: honre seus anfitriões e nosso patrimônio comum, proteja nosso planeta, apoie a economia local, seja um viajante informado, seja um viajante respeitoso.

Por último foi apresentada a hashtag #travelenjoyrespect, criada para aumentar a divulgação da importância do turismo sustentável.

Na sequência Frederico Levy iniciou sua apresentação explicando o perfil e a abrangência da BRAZTOA, que tem 90 associados, está presente em todas as unidades da federação e vende 90% das viagens do mercado brasileiro.

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Foto Mila Fiorese
 A BRAZTOA possui um programa de sustentabilidade que propõe demonstrar os benefícios de incorporar a sustentabilidade à gestão das empresas e ênfase aos pilares sociocultural, ambiental e econômico. Para reconhecer estas atitudes e divulgá-las foi criado o Prêmio BRAZTOA de Sustentabilidade. Este prêmio é direcionado ao trade e concedido às melhores iniciativas em cinco categorias: associados BRAZTOA, parceiros do turismo, agências de viagens, meios de hospedagem e projetos inovadores (estudantes).

Juntamente com o Ministério do Turismo foi criado o mapa interativo Turismo Sustentável no Brasil, que apresenta os vencedores do prêmio BRAZTOA desde a sua primeira edição em 2012. O mapa está disponível em português, inglês e espanhol.

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Foto Mila Fiorese
Outra iniciativa em andamento é o SEEDS – Semeando a Excelência do Desenvolvimento Sustentável, um ciclo de palestras com diversas personalidades do turismo e do desenvolvimento sustentável destinado aos empresários e interessados no assunto. Há também a parceria Colméia e o Programa BRAZTOA Universitários, voltados à capacitação de jovens.

Após as apresentações ficou evidente que esta é uma oportunidade única para o setor de turismo contribuir com os 3 pilares da sustentabilidade – econômico, social e ambiental – e que todos nós, enquanto turistas, também temos esta responsabilidade.

 

Mila Fiorese é autora do blog Tempo Para Ajudar e faz parte da equipe da ABBV na cobertura da WTM Latin America 2017.

 

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WTM Latin America apresentará melhores práticas de turismo sustentável

BY: ABBV / 0 COMMENTS / CATEGORIES: WTM Latin America

Sempre conectada às tendências do turismo mundial, a WTM Latin America 2016 contará com uma programação de palestras sobre turismo sustentável durante os três dias do evento, que acorre entre os dias 29 e 31 de março, no Expo Center Norte, em São Paulo, simultaneamente ao 45º Encontro Comercial Braztoa.

Sob a coordenação de Mariana Aldrigui, pesquisadora e professora da USP, o conteúdo das palestras promete ser uma importante ferramenta para os profissionais do trade de turismo, tanto para os que já seguem os moldes do turismo sustentável, quanto para aqueles que pretendem aderir e, assim, disseminar a prática no continente latino-americano.

Centralizada no Teatro de Conferências da WTM Latin America, a programação começa às 19h do dia 29 de março, primeiro dia da feira, com o a apresentação Mapeamento de Práticas de Turismo Sustentável na América Latina, que será conduzida por Mariana Aldrigui e Tiago Juliano, mestre em Sustentabilidade na Gestão Ambiental pela Universidade Federal de São Carlos.

 Às 13h45, do dia 30 de março, Mariana volta ao palco do Teatro de Conferências para discutir benchmarking internacional em uma palestra com o tema: “Práticas sustentáveis em companhias aéreas – o caso AirFrance/ KLM”.

E como não falar das redes sociais em um evento sediado no continente em que o uso destas plataformas é o mais intenso do mundo? Natalie Soares, co-autora do blog de viagens e tecnologia Sundaycooks, e Cynthia Corrêa, pesquisadora da USP e doutora em Comunicação Social pela PUC-RS, discutirão os meios de comunicar a sustentabilidade e farão uma análise da experiência em redes sociais. A palestra acontecerá no dia 30 de março, às 16h45.

 No encerramento da WTM Latin America, 31 de março, o Teatro de Conferências receberá mais duas palestras sobre o tema. Às 13h, Marcelo Vilela de Almeida, mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela USP e bacharel em turismo pela Universidade Anhembi Morumbi, e representantes da BWT Operadora e da Vento Sul Turismo irão analisar a incorporação de práticas sustentáveis na gestão de operadoras e agências. 

