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Influenciadores digitais fazem parte da estratégia de marketing de 92% das marcas turismo

BY: Fernanda Castelo Branco / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Comunicação ABBV, Dados do setor, Mercado

Em pesquisa inédita com profissionais de marketing e turismo, ABBV apresenta como as empresas e órgãos do mercado estão desenvolvendo ações de marketing com blogueiros e influenciadores digitais

Iniciativas de relações públicas e assessoria de imprensa movem a maior parte (42%) das ações com influenciadores no segmento de turismo, mas são as ações de publicidade que estão com tendência de crescimento mais acentuada no mercado. Os dados são da pesquisa desenvolvida pela Associação Brasileira de Blogs de Viagem (ABBV) no fim de 2019.

A pesquisa foi realizada com participação de 118 profissionais de marketing e turismo, incluindo representantes de órgãos de turismo de destinos (33%), hotelaria (23%), empresas prestadoras de serviços diretamente relacionados ao turismo (tours, câmbio, seguros etc. - 22%) e agências de viagem (12%).

Ações com blogs e influenciadores digitais já estão bastante difundidas no setor de turismo, especialmente entre em agências de comunicação que atendem instituições e profissionais de marketing de empresas de serviço. Entre as 118 participações, 109 declararam ter realizado ações com blogueiros e influenciadores digitais nos últimos 12 meses e 117 declararam interesse em fazê-lo nos próximos 12 meses.

Que ações as empresas de turismo fazem com influenciadores?

As ações mais praticadas são aquelas vinculadas às atividades de assessoria de comunicação e relações públicas, como a divulgação de releases. No entanto, ações de publicidade estão com tendência de crescimento mais acentuada – como programas de afiliados ou apoio a eventos feitos por/para blogueiros e influenciadores. Também estão em alta contratações de publieditoriais (publicações pagas) e organização de press trips.

Pesquisa ABBV - grafico acoes com influenciadores

Credibilidade da experiência compartilhada

A divulgação do produto, serviço ou destino turístico é a principal motivação para a procura por influenciadores.  Maior parte das marcas entende que blogs e canais de mídias sociais têm papel fundamental na tomada de decisão dos viajantes. Também se destaca o interesse em alcançar um público qualificado – isto é, com segmentado por nichos e de acordo com o perfil de público-alvo da marca.

Ao buscar visibilidade das marcas, os profissionais de marketing e turismo valorizam conteúdo de qualidade e com credibilidade – o que também está relacionado ao compartilhamento de experiências reais e ao endosso agregado pelos criadores de conteúdo.

“Acredito que o futuro do marketing e da publicidade está muito atrelado à blogueiros e influenciadores, já que consumidores tendem a confiar muito mais em suas opiniões, o que é super positivo. Empoderar pessoas reais para falarem de suas experiências pode ser muito mais eficaz do que simplesmente fazer publicidade para a sua marca” - Marcella Pasquarelli, Online Affiliate Manager da WePlann.

Variedade de mídias na estratégia de marketing

Ao indicar as plataformas de conteúdo prioritárias para suas estratégias de marketing, os entrevistados puderam selecionar múltiplas respostas. Maior parte das instituições (74%) trabalha com um mix diversificado de plataformas, tendo selecionado mais de 3 tipos de mídia.

O Instagram – plataforma já habitual para práticas de influencer marketing – está entre as prioridades de 76% das instituições, inclusive pela afinidade com o conteúdo de turismo. Blogs e sites são prioritários para 61% das marcas, por serem conteúdos com ciclo de vida mais longo, com presença em buscadores, além da distribuição em redes sociais.

Pesquisa ABBV - grafico midias

Metodologia de seleção dos influenciadores

Outro fator que pesa no sucesso das campanhas é o perfil dos influenciadores selecionados. Busca e análise manual é a metodologia mais usada no setor (38%), destacando-se a avaliação qualitativa do conteúdo além da observação de métricas básicas como volume de público e engajamento. Apenas 13% dos profissionais declararam usar ferramentas para mapeamento e análise de blogs e perfis de redes sociais, e outros 5% mencionaram a contratação de agências especializadas em influencer marketing.

Existe uma grande participação de atendimento a demandas recebidas (23%) – quando o blogueiro ou influenciador entra em contato com a instituição demonstrando interesse ou apresentando alguma proposta de parceria. Assim como relacionamento direto e a troca de indicações entre profissionais de marketing (21%) é bastante frequente, visto que agências tendem a trabalhar com múltiplos clientes do setor de turismo e muitas instituições mantêm há anos um trabalho permanente de relações públicas.

Pesquisa ABBV - grafico processo de selecao de influenciadores

A pesquisa completa, com todos os dados analisados, está disponível para download gratuito através do link: Pesquisa Influencer Marketing no Turismo.

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WTM Latin America 2020: o que esperar do maior evento de turismo no Brasil

BY: Fernanda Castelo Branco / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Comunicação ABBV, Eventos, WTM Latin America

Atualização: devido à pandemia do novo coronavírus, o evento não será realizado na data prevista de 31 de março a 02 abril. Acompanhe as últimas informações no site oficial da WTM Latin America.

Estão abertas as inscrições para a edição 2020 da WTM Latin America, principal evento do segmento de turismo da América Latina, que acontece entre os dias 31 de março a 02 de abril, no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento é voltado para profissionais do setor e para a mídia especializada, incluindo blogs de viagem. O credenciamento pode ser feito gratuitamente no site oficial até o dia 30 de março. Para inscrições feitas no local, será cobrada uma taxa de R$ 150,00.

Nessa edição, são esperadas cerca de 600 marcas expositoras de 50 nacionalidades – entre órgãos de turismo regionais e internacionais, operadoras e agências de viagem, companhias aéreas, redes hotéis, serviços e atrações turísticas. Empresas de tecnologia com foco no segmento de viagem também estarão presentes e participarão da programação dos palcos Inspire Theatre e Travel Forward, com muito conteúdo interessante sobre as tendências de mercado.

Blogs de viagem na WTM Latin America

A ABBV é Media Partner da WTM Latin America desde 2012, e estará presente com estande no evento e palestras na programação, além de uma equipe de cobertura. “O diálogo com empresas e entidades do setor de turismo tem um papel fundamental na missão da ABBV de promover o desenvolvimento do mercado de blogs de viagem no Brasil e contribuir para o aquecimento do turismo”, comenta Natália Becattini, autora do blog 360meridianos e Presidente da associação.

