Não é de hoje que a polêmica de fotografar pratos em restaurantes vem tomando espaço em cadernos de Turismo e Gastronomia de jornais e sites do mundo todo.
A matéria que pegou mesmo foi uma do The New York Times que dá a entender que quem fotografa pratos em restaurantes renomados é breja ou cafona.
Essa semana, tivemos mais um capítulo dessa discussão aqui no Brasil. O Estado e a Folha de São Paulo dedicaram uma página toda do caderno “Viagem” e meia página no caderno “Comida” respectivamente para tratar do assunto.
O Estado levantou que alguns restaurantes de Nova Iorque, Sydney e Londres estão avisando clientes na reserva que não permitem fotos ou que não permitem fotos com flash.
Mas será que esses restaurantes não tem Twitter, Facebook ou Instagram? Ou será que são tão famosos que não precisam desse tipo de divulgação? Os restaurantes citados na matéria do Estado são todos estrelados, muito famosos ou com chefs muito conhecidos.
Já na matéria da Folha de São Paulo, os 16 chefs da cidade que foram consultados afirmaram que não se incomodam com clientes que fazem fotos e alguns deles até incentivam a prática.
Eu sempre que vou a um restaurante e até a bares, tenho o costume de fotografar e postar. Afinal, depois de mais de 6 anos de blog dando dicas de onde ir, o que fazer e onde comer, postar um prato ou uma sobremesa é continuar a dar dicas de forma rápida, ao vivo e a cores. Acho que ajuda!
Cheguei a pensar que a qualidade das imagens não estavam agradando os chefs que não gostam disso, mas lembrei que a Roberta Sudbrack comentou, no seminário do Riq, que conseguia acompanhar até o ponto que os pratos estavam saindo da cozinha pelas imagens do Instagram que os clientes postavam.
Então a qualidade não pode ser tão ruim assim, né!?
Outros argumentos dos que não gostam chegam a ser engraçados. O cliente se distrai na hora de comer, o prato esfria, não presta atenção na excelência do serviço.... Mas vem cá! Quanto segundos você leva para fazer uma foto de um prato?
O Diego, do Destemperados, entrou num tema que eu concordo. “Não há melhor propaganda do que uma imagem amadora de um prato. É espontâneo!”
Já reparou que o Tripadvisor separa as fotos profissionais das fotos dos viajantes? É por isso.
O hóspede tende a mostrar a realidade, assim como o frequentador de um restaurante, que acabou de postar a imagem do prato real que chegou a sua frente. Isso não é legal?
Quando você pesquisa um restaurante, não seria interessante ver esses dois lados? A imagem profissional e a que o cliente fez?
Aí eu pensei que o que realmente está incomodando os chefs é a postura de alguns clientes. Será que não tem gente exagerando na hora do clique? Ficando em pé no meio do salão, dando “flashadas” a torto e a direito, atrapalhando o serviço ou aquele casal que escolheu o restaurante para comemorar aniversário de namoro?
Só pode ser isso, né?
Para que o #foodstagram ou o #instafood não acabe ou se torne mais odiado, vou dar algumas dicas para que pelo menos nós, aqui da ABBV, não paguemos mico na hora das imagens de pratos.
1) Se você tem um bom celular como Iphone ou Galaxy não precisa levar uma câmera enorme no restaurante. Seja discreto e clique com ele mesmo.
2) Gaste uns minutos e aprenda a tirar os “bips”, avisos sonoros de focagem, e até mesmo do clique, se estiver em restaurante silencioso. Ninguém é obrigado a ficar escutando a mesa do lado apitando até achar o melhor foco.
3) O flash de câmeras compactas e principalmente dos celulares não vão ajudar na sua imagem. Ela vai ficar esbranquiçada ou com um clarão. Desligar o flash é uma regra importante.
4) Para minimizar o problema de ter pouca luz, que é comum, solicite a mesa perto da janela. Nada como uma boa luz natural. Se for de dia, claro!
5) Não fique de pé, nem arraste a cadeira para o meio do salão.
6) Nem pensar em pedir para o garçom ou menos ainda para a mesa ao lado para fotografar o prato deles.
