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Dicas de organização e produtividade para blogueiros de viagens

BY: Luisa Ferreira dos Santos / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo

A cada novo ano, é a mesma coisa: a gente se esforça para cumprir as resoluções formuladas na virada de ciclo, enquanto a vida teima em nos atropelar. Quase nunca é fácil concretizar tudo que planejamos, mas tudo tende a ficar menos complicado quando nos organizamos.

Aproveitei esse início de ano para compilar algumas dicas de organização para blogueiros de viagem, com base no que pratico no meu dia a dia. São estratégias e recursos simples, mas que acabam fazendo a diferença no rendimento do trabalho.

Vale reforçar, no entanto, que quando falamos em organização e produtividade não existe uma fórmula que sirva para todos. O ideal é ir testando abordagens diferentes até encontrar (ou criar) o que melhor se adapte à sua rotina.

Pesquisa e planejamento de pautas

Todo bom blogueiro consulta fontes de informação variadas quando começa a planejar uma viagem, né? Mesmo quando tenho a intenção de viajar mais espontaneamente, sempre levo o conteúdo do blog em consideração. E isso significa, entre outras coisas, sondar pautas que podem surgir daquela visita.

Quando estou na fase inicial de pesquisa sobre um destino, crio uma pasta para ele nos favoritos do navegador e vou salvando lá tudo que acho interessante. Podem ser matérias de jornal, posts de blogs brasileiros e gringos, fotos bonitas, livros relacionados ao país, hotéis ou albergues onde penso em ficar... Também tenho feito o mesmo no Instagram, com o recurso de salvar posts em coleções.

Na etapa seguinte, uso esses recursos como ponto de partida para montar o roteiro da viagem, tanto na perspectiva de viajante quanto no sentido editorial. Costumo criar um documento para o itinerário geral, outro com as informações sobre o que quero conhecer em cada cidade e mais um com ideias de pautas mais genéricas que penso em pesquisar durante a viagem.

Nessa fase, acho válido anotar todas as ideias de pautas que vierem à cabeça, mas sem se apegar muito. Durante o percurso, muitos desses temas certamente vão “cair”, enquanto outros inesperados vão dar as caras.

Seja como for, é importante anotar o máximo que puder sobre cada assunto. Além de descrever a ideia, acrescente links, imagens e outras referências relacionadas àquele tema. Assim, você não só evita o risco de esquecer o que queria abordar no post como já garante um bom ponto de partida para o texto.

Salvar os links originais da pesquisa é importante para indicar as fontes do seu post. Ao publicar o seu artigo, dê crédito para os outros blogs e sites que foram úteis para a sua pesquisa – assim como você gostaria de ter seu trabalho reconhecido e citado. Além de ser uma prática positiva e ética, oferece informações valiosas para o seu leitor.

Para organizar todo esse material, o formato pode variar muito. Conheço gente que faz planilhas no Excel, enquanto outros usam os bons e velhos caderninhos de papel.

Eu acho mais prático usar o Evernote, porque lá posso escrever notas com uma formatação bonitinha, editar quantas vezes precisar, colocar etiquetas organizadoras e acessar tudo facilmente tanto pelo computador quanto pelo celular. Já fui de anotar coisas no Word, num diário de viagem e no celular ao mesmo tempo, mas assim acabava perdendo ideias e informações valiosas.

Depois da viagem, quando tenho uma ideia mais precisa do que vai virar post de fato, vou jogando as pautas num calendário editorial. Nele, tento equilibrar textos com diferentes temas, para diversificar o conteúdo do blog. Mas preciso confessar: às vezes ignoro isso e simplesmente escrevo o que estou a fim de escrever.

Equipamentos de foto e vídeo

Já aconteceu comigo, com amigos e provavelmente com você também: você chega no destino com tudo prontinho para produzir um conteúdo massa, até sentir falta de algum equipamento importante.

Desde levar a câmera sem o cartão de memória a deixa-la descarregar sem perceber ou esquecer o bastão da GoPro em casa, a lista de vacilos pode ser longa. Todo mundo está sujeito a erros, mas a organização ajuda a evita-los.

Uma sugestão é fazer um check-list de equipamentos que você precisa conferir ao fazer as malas, ou antes de sair do hotel a cada dia de viagem. Anote tudo que precisa levar, o que deve checar em cada gadget (se está carregado e com a lente certa, por exemplo) e itens sobressalentes a levar, como cartões de memória e bateria.