Palestras no palco Travel Forward

Como parte da programação do Travel Forward, na terça-feira (31/03) às 14h30, a ABBV apresentará os resultados da pesquisa “Influencer Marketing no Turismo”, um estudo inédito com dados e análise de como as empresas e órgãos do mercado estão desenvolvendo ações de marketing com blogueiros e influenciadores digitais. Fernanda Castelo Branco, autora do blog Vontade de Viajar e Diretora de Comunicação da ABBV, vai mostrar como profissionais da indústria de turismo selecionam influenciadores para projetos, que plataformas da mídia digital são consideradas prioritárias, como são avaliados os resultados e quais as melhores práticas.

Ainda na terça (31/03), às 16h30, Carlos Arruda, autor do blog Vida Cigana e Diretor de Treinamentos da ABBV, apresentará a palestra “Como aumentar a taxa de conversão de clientes usando estratégias de marketing de conteúdo”, também no palco Travel Forward. A partir de um estudo de caso, Carlos mostrará como é possível alavancar o potencial de vendas em sites e blogs de viagem com ações de marketing digital geradas a partir de análise de dados – estratégias fundamentais no cenário atual, em que mais de 85% dos viajantes brasileiros usam ativamente a internet em seus planejamentos de viagem .

Digital Influencers Speed Networking

Blogueiros da ABBV estarão presentes na sessão Digital Influencers Speed Networking, que acontece na quarta (01/04), às 13h, na Networking Area. A ação oferece oportunidade para empresas, órgãos de turismo e outros participantes da WTM Latin America realizarem contato direto com influenciadores digitais, em uma série de reuniões curtas, para conhecer diferentes projetos, gerar relacionamento e potenciais parcerias.

Turismo responsável e empreendedorismo feminino

A agenda da WTM Latin America inclui diversos programas especiais, que endereçam temas relevantes do mercado – entre eles, o Prêmio Turismo Responsável, primeiro prêmio de abrangência latino-americana, que visa valorizar projetos que combinam desenvolvimento econômico, ambiental e social. Também terá continuidade o programa Women in Travel, que oferece mentoria para mulheres que desejam empreender no turismo.

Mais informações no site: www.latinamerica.wtm.com

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Vale a pena blogueiro ter perfil no Linkedin?

BY: Fernanda Castelo Branco / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo

Todo blogueiro tem mais perfis em redes sociais do que é capaz de dar conta. Na tentativa de priorizar, é comum que a gente escolha aqueles que têm maior potencial de retorno direto para o blog ou gerem maior volume de cliques. Mas tem uma rede que pode estar sendo deixada de lado por muitos blogueiros e talvez mereça um pouco mais de atenção, por seu grande potencial para abrir oportunidades: o LinkedIn.

A boa notícia é que o LinkedIn não exige necessariamente uma frequência de publicações tão alta quanto outras redes, como o Twitter ou o Instagram. Mesmo que você não possa usar diariamente, ter um perfil completo e bem configurado já faz uma grande diferença.

Informações do mercado

O LinkedIn pode ser muito interessante para se manter atualizado sobre as tendências do mercado. Você pode seguir profissionais de referência nos setores de turismo e marketing digital, além de fontes de informação relevante como Skift, YouPix e a própria ABBV.

As empresas de turismo com atuação local ainda parecem estar começando no LinkedIn, mas as marcas internacionais e de grande porte – como Booking, Gol Linhas Aéreas e Airbnb – estão presentes lá. Pelo perfil da rede, o tipo de novidade compartilhada prioriza movimentos de negócios e indica o que tem sido importante para a empresa. Ler informações como essas nos dá insights para propor projetos mais assertivos às marcas que podemos querer abordar.

Oportunidades de networking

Quando você faz uma proposta ou procura apoio para um projeto, é interessante ter um perfil completo caso as pessoas busquem pelo seu nome para conhecer seu trabalho e sua qualificação. Isso pode aumentar a credibilidade diante de potenciais parceiros.

Se, além de manter o blog, você trabalha como produtor de conteúdo freelancer palestrante ou consultor, esse deve ser o foco do seu perfil. Descreva os serviços que você oferece e otimize as descrições para ser encontrado nesse tipo de busca.

Compartilhe suas experiências

Mesmo que o blog seja um projeto paralelo, você também pode citá-lo. Busque mencionar aprendizados que você teve com a experiência de criar e manter um blog, e de que forma eles contribuíram para o enriquecimento da sua carreira.

Vale compartilhar conteúdo do blog? Depende. Dicas de viagem não são em si um tema com perfil do LinkedIn – não convém tratar o LinkedIn da mesma forma que o Facebook ou o Twitter, por exemplo. No entanto, pode ser legal compartilhar projetos, contar os bastidores de algum conteúdo, comentar tendências do turismo e outros temas relevantes do ponto de vista profissional.

Fernanda Castelo Branco é autora do blog Vontade de Viajar e Diretora de Comunicação da ABBV.
Foto em destaque: Andrew Neel

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Acessibilidade digital: como tornar seu blog mais inclusivo

BY: Fernanda Castelo Branco / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo

O Movimento Web para Todos foi idealizado em 2017 para transformar a internet brasileira em um ambiente mais inclusivo. A iniciativa promove práticas que facilitam a navegação do conteúdo digital por pessoas que possuem mobilidade reduzida ou dificuldades motoras, pessoas surdas e com baixa audição, pessoas cegas, com baixa visão e daltônicos – além de uma série de outras deficiências, como intelectuais, cognitivas e múltiplas.

Estamos falando de um público potencialmente grande: são 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência (Censo IBGE 2010). Porém o MWT estima que atualmente somente 5% das páginas da web brasileiras são acessíveis para eles.

Tecnologias assistivas para a acessibilidade

A tecnologias assistivas são softwares que auxiliam a navegação online ou adaptam o conteúdo para quem não consegue acessar da forma habitual. Alguns exemplos são controles de cursor com movimentos da cabeça ou comando de voz para usuários que não podem usar teclado e mouse, aplicativos narradores de conteúdo para usuários com baixa visão, ou mesmo avatares que traduzem o texto para Libras - linguagem de sinais usadas por deficientes auditivos.

Tecnologias como essas permitem que muitos desses usuários possam realizar atividades online que pesquisar, consumir entretenimento e comprar pela internet.