A última palestra, marcada para às 16h, será ministrada por Mariana Aldrigui e Trícia Neves, sócia-diretora da Mapie, empresa especializada em metodologias de gestão para o segmento hoteleiro e gestão estratégica de serviços. As especialistas convidarão a plateia a refletir sobre os desafios para a gestão de pessoas em turismo e se existe sustentabilidade na composição de equipes.

 “Não há outra alternativa para a nossa geração e as futuras a não ser assumir um real compromisso com a sustentabilidade. A questão é como fazer isso. Não adianta apenas copiar práticas, sem verificar de fato como é possível manter bons resultados, ou melhorar os resultados, usando outras práticas”, afirma Mariana Aldrigui. “E precisamos falar da sustentabilidade de forma global – ambiental, social, econômica e até política. Todas as empresas de turismo têm condições de rever práticas, mudar procedimentos e desenvolver produtos e serviços de maneira mais responsável. Temos de olhar para vários aspectos, mas principalmente, na América Latina, para o social. Permitir que mais pessoas se eduquem e possam trabalhar na área e transmitir valores de respeito à cultura e tradições, garantindo salários dignos e excelente qualidade de vida aos moradores do local”, completa Mariana.

“A excelência é pré-requisito indispensável na WTM Latin America, que conta com os mais destacados profissionais do turismo, todos eles focados na realização de negócios duradouros. Com a programação de conferências não poderia ser diferente. Por isso, contamos com a expertise da Mariana Aldrigui para viabilizar esta impecável programação de palestras sobre o turismo sustentável, tema tão importante da atualidade na América Latina e no mundo todo”, conclui Lawrence Reinisch, Diretor da WTM Latin America.

A ABBV é media partner da WTM Latin America pelo 4o ano consecutivo.

Saiba mais no site: www.wtmlatinamerica.com

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#ABBVnaABAV | Turismo sustentável no Brasil: também um compromisso dos blogs de viagem?

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Por Rafael Kosoniscs | Enviado especial

Cada vez mais ouvimos sobre sustentabilidade e a sua importância na sociedade, mas sabemos que o assunto está mais para um modelo de negócio do que para a preocupação real com o meio ambiente. Será que para o turismo devemos adotar a mesma fachada? Como anda a postura dos blogs de viagem sobre o assunto turismo sustentável?

Gostaria de enxergar que este tema já fosse compreendido por nós, principalmente os que tratam de ecoturismo, mas o que tenho lido e presenciado é que ainda estamos engatinhando e que quase nada sabemos do conceito de turismo sustentável.

O turismo responsável ou sustentável não é apenas se enfiar no mato e recolher o lixo do meio ambiente. A prática do turismo verde – que recebe também essa denominação – é realizada de forma que contribua para a valorização das populações locais e principalmente a preservação e propagação da cultura. O turismo sustentável tem a obrigação de promover ações que estimulem a conservação do meio ambiente e também o desenvolvimento socioeconômico das comunidades envolvidas. É preciso que o turista vivencie uma experiência única, mas também é necessário planejamento e ação.

Na ABAV 2013 – a Feira de Turismo das Américas, o ITB Berlin apresentou uma pesquisa global de como os turistas enxergam uma viagem sustentável, o resultado identificou 05 diferentes grupos:

1 – 33% enxergam que o turismo sustentável é composto pelos três pilares (ecológico, social e econômico), igualmente importantes;

2 – 25% veem o turismo sustentável de forma cética;

3 – 15% consideram os aspectos ecológicos mais relevantes para o turismo sustentável;

4 – 15% acreditam que a valorização da cultura é a parte mais importante do turismo sustentável, além da valorização dos produtos locais;

5 – 12% destacaram os aspectos sociais e econômicos como mais importantes.

O turismo sustentável não depende apenas do turista, mas também de atitudes ambientalistas, do governo federal e, sobretudo do interesse local de estruturar um projeto de turismo responsável. Alguns lugares do Brasil já estão dando os primeiros passos, por exemplo, a cidade de Bonito, situada no Mato Grosso do Sul e também o arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco.

Nos dias atuais ouvimos apenas o termo Ecoturismo, o que de certa maneira ajuda a preservar o ecossistema, mas quase sempre a iniciativa parte de empresas privadas, com fins lucrativos e que não exercem modificações na sociedade e na economia local.