Caso viaje junto com outras pessoas que fazem o blog com você, uma sugestão é fazer uma divisão de tarefas. Tipo “você fica responsável pelo drone e eu pelas câmeras”. Assim, cada um vai se acostumando com sua rotina e se reduz o risco de um ficar pensando que o outro fez o que devia ser feito.

Organização e backup de arquivos

Além dos objetos físicos, também é fácil se desorganizar com o tanto de itens digitais que vamos acumulando, né? Por isso, vale a pena tirar algumas horas (ou um dia inteiro, dependendo do nível da sua bagunça virtual) para fazer uma faxina nos arquivos.

Acho válido identificar os tipos de arquivo mais frequentes, fazer um esquema simples e separa-los em pastas de acordo com uma lógica predeterminada, em vez de sair abrindo uma pasta nova para cada coisa.

Algumas sugestões de categorias: documentos e finanças, clipping, relatórios de campanhas e estatísticas, peças gráficas, fotos, materiais para posts, mídia kits, eventos, parcerias e anúncios etc.

Lembrando que tudo isso não vale de nada se você não fizer backup. Afinal, um dos maiores pesadelos para qualquer produtor de conteúdo é perder todas as suas fotos e anotações, né? Mas as chances disso acontecer são mínimas caso você salve tudo em mais de um ambiente além do seu computador.

A “organizadora profissional” Gabriela Brasil sugere ordenar sua vida virtual assim: arquivos de uso frequente ficam no computador e na nuvem, arquivos usados de vez em quando ficam só na nuvem e arquivos importantes que precisam ser guardados indefinidamente vão para a nuvem e backup físico.

Para quem trabalha com fotos em RAW e/ou arquivos de vídeo, é bom fazer esse filtro o quanto antes, separando os itens que vai usar a curto prazo, os que já usou etc. Assim, você evita acumular “peso digital” desnecessário e sobrecarregar seu computador ou servidor.

Processos para facilitar o trabalho

Mesmo que o blog não seja seu trabalho principal, certamente você acumula muitas tarefas de diferentes naturezas relacionadas a ele. Responder e-mails e comentários, atualizar redes sociais, avaliar desempenho de afiliados, acompanhar estatísticas, editar posts antigos, fazer balanço financeiro...

Para não se perder no meio disso tudo, o ideal é criar processos para as tarefas recorrentes, determinando uma periodicidade específica.

Por exemplo: checar e-mails todo dia pela manhã, respondendo o que for mais urgente e marcando o resto como pendente para o fim do dia; avaliar o Analytics e os números de redes sociais toda sexta-feira ou todo fim de mês; escrever newsletter todo domingo; e assim por diante.

No caso de projetos pontuais, vale aquela dica básica de produtividade: dividir as tarefas em pedaços menores e determinar prazos para cada uma. Assim, também fica mais fácil priorizar o que tem mais potencial de trazer retorno, seja financeiro ou de outro tipo.

Recomendo fazer um planejamento mensal, separando as tarefas que precisam sair do papel de todo jeito e aquelas para fazer “se der tempo”. Gosto de colar um papel com essa to-do list na parede do escritório, para olhar para ela todo dia.

Assim como os outros itens listados aqui, a escolha de plataforma para esse planejamento depende de cada um. Tem quem não abra mão de planners de papel, tem os fãs de murais com post-its e tem quem curta usar aplicativos e softwares específicos para gerenciamento de tarefas, como Trello e Asana, especialmente úteis para quem faz o blog junto com outras pessoas.

E você, tem outras dicas de organização para blogueiros de viagens? Compartilha com a gente!

Luísa Ferreira é jornalista e autora do blog de viagens Janelas Abertas.

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Fotografar os pratos ou não?

BY: ABBV / 9 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo

Não é de hoje que a polêmica de fotografar pratos em restaurantes vem tomando espaço em cadernos de Turismo e Gastronomia de jornais e sites do mundo todo.

A matéria que pegou mesmo foi uma do The New York Times que dá a entender que quem fotografa pratos em restaurantes renomados é breja ou cafona.

Essa semana, tivemos mais um capítulo dessa discussão aqui no Brasil. O Estado e a Folha de São Paulo dedicaram uma página toda do caderno “Viagem” e meia página no caderno “Comida” respectivamente para tratar do assunto.

O Estado levantou que alguns restaurantes de Nova Iorque, Sydney e Londres estão avisando clientes na reserva que não permitem fotos ou que não permitem fotos com flash.

Mas será que esses restaurantes não tem Twitter, Facebook ou Instagram? Ou será que são tão famosos que não precisam desse tipo de divulgação? Os restaurantes citados na matéria do Estado são todos estrelados, muito famosos ou com chefs muito conhecidos.