Como tornar seu blog mais acessível

O que criadores de conteúdo, designers e desenvolvedores podem fazer para tornar o blog mais amigável para pessoas com deficiência e mais adequado para tecnologias assistivas? A atenção a alguns pontos pode fazer a diferença:

  • Prefira escrever na ordem direta: isso auxilia a interpretação dos avatares de Libras e, principalmente, a compreensão por parte de pessoas com dislexia e com baixo letramento, por exemplo.
  • Não exagere nas figuras de linguagem: elas podem ser um bom recurso estilístico mas é importante evitar exageros, pois são difíceis para a interpretação dos avatares de Libras e podem afligir pessoas com autismo.
  • Descreva as imagens informativas: use a função “image alt” para descrever a imagem ao criar um artigo para o blog – desta forma, softwares de leitura para cegos conseguem descrever as informações visuais de mapas, fotos, tabelas, ilustrações etc. O Instagram recentemente também adicionou essa funcionalidade.
  • Indique o destino dos links: evite chamadas genéricas como “Clique aqui”, “Saiba mais”, “post”. De preferência, use textos âncoras que indiquem o destino do link, citando o nome do site, por exemplo.
  • Ao produzir vídeos: insira legendas e avalie também incluir descrição de conteúdos que não sejam falados no vídeo, para que cegos não percam essas informações. Assim como conteúdo em áudio, como podcasts, devem ter transcrição.
  • Escolha estilos de fonte fáceis de ler: evite letras com estilo desenhado demais, ou com tamanho muito pequeno. As cores do texto e dos demais elementos também devem ter contraste em relação à cor do fundo.
  • Use botões de tamanho adequado: itens muito pequenos ou muito perto um do outro podem dificultar o clique para pessoas com dificuldade motora.

Muitas dessas práticas de acessibilidade digital são positivas de forma geral para o blog, inclusive para posicionamento nos mecanismos de busca, além de beneficiar outros usuários, como pessoas mais idosas. Saiba mais no site do Movimento Web para Todos.

Foto em destaque: Josh Calabrese


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Estratégia de conteúdo na prática – Entrevista com Luiza Drubscky, da Rock Content

BY: Fernanda Castelo Branco / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Parcerias

A palestra de Luiza Drubscky foi um dos grandes sucessos no Seminário ABBV 2019. Gerente da Rock Content e especialista em marketing de aquisição, Luiza abordou como otimizar a estratégia de conteúdo do blog para obter melhores resultados orgânicos, numa sessão cheia de insights valiosos!

Convidamos a especialista para mais uma conversa sobre táticas para colocar em prática uma estratégia eficiente. Confira abaixo a entrevista e aproveite para conhecer também a Rock University, projeto liderado pela Luiza, e que oferece mais de 20 cursos de marketing digital (com desconto exclusivo para associados à ABBV!) para desenvolver habilidades que podem fazer a diferença na atuação profissional de um blogueiro. 


1. Ter uma estratégia de conteúdo consistente é crucial para o crescimento de um blog, mas muitos começam de forma casual, compartilhando experiências pessoais. Quais os principais passos para dar uma guinada em direção a uma atuação estratégica? 

Realmente, de todos os casos que eu já vivenciei, acredito que um dos principais fatores para dar uma guinada nos resultados digitais é a constância nas publicações. Mesmo que se tenha começado de maneira casual, acredito que seja muito importante criar um calendário editorial e se esforçar bastante para conseguir mantê-lo e respeitá-lo.? 

O ideal é fazer um compromisso mínimo do que se consegue publicar e, caso seja possível, publicar um ou outro conteúdo extra. Acredito que seja melhor conseguir superar o planejamento do que pode ser feito com o padrão de qualidade desejado do que se comprometer com um volume alto de conteúdos e, ao perceber que o volume está alto demais, acabar cortando a frequência ou até diminuir o padrão de qualidade dos conteúdos – o que, na minha opinião, seria ainda pior.? 

Mesmo compartilhando experiências pessoais, com certeza você consegue distinguir alguns temas ou tipos de conteúdo que a sua audiência gosta e interage mais. Baseie-se nessas informações para construir o seu primeiro calendário editorial e comece daí! E lembre-se também de que uma estratégia de blog também não é escrita em pedra, ela pode (e deve) estar em constante desenvolvimento. Então se você começou um calendário editorial de baixo volume, mas percebeu que consegue aumentar o volume, por exemplo, faça isso! E mantenha essa nova rotina por pelo menos 3 meses, para que tanto a sua audiência quanto o Google possam identificar os novos padrões e ritmos da sua estratégia. 


2. O posicionamento de nicho pode ser interessante para a diferenciação em um mercado muito amplo e com baixa barreira para concorrentes, mas nichos são, por definição, espaços mais limitados. Como trabalhar temas da "cauda longa" sem esbarrar no baixo volume? 

O nicho é, por definição, uma segmentação de mercado e, por isso, tendemos a lidar com um volume de pessoas limitado. Entretanto, isso não quer dizer que não valha a pena atacar essa estratégia de nicho. Baixo volume por si só não diz muito sobre qualidade e potencial de mercado. Eu acredito que o principal valor que deva ser trabalhado é o relacionamento com a audiência. Crie uma conexão com o seu público, estabeleça novos vínculos mostrando que você entende quais são os principais problemas que a sua audiência tem e como você pode ajudá-la em cada um desses momentos. Naturalmente, ao juntar essas informações das dores da persona com a pesquisa de palavras-chave, você vai perceber que a maioria delas é de "cauda longa" e as estratégias se integram.? 

Como um exemplo de conteúdo ligado à dor da persona, recentemente eu mesma passei por uma situação estando do lado de quem procura por informações. Estou planejando uma viagem para fazer com minha família nas férias e tive a seguinte dúvida: "qual o melhor tipo de sapato para usar na cidade X". Tem pesquisa mais "cauda longa" que essa? Mas confesso que tive dificuldades de encontrar muitas respostas em blogs. Encontrei duas muito superficiais e acabei deslocando a minha pesquisa para tentar encontrar pessoas que eu conhecia que já tinham visitado a cidade para me dar um depoimento. Mas, se eu tivesse encontrado um conteúdo bom sobre o tema, que já indicasse lojas, marcas, separasse as dicas por época do ano, enfim, que fosse realmente completa para o que eu procurava, com certeza teria fechado negócio ali mesmo. E, ao mesmo tempo, procuraria por mais conteúdos dentro desse blog pois, se tivesse solucionado aquela dúvida específica que eu tinha naquele momento, provavelmente, eles já teriam produzido conteúdos sobre outras dúvidas que eu tivesse ou sobre coisas que eu nem tinha pensado ainda, mas poderiam me ajudar no meu planejamento de viagem.? 

Então, acredito que, ao se tratar de nichos, o "segredo" é realmente criar um relacionamento com o público para que ele passe a ter você como uma das fontes mais confiáveis de informações nesse assunto. 