Tanto o turismo sustentável quanto o ecoturismo possuem o objetivo de proteger a vida e manter a economia ativa, unindo responsabilidade e desenvolvimento. Se o turismo responsável é responsabilidade de todos, o bom entendimento do termo é essencial, principalmente para os formadores de opinião e para nós, blogueiros de viagem.

Cabe a nós incentivar essa prática de turismo, valorizar e indicar destinos que empregam o turismo sustentável, a fim de contribuir para o desenvolvimento local e socioeconômico do Brasil.

Artigo inspirado nas palestras da ABAV 2013:

Rika Jean-Francois – Head CSR, ITB Berlin

Viagem consciente – Gopinath Parayil, Fundador, The Blue Yonder

Turismo de Aventura – Jean-Claude Razel

Relatório de viagens ecológicas de 2013 – Thomas E. Roth – Presidente da CMI – Green

Fotos: Benjamin Earwicker (1ª) e Krayker (2ª) | Stock. Xchng

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Rafael Kosoniscs é publicitário e blogueiro. Escreve no blog  Seu Mochilão, especializado em trekking e dicas de viagem independente.  

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Chega de papel

BY: ABBV / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Blogueiros

Por Lucia Malla |

Vi a foto acima, tirada do instagram do @daanlaham, na página do Ambientalistas em Rede no Facebook, e sua legenda dizia:

Essa é a foto tirada por Daniel Laham Ponzio [n.a.: @daanlaham no instagram], de 18 anos, da cidade de Guarulhos. Lá, os eleitores "devolveram" em frente à Câmara os panfletos que receberam e colocaram faixas com os dizeres "Onde está a sustentabilidade?" e "Devolvendo o que vos pertence". E sua cidade, como está? Faça sua parte e não vote em quem suja sua cidade.”

É inacreditável o lixo de papel que as cidades se transformam na época das eleições. Todos os candidatos falam de sustentabilidade, mas na hora do vamo-vê, o comportamento ofensivo ao ambiente escancara a hipocrisia do discurso. Ou seja.

Vocês podem achar estranho eu estar falando isso aqui no blog da ABBV, mas se olharmos pro discurso da maioria das pessoas e empresas que lidam com turismo, veremos uma semelhança triste com essa realidade de Guarulhos. Basta olhar a quantidade de panfleto turístico ou a papelada impressa que a gente recebe (ou produz…) quando vai visitar uma cidade. Na era em que todo mundo tem um celular na mão para consulta rápida de mapas ao melhor restaurante da cidade, em que pdf’s podem ser lidos no metrô ou na fila do banco, acreditar que a informação será “melhor absorvida” pelo interlocutor se estiver no papel é demonstrar uma mentalidade desconectada do mundo moderno, além de tacanha e degradante no trato com o ambiente.

Sustentabilidade é uma palavrinha complicada de se definir, e há nela diversos meandros que não vêm ao caso aqui. Mas sem dúvida é um tópico que todo destino/passeio/empresa/blogueiro que preze pelo futuro do planeta estará preocupado em manter da melhor e mais viável maneira possível. Porque nós, como consumidores de turismo, também estamos atentos a isso; sustentabilidade “vende”.

Entretanto, imprimir, gastar tinta e papel, dois produtos que geram uma toxicidade enorme no ambiente para serem produzidos, apenas para “espalhar” sua mensagem marketeira de viagem, gera um resultado que a longo prazo se mostra dos mais insustentáveis.

Uma das constatações mais prevalescentes entre as diversas análises sobre o futuro do turismo mundial como um todo é que ele deverá cada vez mais focar na sustentabilidade. Hotéis com reaproveitamento de água da chuva ou utilizando fontes renováveis de energia para sua manutenção, mais uso de transporte público ou bicicleta em substituição ao carro para viagens curtas, mais restaurantes que usam apenas alimentos comprados localmente,… todas atitudes formiguinhas que, aos poucos, vão ajudando no prospecto de um melhor planeta. Se você quer ser um destino/empresa/blogueiro antenado e verdadeiramente preocupado com a sustentabilidade, não deixe de pensar também que seu fetiche por papel pode azedar sua tentativa de se clamar sustentável. Seja coerente em seu discurso e em suas atitudes. O ambiente, esse mal-tratado, agradece de coração e espera sua visita de galhos abertos.

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Lucia Malla, vice-presidente da ABBV, é bióloga e Doutora em Biologia Celular e Molecular pela Universiadade do Havaí, onde mora.  É autora do blog Uma Malla pelo Mundo desde 2004.

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