7) Se não conseguiu chegar na imagem que queria e mostrar a melhor parte do prato, não poste. É legal fazer uma espécie de edição na hora, para só postar o que ficou legal.
Fotos: Marcio Nel Cimatti
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Marcio Nel Cimatti é fotógrafo, blogueiro profissional e diretor de Fotografia e Imagem Digital da ABBV. Desde 2006 escreve o blog A Janela Laranja com dicas de viagens.
Leia maisPor Marcio Nel Cimatti |
Muita gente me pergunta como fazer aquela imagem que parece uma miniatura. Esse tipo de imagem é chamada de Tilt Shift.
E o jeito tradicional de fazer a imagem é ter uma lente específica que custa cerca de R$3.000. Mas agora ficou fácil de recriar o efeito usando aplicativos de celular ou fazendo pelo photoshop.
É o modo de fazer pelo photoshop que vou mostrar aqui. Achei esse vídeo tutorial simples que explica tudo. O vídeo é inglês, mas mesmo que não entender a língua pode acompanhar o passo a passo que dá para chegar no resultado.
Espero que gostem!
Foto: Dariusz Rompa | Stock.Xchng
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Marcio Nel Cimatti é fotógrafo e blogueiro profissional. Desde 2006 escreve o blog A Janela Laranja com dicas de viagens.
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Por Marcio Nel Cimatti |
Como fotógrafo e um dos fundadores do ABBV, vou dar algumas dicas para melhorar suas imagens nas próximas viagens e deixar seus posts ainda mais atraentes.
Antes da viagem:
Teste e se acostume com a câmera antes da viagem. Mesmo se estiver familiarizado com o equipamento, dê uma olhada no manual e descubra recursos que ainda não usa, mas que são interessantes. Não é uma boa viajar só com a câmera que acabou de comprar. Ah, não se esqueça de levar adaptador de tomada para não correr o risco de ficar sem carregar a bateria.
Protegendo o equipamento:
A câmera é frágil, vale a pena protegê-la em diversas situações:
- No frio, deixe a câmera colada ao corpo ou no bolso. As baixas temperaturas descarregam a bateria rápido.
- Na areia, no deserto ou nas dunas, use papel filme. Cubra a câmera e só deixe a parte que se movimenta da lente e a própria lente sem o plástico.
- Na umidade (floresta) ou na chuva, o ideal é comprar uma “bag” de plástico usada para fotografar piscinas, rios e em mergulho em pouca profundidade.
Segurança:
Câmeras sempre atraem atenção dos malandros. Isso vale para todas as grandes cidades e lugares com muitos turistas. Algumas dicas para dificultar a ação desses malas:
- Sempre use a alça cruzando o pescoço e não só no ombro
- Prefira bolsas ou mochilas sem um enorme símbolo da Canon, Nikon….
- Na hora de comer não deixe a mochila pendurada na cadeira nas suas costas
- Os cartões de memória ou filmes devem estar sempre com você. A câmera você compra outra, as imagens jamais serão as mesmas.
Dicas para ajudar no seu clique:
- Repare na trajetória do sol durante suas andanças. Muitas vezes, vale a pena voltar em algum ponto da cidade para aproveitar a melhor luz do dia. Se você estiver familiarizado com a tecnologia, pode fazer isso através do Google Earth.
- Visite atrações turísticas fora dos horários convencionais, de madrugada (leve tripé e cuidado com a segurança) ou antes do café da manhã (a luz é ótima). Assim você vai ter imagens diferentes e sem a multidão.
- Consulte a previsão do tempo. Se chover, não desanime, busque alternativas, aproveite os pingos d`água, as janelas, as poças d`água no chão e os reflexos.
- Os pontos altos da cidade como torres, pontes e edifícios podem ser bons para fazer imagens panorâmicas. Se tiver iphone/android existem aplicativos interessantes para esse tipo de fotografia.
Nos próximos posts, vamos falar de composição, técnica, escolha de câmeras, etc.. Acompanhe!
Foto: Marcio Nel Cimatti
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