3Esta habilidade de cultivar uma comunidade em torno de seu conteúdo é um dos fatores que mais pesam na relevância de um blogueiro. Quais as recomendações para fidelizar leitores, estimular o público a se engajar e, idealmente, chegar ao ponto de se tornar um assinante/apoiador ou mesmo consumidor dos produtos que você oferece? 

Entender a dor do seu público e produzir constantemente conteúdo que gere valor e ajude a resolver essa dor é o ponto chave. À medida que a relação vai se desenvolvendo, você vai conhecendo melhor o seu público e percebendo quais tipos de interação eles preferem, mas uma ótima forma de começar é realmente por meio das redes sociais (fazendo com que elas sejam canal de atração das pessoas para o seu site ou blog).? 

Não tenha medo de produzir conteúdo que solucione as dúvidas do seu público. Sempre que trabalhamos com os conceitos de Inbound Marketing e funil de vendas, partimos do pressuposto de que precisamos alcançar muito mais pessoas que não vão comprar do que pessoas que efetivamente vão comprar de você. Ou seja, muitas pessoas podem ficar meses, anos, uma vida inteira, acompanhando os seus conteúdos gratuitamente, da mesma forma que podem ter pessoas que assim que te descobrirem já vão se interessar imediatamente e efetuar a compra. Para conseguir englobar todos os tipos de pessoa na sua estratégia de negócios, o denominador comum é a produção de conteúdo valioso. Você deve responder às dúvidas que a pessoa tem, de forma a se aproximar delas.? 

Além disso, ainda mais no mundo digitalizado e rápido que vivemos, é preciso sempre lembrar as pessoas de interagirem e, principalmente, criar oportunidades de interação. Não podemos esperar que as pessoas vão naturalmente vir fazer perguntas e conversar com a marca. É importante criar essas oportunidades puxando diálogos, se posicionando sobre temas importantes para a persona, dando a sua opinião e perguntando se a audiência concorda ou não e por quê, etc. Utilize os recursos que as próprias redes sociais te dão como comentários, enquetes, caixa de perguntas e também incentive esse tipo de interação dentro do seu blog, por meio dos comentários, principalmente. Assim, as pessoas vão se acostumar a utilizar os seus canais como canal de comunicação também. 


4. Manter um blog em crescimento exige a implementação consistente de diversas práticas de gestão, divulgação, análise de métricas, além de todo o processo de produção de conteúdo em si. Quando um blogueiro toca o projeto sozinho, como saber que tarefas priorizar? 

Acredito muito em métodos de organização que separam as atividades em um mapa de prioridades, como esse:? 

Mapa de prioridades com eixos de urgência e importância

Desta forma, eu separo atividades que são rotineiras, ou seja, que precisam ser feitas com frequência e faço primeiro. Depois, uso a matriz acima para priorizar atividades. Então, para exemplificar, como eu faria a priorização de tarefas caso fosse uma blogueira que tocasse um blog sozinha: 

  1. Definir um calendário editorial e frequência de postagem – digamos que 1 publicação no blog por semana e 3 conteúdos no feed do instagram por semana, dos quais 1 vai ser divulgação da publicação do blog; 
  2. Ao final de um mês: estipular as 4 pautas (1 para cada semana) que devem ser produzidas ao longo do mês e já se programar para fazer de uma vez ou definir um horário específico por semana para fazer cada um; 
  3. Ao final de cada semana: definir quais vão ser as outras 2 postagens de redes sociais além da divulgação do blog post; 
  4. Durante a semana, fazer a publicação no dia específico planejado, fazer as publicações em social também no dia (ou deixar agendado caso consiga já adiantar e tiver ferramenta para agendamento); 
  5. No final da semana, análise de métricas e resultados alcançados ao longo da semana, com os novos conteúdos, comparando com os conteúdos antigos;
  6. Restante do tempo, desenvolvimento das tarefas que não são rotineiras, como procurar novas parcerias, gestão do negócio, etc. 

O mais importante é fazer as tarefas que você já tenha uma certa noção de quando deve ser feita e de quanto tempo demora para fazê-la. Coloque essas tarefas em um software de gestão de projetos (como Asana ou Trello, por exemplo) e, uma vez feitas essas tarefas, parta?para as que são ainda "desconhecidas" ou pontuais. Além disso, é importante que a partir da análise dos resultados, o gestor do conteúdo possa tirar insights para fazer melhorias na estratégia atual. 


Gostou das dicas da Luiza? Confira os cursos online da Rock University, e aproveite os descontos exclusivos para blogueiros associados à ABBV!

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Tecnologia em evidência no turismo – Entrevista com Magda Nassar, da ABAV

BY: Fernanda Castelo Branco / 1 COMMENTS / CATEGORIES: Dados do setor, Eventos

Uma das principais entidades de turismo no Brasil, a ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagem) representa mais de 2 mil empresas em todo o país, entre agências de viagens, operadoras de turismo e consolidadoras, que juntas respondem por cerca de 85% de toda a movimentação de vendas do setor.

Com 65 anos de história, a ABAV acompanhou muitos momentos de mudança no mercado, e agora vive mais uma nova fase. A evidência foi a programação da ABAV Expo este ano, que incorporou diversos temas relacionados ao universo digital, debatendo a incorporação de tecnologias, estratégias de marketing e também o relacionamento entre as empresas e os influenciadores digitais.

Entrevistamos Magda Nassar, presidente da ABAV Nacional, sobre o cenário atual do turismo no Brasil. Investidora, empreendedora e agente de viagens desde 1987, Magda é a primeira mulher na liderança da instituição, assim como foi a primeira a presidir a Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), entre 2015 e 2019.


1) No painel de abertura da ABAV Expo 2018, foi dito que o turismo é um ramo com capacidade de se recuperar rápido em cenários de crise. Como está o otimismo do setor este ano?

Magda Nassar - Estamos muito confiantes no fortalecimento do setor, inclusive devido a vitórias recentes como a abertura de 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas nacionais, isenção de vistos para turistas dos EUA, Canadá, Japão e Austrália e o veto à isenção na cobrança de bagagem. São fatores que devem estimular o setor a curto e longo prazo, com mais atrativos para turistas estrangeiros visitarem o Brasil e mais competitividade no setor aéreo, o que deve baratear o valor das passagens aéreas e expandir nossa malha aérea.