Já na matéria da Folha de São Paulo, os 16 chefs da cidade que foram consultados afirmaram que não se incomodam com clientes que fazem fotos e alguns deles até incentivam a prática.

Eu sempre que vou a um restaurante e até a bares, tenho o costume de fotografar e postar. Afinal, depois de mais de 6 anos de blog dando dicas de onde ir, o que fazer e onde comer, postar um prato ou uma sobremesa é continuar a dar  dicas de forma rápida, ao vivo e a cores.  Acho que ajuda!

Cheguei a pensar que a qualidade das imagens não estavam agradando os chefs que não gostam disso, mas lembrei que a Roberta Sudbrack comentou, no seminário do Riq, que conseguia acompanhar até o ponto que os pratos estavam saindo da cozinha pelas imagens do Instagram que os clientes postavam.

Então a qualidade não pode ser tão ruim assim, né!?

Outros argumentos dos que não gostam chegam a ser engraçados. O cliente se distrai na hora de comer, o prato esfria, não presta atenção na excelência do serviço.... Mas vem cá! Quanto segundos você leva para fazer uma foto de um prato?

O Diego, do Destemperados, entrou num tema que eu concordo. “Não há melhor propaganda do que uma imagem amadora de um prato.  É espontâneo!”

Já reparou que o Tripadvisor separa as fotos profissionais das fotos dos viajantes? É por isso.

O hóspede tende a mostrar a realidade, assim como o frequentador de um restaurante, que acabou de postar a imagem do prato real que chegou a sua frente. Isso não é legal?

Quando você pesquisa um restaurante, não seria interessante ver esses dois lados? A imagem profissional e a que o cliente fez?

Aí eu pensei que o que realmente está incomodando os chefs é a postura de alguns clientes. Será que não tem gente exagerando na hora do clique? Ficando em pé no meio do salão, dando “flashadas” a torto e a direito, atrapalhando o serviço ou aquele casal que escolheu o restaurante para comemorar aniversário de namoro?

Só pode ser isso, né?

Para que o #foodstagram ou o #instafood não acabe ou se torne mais odiado, vou dar algumas dicas para que pelo menos nós, aqui da ABBV, não paguemos mico na hora das imagens de pratos.

1)     Se você tem um bom celular como Iphone ou Galaxy não precisa levar uma câmera enorme no restaurante. Seja discreto e clique com ele mesmo.

2)     Gaste uns minutos e aprenda a tirar os “bips”, avisos sonoros de focagem, e até mesmo do clique, se estiver em restaurante silencioso. Ninguém é obrigado a ficar escutando a mesa do lado apitando até achar o melhor foco.

3)     O flash de câmeras compactas e principalmente dos celulares não vão ajudar na sua imagem. Ela vai ficar esbranquiçada ou com um clarão. Desligar o flash é uma regra importante.

4)     Para minimizar o problema de ter pouca luz, que é comum, solicite a mesa perto da janela. Nada como uma boa luz natural. Se for de dia, claro!

5)     Não fique de pé, nem arraste a cadeira para o meio do salão.

6)     Nem pensar em pedir para o garçom ou menos ainda para a mesa ao lado para fotografar o prato deles.

7)     Se não conseguiu chegar na imagem que queria e mostrar a melhor parte do prato, não poste. É legal fazer uma espécie de edição na hora, para só postar o que ficou legal.

Fotos: Marcio Nel Cimatti

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Marcio Nel Cimatti é fotógrafo, blogueiro profissional e diretor de Fotografia e Imagem Digital da ABBV. Desde 2006 escreve o blog A Janela Laranja com dicas de viagens.

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Dicas de fotografia: como fazer a imagem Tilt Shift

BY: ABBV / 3 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo

Por Marcio Nel Cimatti |

Muita gente me pergunta como fazer aquela imagem que parece uma miniatura. Esse tipo de imagem é chamada de Tilt Shift.

E o jeito tradicional de fazer a imagem é ter uma lente específica que custa cerca de R$3.000. Mas agora ficou fácil de recriar o efeito usando aplicativos de celular ou fazendo pelo photoshop.

É o modo de fazer pelo photoshop que vou mostrar aqui. Achei esse vídeo tutorial simples que explica tudo. O vídeo é inglês, mas mesmo que não entender a língua pode acompanhar o passo a passo que dá para chegar no resultado.

Espero que gostem!

Foto: Dariusz Rompa | Stock.Xchng

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Marcio Nel Cimatti é fotógrafo e blogueiro profissional. Desde 2006 escreve o blog A Janela Laranja com dicas de viagens.

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