Além disso, vale destacar que, mesmo em um cenário de crise, o brasileiro segue com planos de viajar sempre que tem a oportunidade, seja em um feriado prolongado ou nas férias. O que acontece é uma mudança no comportamento do consumidor, que passa a buscar alternativas para viajar. Se o dólar ou euro estão mais caros, vemos um movimento de procura por viagens em destinos onde o câmbio é mais favorável ou então maior busca por destinos nacionais, por exemplo. As agências apoiam esse processo de decisão, pela capacidade que têm de fazer os ajustes necessários para que qualquer viagem caiba no bolso do seu cliente.

O mercado também contribui favoravelmente, pois nos momentos de maior instabilidade responde com promoções e vantagens, como opções de parcelamento maiores e dólar congelado. O turismo é um setor de suma importância para a economia nacional, representando 8,1% do PIB brasileiro e 6,9 milhões de empregos no país, segundo estudo do World Travel and Tourism Council (WTTC), divulgado em março de 2019.


2) A programação da ABAV Expo 2019 teve uma Arena Digital, com uma proposta de trazer abordar temas como transformação digital e marketing multicanal. Que inovações já vêm sendo aplicadas no mercado de turismo? Como o setor de serviços está se transformando para a era digital orientada à experiência?

Magda Nassar - O setor de turismo foi um dos que mais se transformaram na era digital, e é natural que o agente de viagens tenha que se adaptar ao novo cenário. É preciso apostar em novos canais de comunicação com o consumidor, investir em sites e portais que estimulem o engajamento e conversão, além de estudar a fundo dados dos usuários para identificar novos padrões de comportamento e desenvolver estratégias de vendas orientadas para as novas tendências de consumo.

Hoje em dia já vemos uma quebra de barreira das agências do chamado modelo "tradicional" se fazendo presentes também no meio digital, lançando mão de estratégias de marketing voltadas para o online e explorando mais as redes sociais para captar e fidelizar clientes. Nós, na ABAV, temos incentivado muito essa prática junto aos nossos associados, o que fortalecemos também por meio da oferta de cursos do ICCABAV – que este ano, por sinal, transformou a sua plataforma em 100% digital – e apresentações da Vila do Saber, que é a área dedicada à difusão de conhecimento da ABAV Expo.

A tecnologia teve grande destaque na ABAV Expo 2019, com ativações como a área de Inovação, em parceria com a Travelport, em que desenvolvedores apresentaram as tendências na área, e empresas consolidadas e startups trouxeram inovações desenvolvidas especialmente para o mercado de turismo, além de dezenas de outros expositores focados nas áreas da tecnologia da informação e gestão de sistemas.


3) A pesquisa realizada pela Panrotas este ano apontou que "o incômodo e o sentimento de competição que os profissionais de turismo tinham em relação aos influenciadores já foi dominado. Vemos as próprias agências e operadoras se utilizando desses canais para promover seus serviços". Como a ABAV vê este novo momento na relação entre agentes e influenciadores digitais?

Magda Nassar - Entendemos que, entre os vários fatores que afetam a decisão final do consumidor (promoções, condições exclusivas de pagamento etc), os influenciadores podem ser grandes aliados das agências, pois democratizam o acesso à informação e fomentam a curiosidade e o interesse de potenciais viajantes, além de criar o desejo por um destino turístico, um hotel ou uma experiência. Há, inclusive, agências de viagens que já atuam em parceria com esses profissionais para promover seus pacotes e serviços, com ótima taxa de conversão.

Na feira deste ano, tivemos algumas novidades significativas nesse sentido, como um lounge para influenciadores dentro do "Espaço Conectividade", que marcou a grande ação promovida este ano envolvendo 100 influenciadores digitais de lifestyle e viagens na divulgação do evento.


4) A inclusão e a diversidade são temas em alta na sociedade hoje, e que estiveram em pauta tanto na ABAV Expo 2018 quanto na edição de 2019. O mercado tem despertado para segmentos como o público negro, o público LGBT+, pessoas com deficiência e viajantes da terceira idade (que atualmente representam expressivos 22% entre os clientes das agências de turismo). Para além das oportunidades de produtos de nicho, qual o impacto social de se debater as questões específicas de inclusão?

Magda Nassar - O turismo é uma atividade democrática, com grande impacto cultural, por isso é muito importante que as agências estejam atentas à importância de atender aos mais variados nichos de consumidor e propiciar experiências memoráveis para seus clientes.

Mais uma vez, é importante que o agente se capacite e atualize seus conhecimentos para estar apto a atender demandas específicas de um viajante com deficiência, o público LGBT e até mesmo compreender algo relativamente novo, como a gordofobia e a transfobia, dois dos temas que trouxemos para o debate este ano. Por meio do turismo, é possível ter experiências de vida transformadoras e queremos que ele esteja ao alcance do maior número possível de pessoas.

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“Autenticidade é a chave” – Entrevista com Rodrigo Soriano, da Airfluencers

BY: Fernanda Castelo Branco / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado

Enquanto o mercado de influencer marketing passa por um processo de amadurecimento, os criadores de conteúdo se veem diante do desafio de se destacar (e manter a saúde mental) em um cenário de saturação, com muita oferta de informação e muito ruído em praticamente todas as plataformas e redes sociais. Convidamos o CEO da Airfluencers, Rodrigo Soriano, para uma conversa sobre campanhas, engajamento e estratégia.

A Airfluencers é uma ferramenta de referência entre agências de marketing e empresas de segmentos já habituados a trabalhar com influenciadores. Na frente da tecnologia, as empresas buscam os softwares da Airfluencers para mapear influenciadores e mensurar ações realizadas com eles. Na frente de serviços, as demandas são focadas na operação das campanhas, onde o trabalho com microinfluenciadores é bem requisitado.

1) Vocês recebem muitos briefings de empresas e agências que estão elaborando ações com influenciadores digitais. O que eles têm avaliado quando procuram influenciadores e como um influenciador pode se destacar?

Do ponto de vista prático, é importante ter perfis completos nas redes sociais, com informações claras sobre o que faz, de onde é e quais suas especialidades, além de usar termos e hashtags que ajudem a encontrar seu conteúdo facilmente ao fazer uma busca sobre aquele nicho. Mas o grande fator que pesa na avaliação é sempre a autenticidade e a qualidade do conteúdo.

O foco de todo creator precisa ser em ser autêntico, produzir conteúdo que tenha personalidade e seja relevante para o público, sempre com boa qualidade visual e editorial. Qualidade é essencial.

2) Há diversas teorias sobre engajamento no Instagram, incluindo preferência de cores, horários de pico, combinações de hashtags etc. Pela experiência da Airfluencers nesse mercado, o que de fato funciona? Quais são as recomendações para conquistar mais engajamento?

Primeiro, é preciso reconhecer o seu público, falar para ele, criando conteúdo de qualidade. Se a pessoa se dedica a falar de ativismo, é importante trazer referências de fontes, pessoas inspiradoras. Se produz vídeos, é importante a qualidade de imagem e som. É interessante trazer novidades, falar de assuntos que ainda não estão sendo abordados, ou até trazer um ponto de vista ainda não trabalhado pela maioria. Isso resulta em originalidade, personalidade e estimula conversas em torno do seu perfil ou canal.

Também são importantes a frequência e compromisso com os seguidores – caso se proponha a fazer publicações em um dia específico da semana, cumpra!

3) A Airfluencers tem uma funcionalidade que permite ver se um determinado post performou acima ou abaixo da média dos últimos 90 dias daquele perfil. Há algum tipo de padrão com relação aos publieditoriais? O público tende a rejeitar inserções publicitárias ou tem recebido bem conteúdos apoiados por marcas?

Os publieditoriais devem, sem dúvida, ser sinalizados, tanto para observar a legislação quanto para ter transparência com o público. Entretanto, os posts com essa marcação tendem a ter performance um pouco abaixo dos orgânicos, o que faz com que se crie uma dicotomia entre autenticidade e performance.

Em algumas comunidades, é possível notar que os seguidores valorizam as marcas que apoiam o criador de conteúdo que eles gostam. Isso é algo fantástico e que só se constrói com transparência e alinhamento de valores entre marca, creator e público. É nesse contexto que a escolha correta do influenciador é fundamental para o sucesso.

4) Quais são as melhores práticas para que uma campanha seja bem elaborada e um conteúdo publieditorial seja bem recebido pelo público?

Existem alguns fatores de relevância. O primeiro é definir o objetivo da campanha (vendas ou awareness por exemplo), depois entender os territórios do anunciante e aí sim fazer uma curadoria rigorosa dentro de pessoas que são influentes nesses territórios. A autenticidade e a performance são derivadas dessa curadoria.

Da mesma forma, o briefing de conteúdo feito pela empresa deve respeitar ao máximo a liberdade criativa de cada perfil. Este é um ponto-chave para a aceitação: se o post for autêntico, sem dúvida será melhor recebido.

O influenciador, por sua vez, quando se fecha a parceria com a empresa, deve estudar o produto e inseri-lo no dia a dia, como parte da sua rotina, para que a exposição do produto aconteça de forma contextualizada e possa oferecer experiência e conteúdo de valor para o consumidor. Ele deve manter a linguagem, a qualidade e o padrão de relevância dos demais conteúdos que costuma criar.

5) Viagem é um tema que faz parte de diversos estilos de vida, e é abordado por diversos tipos de influenciadores. Que diferenciais podem ser notados em perfis especificamente voltado para o tema de turismo?

O segmento de viagem é bem interessante de se observar, pois este tema tem muitas pessoas incríveis e muita fraude. É nesse contexto que a escolha correta do influenciador é fundamental para o sucesso. De forma geral, os influenciadores especializados em turismo estudam e se aprofundam no assunto, tendo bastante atuação na troca de informações e atendendo às perguntas do público.

Podemos observar também algumas divisões no segmento, com nichos específicos – como creators com foco em turismo gastronômico, outros engajados em incentivar o turismo local, avaliações de hotéis e assim por diante. É um mercado extenso e com muita capilaridade. Outro destaque é a possibilidade de trabalhar em um mercado onde a parte de imagens e qualidade gráfica é bem forte, é um tema com muito apelo visual.

6) A Airfluencers tem um sistema de análise dos temas com que cada perfil tem afinidade, mas influenciadores de viagem tendem a trabalhar principalmente com marcas específicas do mercado de turismo. Como eles podem identificar oportunidades com parcerias não endêmicas? Marcas de um determinado nicho podem se interessar por influenciadores que abordam um tema ocasionalmente?

Um grande salto de performance e, principalmente, de criatividade do trabalho com marketing de influência é reconhecer um perfil com tema secundário que pode se relacionar com a marca. Por exemplo, o influenciador digital de turismo pode performar bem também em gastronomia. Logo se pode colocar em conexão, porque além de demonstrar o destino turístico, pode falar sobre a comida típica, os restaurantes regionais.

Outro exemplo são pessoas que abordam ecoturismo e demonstram um bom desempenho ao falar também de reciclagem ou artigos sustentáveis. Para empresas que estão ganhando o mercado com ações sustentáveis e oferecem artigos ecologicamente correto, é interessante trabalhar com influenciadores digitais de turismo que abordam a relação com a natureza.

Portanto, é muito importante a análise dos influenciadores buscando entender seu comportamento, para reconhecer outros discursos que a audiência recebe bem e interage com o influenciador digital. Na plataforma Airfluencers utilizada pelas empresas e agências, é possível ver que alguns assuntos são abordados com mais frequência pelo influenciador e qual o nível de engajamento que ele obtém com cada tema. O aplicativo que lançaremos em breve para influenciadores terá uma funcionalidade similar.

7) Estamos diante de um cenário de saturação de conteúdo online, em que não é fácil se diferenciar e conquistar relevância. Como os influenciadores podem navegar esse mercado sem perder o foco?

Cada influenciador deve avaliar seus pontos fortes, entender que público quer atingir e em qual nicho quer atuar. Isso determina qual o tema será predominante nas publicações e em que assuntos ele precisa se tornar especialista – o que é importante para criar conteúdo com relevância. Assim, a estratégia de conteúdo e as prioridades ficam mais claras.

É preciso trazer um ponto de vista interessante e produzir conteúdo frequente de qualidade, as pessoas devem perceber valor no conteúdo compartilhado. Por que elas ficarão ansiosas para segui-lo?

Também é interessante escolher duas ou três plataformas em que você poderá atuar de forma mais consistente. Essa escolha deve ser de acordo com o formato de conteúdo que você conseguirá criar de forma mais natural, e com maior qualidade. A partir daí, é importante se colocar como um membro ativo da comunidade daquela rede – conversar, trocar comentários, interagir com outras pessoas e marcas no seu setor, participar de grupos. Tudo isso aumenta a sua compreensão do segmento e a sua relevância.

Entrevista e edição:
Fernanda Castelo Branco, autora do blog Vontade de Viajar e Diretora de Comunicação da ABBV.

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ABBV terá serviço de PR para apoiar press trips e parcerias

BY: Fernanda Castelo Branco / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Comunicação ABBV, Mercado, Parcerias

Com o objetivo de alavancar oportunidades para todos os associados e estimular o desenvolvimento do mercado, a ABBV firmou parceria com a Bureau 21, agência comunicação digital com foco em Branding e Relações Públicas (PR) para criadores de conteúdo e influenciadores digitais.

Com experiência na criação de projetos e eventos entre marcas e creators, a Bureau 21 apoiará a ABBV no contato com empresas e destinos turísticos interessados em organizar press trips e fazer parcerias com blogueiros de viagem.

“Percebemos que existia uma demanda de empresas querendo convidar blogueiros a conhecerem atrações, museus, hotéis e destinos, sem saber por onde começar a organizar um projeto deste tipo”, explica Natália Becattini, presidente da ABBV. “Para atender a esses contatos e poder oferecer o alinhamento necessário, trouxemos uma equipe profissional dedicada a isso”.

A iniciativa da associação visa estimular o crescimento do mercado e o profissionalismo na relação entre marcas e influenciadores. “Sabemos que as empresas querem aproveitar todo o potencial do marketing no ambiente digital e os criadores de conteúdo querem ter acesso a oportunidades de parceria. Nossa missão será garantir que cada ação realizada seja de benefício mútuo”, comenta Daniela Cadavez, sócia da Bureau 21.

Branded content e experiências reais

Fundada em 2017, a agência traz no portfólio a experiência de projetos de branded content para o canal de Youtube da Americanas.com, workshops com influenciadores de decoração na mostra de arquitetura Morar Mais Por Menos, e uma cobertura completa do evento geek CCXP com os blogueiros do Coxinha Nerd, com mais de 10 horas de conteúdo ao vivo e experiências exclusivas para fãs.

“Quando trabalhamos projetos de nicho, encontramos abordagens únicas, grupos engajados, histórias originais. Nosso foco não é meramente comercial. Queremos criar experiências, conectar pessoas e marcas, levar ao público um olhar mais humano e real sobre aquele produto ou serviço”, diz Daniela.

Iniciativa pioneira com foco no profissionalismo

A Bureau 21 fará atendimento às demandas e alinhamento com as empresas que buscam a ABBV e será responsável pela organização de convites de press trips e visitas, além de apoiar na prospecção ativa de novos parceiros para os associados.

Enquanto o mercado se desenvolve e define os parâmetros do marketing de influência, esta iniciativa pioneira vem para ajudar a construir melhores práticas no segmento de turismo. A consultoria de profissionais especializadas em relações públicas ajudará a conduzir os contatos de forma a estimular a criação de ativações justas, relevantes e éticas.

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Serviços online e hospedagens alternativas: o futuro dos hotéis

BY: Fernanda Castelo Branco / 0 COMMENTS / CATEGORIES: Dados do setor, WTM Latin America

Há pelo menos 5 anos o wifi está entre as comodidades mais buscadas pelos viajantes na hora de escolher uma hospedagem. Agora, a expectativa com relação à tecnologia já está além: 55% dos hóspedes consideram importante que a hospedagem use serviços online para oferecer uma experiência melhor.

Durante a WTM Latin America, a empresa de pesquisa Phocuswright apresentou dados de um estudo realizado em 2018 em parceria com a Google. Segundo o estudo, viajantes do Brasil e do mundo esperam que hotéis, albergues e anfitrões disponibilizem serviços adicionais e informações que facilitem a viagem, em tempo real.

Os dados indicam que 61% dos brasileiros usam mensagens online durante as viagens para buscar serviços de passeios, comparar e escolher produtos e interagir com concierge ou anfitrião. Eles querem dicas e indicações de serviços confiáveis.

Mais que estar à disposição para tirar dúvidas, a expectativa é que os anfitriões sejam proativos: 3 em cada 4 viajantes são simpáticos a receberem contatos com sugestões de passeios e serviços, mas desde que sejam customizados para seus interesses. Esse é um ponto crucial: caso o viajante não se identifique com as dicas e não as considere úteis, a comunicação se torna indesejável.

Assistentes de voz nos hotéis

A Alexa, da Amazon, já faz parte das rotinas de 47% dos viajantes americanos. “O uso ainda não é muito difundido entre os brasileiros, mas à medida que passar a ter suporte para o idioma português, os assistentes de voz se tornarão comuns no Brasil também”, disse Carolina Haro, executiva da Phocuswright.

Embora a praticidade de fazer pesquisas rápidas com voz seja muito atraente, a incorporação desta tecnologia na indústria hoteleira terá ainda que conquistar a confiança do público quando se trata de questões de privacidade, uma grande preocupação especialmente em ambientes como o quarto de dormir.

Mercado de reservas online

Serviços de reserva online, como Booking e Expedia, dominam o mercado atual: os hotéis não conseguem competir individualmente com os investimentos de marketing feitos pelas OTAs, então o que resta é garantir que a propriedade esteja bem representada, com boas fotos e avaliações, para aproveitar o potencial delas.

A comodidade de realizar reservas em poucos cliques e usar uma única plataforma para diversos tipos de hospedagem estão entre as grandes vantagens percebidas pelos consumidores. “Só a partir da 4ª reserva de um mesmo cliente o hotel tem chance de fidelizar e passar fechar negócio diretamente. E mesmo os programas de fidelidade têm seus desafios, pois o cliente entra para ter acesso aos benefícios, mas ainda é capaz de trocar por outras marcas que ofereçam melhor preço ou conveniência”, apresentou Carolina.

Mas o domínio de mercado das gigantes do turismo pode estar com os dias contados: a entrada da Google e da Amazon no segmento de reservas promete mudar o cenário já nos próximos 5 anos – tanto pela capacidade de investimento em tecnologia quanto pelo volume de dados de que dispõem sobre os hábitos dos consumidores. A tendência, segundo os cenários levantados pela Phocuswright, é que empresas como Booking e Expedia se tornem menos onipresentes e assumam um posicionamento mais especializado e de nicho.

Alugueis de temporada e hospedagens alternativas

O aumento da participação dos aluguéis de residência está mudando o mix na hotelaria, não apenas pelo crescimento de plataformas específicas como o Airbnb mas pela oferta de apartamentos por temporada em canais de reserva antes tipicamente usados por hotéis, como o Booking.

Quase metade dos viajantes brasileiros (46%) optou por acomodação alternativa nos últimos 12 meses, e com grande percentual de aprovação: 97% deles considera usar novamente e 86% recomendaria a amigos.

Um dado interessante apresentado por Carolina Haro em sua palestra na WTM é que, ao contrário do que se assumia quando houve o “boom” do Airbnb, não existe um tipo de hospedagem preferido por cada segmento de público. A distribuição aumenta em todas as faixas etárias, não apenas entre os jovens.

Um mesmo cliente considera as diferentes opções e escolhe sua hospedagem de acordo com o estilo de cada viagem e composição do grupo com quem vai viajar (em casal, em família, entre amigos etc.). A força dos hotéis, nesse cenário, ainda está nos serviços agregados – a começar por restaurante, recepção e concierge, mas também agenda de eventos e entretenimento.

Fernanda Castelo Branco é autora do blog Vontade de Viajar e Diretora de Comunicação da ABBV.
Foto em destaque: Nicole Honeywill

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Competitividade e estratégia de blogs de nicho – Entrevista com InterNey

BY: Fernanda Castelo Branco / 2 COMMENTS / CATEGORIES: Criação de conteúdo, Mercado

Edney Souza, conhecido no mundo digital como InterNey, trabalha no mercado de tecnologia e comunicação desde 1990. Ele acompanhou de perto todas as fases do conteúdo online no Brasil, desde o início da nossa “blogosfera”.

Além de ser diretor acadêmico na Digital House e professor de Marketing Digital na ESPM, Edney é organizador da Social Media Week SP, colunista do blog WordPress.com Brasil e conselheiro da ABRADi-SP.

Convidamos InterNey para uma conversa sobre blogs de nicho, buscando insights de um profissional que conhece todos os lados do mercado de conteúdo digital.

1) No ecossistema da internet, os blogs já passaram por diversas fases. Com o crescimento acelerado das plataformas de conteúdos em vídeo, como você vê a relação das pessoas com os blogs hoje? Qual o espaço dos blogs e o que faz essa plataforma manter audiência e se viabilizar financeiramente, numa época em que só se fala de instagrammer e youtuber? 

Para conteúdos mais técnicos e aprofundados, assim como para o mundo B2B, o texto continua sendo uma forma eficiente para transferir informações. Isso acontece porque, além de ser facilmente buscado, o texto permite que os olhos saltem grandes porções de conteúdo ou retomem determinado trecho facilmente.

Em vídeo é mais difícil avançar e voltar livremente. O vídeo acaba funcionando melhor para contar histórias ou para conteúdos mais básicos, estilo tutorial passo-a-passo onde raramente o espectador vai saltar etapas.

Dentro do texto, o blog acaba dividindo espaço com outras plataformas como o LinkedIn e o Medium, porém nada tem a liberdade do blog em termos de customização e integração com outras mídias.

Quanto a viabilidade financeira, eu vejo o blog como uma plataforma mais interessante para quem tem um negócio, é consultor ou atua como freelancer, cuja remuneração não venha diretamente da plataforma. Isso porque a maior parte da receita de anúncios não está mais em sites, e sim em redes sociais ou links patrocinados. O Youtube é uma exceção nessa disputa porque é a única plataforma onde o usuário pode ganhar alguma coisa mesmo sem uma marca investir diretamente – basta chegar em 10 mil assinantes e ligar a monetização dos vídeos.

2) E com relação ao mercado? Às vezes é difícil encontrar parceiros sem ter o volume de audiência dos grandes portais ou a quantidade de seguidores das webcelebridades. Como as marcas enxergam o papel dos blogs - especialmente os de nicho - dentro de suas estratégias de marketing? 

Numa estratégia para marketing de influência, é interessante trabalhar com 3 tipos de influenciadores para atender todo o funil de vendas: webcelebridades para awareness, especialistas para consideração e microinfluenciadores para conversão. Os blogs de nicho podem atuar como microinfluenciadores ou como especialistas, dependendo do conteúdo e do segmento. Eles têm um papel importante na etapa da consideração. Quanto maior o ticket da venda do produto de nicho, maior o valor desse especialista para a marca.

3) Blogueiros e influenciadores sempre vivem o dilema de se dividir entre diversas atividades - produção de conteúdo, gestão dos canais, contato com parceiros, interação com seguidores, participação em eventos, mil redes sociais diferentes (cada uma exigindo formatos específicos)... Ufa! É comum que esses criadores de conteúdo experimentem burnout, FOMO e outros efeitos associados ao estresse. Como um blogueiro pode identificar o que deve ser prioridade nessa rotina? 

É realmente importante os criadores de conteúdo de nicho usarem também as redes sociais. Instagram é ótimo para viagens, por exemplo, mas ninguém vai decidir uma viagem só pela foto – nesse momento, um blog associado a um perfil de Instagram com certeza vai atrair melhores resultados do que um dos dois canais sozinhos.

Mas a prioridade tem que ser aquilo que ajuda a manter sua reputação e a pagar suas contas. Enquanto você tem uma boa reputação terá gente querendo te ouvir. Vale testar novas redes sociais, estar em diversos eventos, mas se isso não paga suas contas talvez você esteja com o foco errado.

Se a sua área de conteúdo é muito competitiva, talvez você precise se especializar um pouco mais e ser ainda mais nichado. Isso vai valorizar seu conteúdo e diminuir um pouco do tempo necessário para se atualizar e ser competitivo.

Separe algumas redes para testar, alguns eventos para comparecer, mas separe também tempo para sua família e amigos.

4) A habilidade de cultivar uma comunidade em torno de seu conteúdo é um dos fatores que mais pesam na relevância de um blogueiro. Quais as recomendações para fidelizar leitores, estimular o público a se engajar e, idealmente, chegar ao ponto de se tornar um assinante/apoiador ou mesmo consumidor dos produtos que você oferece? 

Criadores de conteúdo de nicho com foco em uma estratégia de remuneração direta precisam entender que é preciso ter escassez e demanda. A escassez é uma questão pois, se tem muita gente fazendo o mesmo conteúdo que você, ele tem pouco ou nenhum valor. Incremente a qualidade técnica do seu conteúdo, mas mantenha a simplicidade na linguagem.

Por outro lado, tem a demanda: se existem muitas pessoas querendo comprar os produtos ou serviços que você avalia/comenta em seu blog, isso pode ser rentável mesmo com baixo volume de leitores. Vale sempre a pena buscar mais leitores, mas se eles não estão dispostos a gastar então esses leitores tem pouco valor para a conversão.

Com relação ao engajamento da comunidade, envolva seus leitores na produção de conteúdo. Use seus comentários no blog ou em redes sociais para tirar ideias de conteúdo. Faça lives. Marque encontros nos eventos. Ouça e reaja de acordo com o que ouvir.

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Entrevista por Fernanda Castelo Branco, autora do blog Vontade de Viajar e Diretora de Comunicação da ABBV.

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